Você certamente já ouviu falar de casos de ansiedade e, cada vez mais frequente, de ataques de pânico. Não é de surpreender. Afinal, a vida está cada vez mais acelerada, as pessoas são cada vez mais cobradas a fazer melhor em menos tempo, as mensagens e notificações não param, o cansaço e o estresse já são parte da rotina, e os relacionamentos… Que relacionamentos? Quem tem tempo de verdade para relacionamentos?
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Muitas vezes sem perceber, as pessoas estão trocando tempo de qualidade pela vida atribulada do dia a dia competitivo. Uma competição não necessariamente da dinâmica corporativa do trabalho, mas uma competição por atenção. E atenção exige tempo, e um dia sempre terá o seu limite de 24 horas.
O resultado de toda essa pressa e cobrança (muitas vezes de si mesmo) é uma espiral de sentimentos negativos, fazendo com que as pessoas sintam-se incapazes e que as experiências pareçam insuficientes. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde divulgada em 2019, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade no mundo, com 18,6 milhões de casos diagnosticados, quase 10% de sua população. Não espanta, portanto, que em meio a tantas distrações o emocional fique abalado e retraído, criando assim um bloqueio para novas experiências e para relações sociais saudáveis.
Dimas Rodrigues, especialista em relacionamentos e autor dos best-sellers Sem se amar, não dá! e Você quer amor ou esmola?, diz que é urgente começarmos a falar abertamente de sentimentos e emoções, sem sentir vergonha, pois só assim as pessoas podem identificar o que passam, o que lhes faz mal e o que lhes faz bem e, mais importante, quem lhes faz mal e quem lhes faz bem. “É preciso falar para começar a dar nome aos bois. É assim que se descobre o que está acontecendo de verdade e o que tem valor real, e, consequentemente, o que precisa ser enfrentado”, comenta o escritor, que acaba de lançar Bloqueios emocionais, livro dedicado justamente a esse tema.
“No mundo cada vez mais desafiador e tentador em que vivemos, o número de relacionamentos iniciados ou mantidos pelas razões erradas é cada vez maior. Isso é catastrófico e gera não apenas sentimentos ruins como até mesmo traumas, que por sua vez geram bloqueios emocionais, ou seja, bloqueiam a possibilidade de sentimentos bons. Isso é o pior, pois como alguém pode se reencontrar e se reerguer se ela nem se abre para o universo do possível? Como germinar um jardim sem sementes? Mas embora difícil, não é impossível, e é por isso que escrevi esse livro”, explica Dimas.
Embora possa ser lido por homens e mulheres, Dimas conta que Bloqueios emocionais é mais direcionado às leitoras. “Isso se deve ao fato de que, além de tudo isso que falamos, há o machismo estrutural na nossa sociedade que faz com que as mulheres sejam as maiores vítimas de situações traumáticas envolvendo relacionamentos. Mulheres que se encontram em relacionamentos abusivos e que ou não percebem ou percebem e não sabem o que fazer. Elas são as que mais carregam bloqueios emocionais, pois são as mais cobradas e as mais violentadas, em todos os sentidos”, comenta o escritor.
