Festas típicas dos meses de junho e julho intensificam a prática e oferecem maior risco, principalmente pelo tempo mais seco, o que aumenta a possibilidade das queimadas florestais
Com a chegada do tempo seco em todo estado de São Paulo reacende o alerta sobre os perigos relacionados à soltura de balões. A prática ganha ainda mais adeptos no período marcado pelas festas típicas dos meses de junho e julho.
Foto: Divulgação/ Copel |
Contudo, o que pode parecer uma brincadeira de criança, esconde um perigo sério e real: as queimadas das reservas florestais, o perigo à aviação civil e os riscos de incêndio nos centros de distribuição e refinarias de combustíveis.
Nas últimas semanas foram registradas ao menos duas quedas de balões no Polo Petroquímico de Capuava, localizado na região do Grande ABC e considerado um dos maiores do estado. Os objetos foram interceptados pelos brigadistas da Refinaria, que permanecem 24 horas a postos monitorando o céu para identificar balões que sobrevoem a região do Polo. Nos últimos 10 anos foram interceptados quase 1.100 balões no local.
Neste último sábado, 2, a Defesa Civil registrou um grande foco de incêndio no município de Campo Limpo Paulista, após a queda de um balão em uma área de reserva natural. As equipes do Corpo de Bombeiros atuaram com diversas viaturas para combater o fogo.
Também provocado por um balão, um incêndio de grandes proporções consumiu metade da reserva natural do Parque Juquery, na região de Franco da Rocha, em 2021. A fuligem foi tão intensa que se espalhou pela capital e por várias cidades da região metropolitana, atingindo ruas e casas.
Para combater a soltura de balões e prevenir as queimadas florestais, a Defesa Civil do Estado desenvolve a Operação Estiagem, no período de 1 de junho a 30 de setembro. Durante esse período são realizadas ações de conscientização junto à população, com divulgação de mensagens e alertas, tanto por mensagens de SMS, divulgação de panfletos, faixas e ações em escolas. Além das ações de combate à soltura de balões, durante a Operação Estiagem a Defesa Civil desenvolve campanhas de conscientização sobre os riscos gerados pelas queimadas de folhas no quintal das casas, atitudes como jogar bitucas de cigarro na beira das rodovias e as fogueiras típicas das festas juninas. Além disso, o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) monitora, em tempo integral, a umidade relativa do ar e, sempre que observa o índice abaixo de 30%, emite um alerta para a região identificada, orientando sobre os riscos de queimadas e cuidados importantes com a saúde, como manter-se sempre hidratado.
Na edição deste ano o CGE iniciou testes com uma nova ferramenta tecnológica que utiliza dados de quatro satélites e, por meio de inteligência artificial, identifica, em tempo real, focos de incêndios em uma área de 60m², o que permite o cadastramento de ocorrências para o combate do fogo ainda no início, evitando que se alastre pelas reservas florestais. A tecnologia também faz o cruzamento de diversos dados, como umidade do ar, temperatura, acumulado de chuvas, ventos e emite a probabilidade de queimada, classificando em alerta, alto ou baixo risco. Com essa informação é possível agir preventivamente nos locais específicos.
Atualmente, os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à biodiversidade e conservação ambiental, causando a morte de animais silvestres, prejudicando a vegetação, aumentando a poluição do ar, diminuindo a fertilidade do solo, além de apresentarem risco de acidentes de queimaduras com vítimas e afetarem a saúde da população. Estudos apontam que a maior parte dos incêndios florestais é decorrente de ação antrópica – causados pelo homem, de maneira acidental ou intencional –, entre eles, além das queimadas para fins agrícolas, queima de lixo, fogueiras e balões.
De janeiro a junho deste ano a Polícia Ambiental apreendeu 62 balões e autuou 121 pessoas pela prática criminosa, em todo o estado de São Paulo. Em 2021, a Operação Corta fogo, desenvolvida pela Secretaria da Infraestrutura e Meio Ambiente e Polícia Ambiental registrou 5.025 focos de incêndio. Durante as fiscalizações realizadas pela Polícia Ambiental foram elaborados 421 autos de infração e aplicado cerca de R$ 40 milhões em multas, em 2021.
Soltar balão é crime, conforme previsto no artigo 42 da lei dos crimes ambientais (Lei 9.065, 12 de fevereiro de 1998). A prática de fabricar, vender, transportar ou soltar balões pode ser punida com detenção de um a três anos e multa.
Para mais informações ligue: (11) 2193-8697 l 8612 e 8613
E-mail para defesacivil@sp.gov.br