O colchão e o travesseiro infantil podem impactar diretamente na qualidade do sono e na coluna da criança
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A hora do sono é um momento precioso para as crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é durante esses descansos que elas repõem as energias gastas durante o dia e garantem bem-estar físico, mental e emocional essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento.
Mas para que esse momento seja benéfico, é importante que os pais se atentem a alguns detalhes que podem impactar diretamente a qualidade do sono e na saúde dos pequenos de modo geral. O colchão e o travesseiro utilizados na cama infantil, por exemplo, quando não escolhidos corretamente, podem ocasionar uma série de danos na coluna da criança.
Essa área do corpo é essencial para a sustentação e realização de diferentes atividades na infância e ao longo da vida. A falta de atenção na escolha dos itens da cama pode ocasionar dores e lesões que, com o tempo, causam problemas maiores.
Problemas na coluna infantil
As dores na coluna são normalmente associadas a pessoas adultas e idosas, mas também podem aparecer em crianças. Segundo a Revista Brasileira de Ortopedia (RBO), nessa fase da vida, a dor lombar ou cervical é rara, mas quando acontece pode indicar maus hábitos posturais ou danos na coluna.
Essas práticas inadequadas estão relacionadas à forma como os pequenos se sentam, carregam a mochila escolar, desempenham algumas funções e dormem. Apesar de parecerem inofensivas, a longo prazo elas podem ocasionar problemas na coluna e favorecer o surgimento de outras condições.
Crianças que possuem fraturas ocultas ocasionadas por algum acidente em prática esportiva, por exemplo, podem ter suas lesões agravadas com a união de maus hábitos, inclusive na hora de dormir.
O mesmo ocorre com a hérnia de disco. Segundo a RBO, essa condição é rara em crianças e adolescentes e é normalmente causada por traumas. Durante o tratamento, é essencial que os pequenos mantenham hábitos posturais adequados.
Quando a criança começa a se queixar de dores nas costas, é essencial que os pais a levem para um atendimento médico especializado. Conforme explica a RBO, para identificar o problema, é necessária a realização de exames ortopédicos e neurológicos que podem indicar a presença de escoliose, cifose torácica, lordose lombar, contraturas musculares e pontos de hiperalgesia cutânea.
No caso de bebês, a coluna ainda não possui força e controle necessário para suportar o peso do próprio corpo. Por esse motivo, muitos pediatras recomendam os pais a evitar que os pequenos fiquem em posições que forcem a coluna e o pescoço nos primeiros meses de vida.
Quando os pais não dão atenção a esses detalhes e sobrecarregam a coluna do bebê, a tendência é que ela sofra diferentes complicações por ser forçada ou estimulada erradamente.
Cuidados com a cama da criança
Se até durante o sono as crianças podem ser submetidas a riscos à saúde da coluna, ter cuidados com onde a criança dorme é essencial. Pais, mães e responsáveis devem estar atentos à posição e ao uso de itens na cama ou berço, em caso de bebês.
As recomendações variam de acordo com a idade da criança que, dependendo da faixa etária, deve abdicar de alguns itens para prevenir também outros problemas a saúde.
Escolha do colchão
O colchão é primordial para garantir o conforto das crianças durante as horas de sono. Esse item deve acompanhar cada etapa da vida dos pequenos e, por esse motivo, é encontrado em diversos modelos específicos.
Nos primeiros anos de vida, por exemplo, os pais devem optar pelo colchão infantil, que costuma ser mais firme e seguro. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que o item tenha densidade de 18 (D18) e que o vão na lateral do berço não ultrapasse 2,5 cm. Normalmente, os colchões para bebês no padrão nacional possuem 130 cm x 60 cm.
Quando a criança completar 3 anos, o item deve ser trocado para um que tenha densidade entre 20 ou 23 (D20 ou D23). Já com 9 anos, as crianças costumam ser mais pesadas e por esse motivo, o ideal é investir em um colchão de densidade entre 26 e 28 (D26 ou D28).
Há também modelos que contemplam o método montessoriano. Esse tipo de colchão ajuda na autonomia das crianças e pode ser usado em diferentes fases da vida, a partir dos 3 anos.
Cabe ressaltar que, independente da idade, é interessante que os pais busquem por modelos antialérgicos. Esse tipo de colchão, segundo os fabricantes, previnem alergias de pele e doenças respiratórias.
A importância do travesseiro
O travesseiro também é fundamental para a qualidade do sono e a saúde da coluna infantil. No caso dos recém-nascidos, a recomendação da SBP é que os pequenos não usem esse item para dormir, pois podem sufocá-los durante o sono.
A partir dos 6 meses, já é possível introduzir o objeto à rotina da criança, desde que ele tenha algumas características. O travesseiro precisa ser fino e pequeno, tendo no máximo 3 cm de espessura. Essas especificidades garantem que o pequeno fique com a coluna alinhada sem comprometer sua respiração caso se movimente à noite.
A partir de um ano, os pais já podem trocar o travesseiro por outro modelo. Com essa faixa etária, a criança já apresenta mais rigidez na musculatura do pescoço e possui mais autonomia para tirar o item de perto caso se sinta incomodada.
Para escolher o item, é essencial que os pais considerem a distância entre a cabeça e o ombro da criança, assim como a do pescoço para o colchão. Esses detalhes irão ajudar a manter a coluna do pequeno alinhada e a cabeça na posição correta para evitar quaisquer danos à postura e ao pescoço.
Uma dica importante é priorizar por travesseiros antialérgicos, assim como os colchões. Caso os pais tenham dúvidas para escolher o item, é possível pedir recomendações ao pediatra.
Cuidados com as roupas de cama
As roupas de cama são itens que fazem toda a diferença na decoração do quarto infantil, mas dependendo da idade da criança, elas podem representar riscos à saúde de modo geral.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, lençóis, mantas, almofadas e demais itens não devem ser adicionados no berço no momento em que o bebê for dormir. Durante a noite, a criança pode se enrolar e acabar tendo sua respiração comprometida.