EBITDA Ajustado foi de R$ 107,1 milhões, margem líquida de 34%. Companhia informa que já garantiu posições de hedge com margens acima da média histórica
A BrasilAgro lucrou R$ 42 milhões no primeiro trimestre do ano safra 2022/23, entre julho e setembro, e atingiu margem líquida de 13%. Historicamente, o primeiro trimestre representa em média 30% do faturamento dentro do ano fiscal devido à sazonalidade do negócio. Ainda assim, a companhia, que produz alimentos, fibras e bioenergia em seis Estados do Brasil, além de Paraguai e Bolívia, reportou ao Mercado um EBITDA Ajustado de R$ 107,1 milhões, com margem líquida de 34%.
A Receita Líquida da companhia atingiu R$ 299,8 milhões, ante os R$ 378 milhões de igual período da safra passada, uma diferença de -21%. O EBITDA Ajustado registrou diminuição de 52%, já que havia somado R$ 223,9 milhões no primeiro trimestre da safra passada.
"Na safra passada antecipamos a venda de soja, e por isso tivemos 68% a mais deste grão negociado no mesmo período. Essa diferença na estratégia de comercialização, somada a diminuição do preço da cana-de-açúcar por kg de ATR, impactou os números em relação ao ano passado”, explica a Companhia.
Na mensagem aos acionistas e ao Mercado, a BrasilAgro citou os desafios do cenário macroeconômico, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento dos juros, inflação mundial e riscos de desaceleração da economia global. A empresa reforçou também a decisão "acertada" de comprar insumos para a nova safra antes do período praticado anteriormente.
"Já prevendo gargalo logístico, antecipamos o recebimento dos fertilizantes e já temos 84% dos produtos comprados nas fazendas".
A companhia destacou ainda avanço nas "posições de hedge, travando as margens acima da média histórica", diz trecho do comunicado.
Sobre as operações, a BrasilAgro informa expansão orgânica de 2% na área dedicada ao cultivo, com incorporação de novos arrendamentos e de áreas transformadas, e avanço no plantio de soja "dentro da janela ótima". A companhia também cita boas perspectivas climáticas, "com previsão de regime de chuvas melhor em relação à safra passada, e menor risco de longos períodos de veranico, que é uma forte característica de anos de La Niña".
Com previsão de produzir cerca de 1,9 milhões de toneladas na safra de cana-de-açúcar, a companhia reviu previsão inicial devido a um incêndio que consumiu parte do canavial no Maranhão.
"Já entregamos 1,7 milhão de toneladas de cana-de-açúcar da safra 2022 e até o encerramento da colheita devemos entregar mais aproximadamente 200 mil toneladas".
Venda de fazenda
No balanço trimestral, como evento subsequente, a BrasilAgro informa a primeira venda de fazenda do Paraguai "com uma importante valorização (TIR em dólares de 27,9%)". A área foi comprada pela companhia em 2013 por USD 314 por hectare e foi vendida por USD 1,7 mil por hectare.
Com 59 mil hectares de área total, a fazenda fica na região do chaco paraguaio, reconhecida pela produção pecuária e expansão para a agricultura.
"Continuamos, com protagonismo, atuando na busca de novas oportunidades de crescimento e geração de valor", diz a diretoria ao Mercado.
O balanço traz também a confirmação de dividendos de R$ 320 milhões, já aprovados em assembleia, equivalentes a R$ 3,24 por ação.