O monólogo “Na medida do impossível”, que reflete, com humor, sobre nossos medos e sequelas emocionais, está em cartaz no Teatro Candido Mendes, em Ipanema
Com idealização, texto e intepretação de Luciana Fregolente e direção de Victor Garcia Peralta, a comédia se passa durante uma madrugada de insônia, quando uma mulher contemporânea reflete sobre seu afastamento do mundo, seus medos e dificuldades no convívio social. Como voltar a viver?
"Uma investigação dramatúrgica que encanta pela simplicidade (e pela destreza de sua estrela): há uma ingrata medida entre saudade e desapego, e merece um milhão de dólares quem souber encontrá-la. Até ela ser encontrada, faz-se Teatro. Seja teatro para denunciar as mazelas do vazio, seja teatro pra oferecer aconchego, como é “Na Medida do Impossível” (Rodrigo Fonseca, O Estado de São Paulo).
Numa madrugada de insônia, uma mulher madura reflete sobre seu processo de afastamento do mundo, iniciado anos antes do começo da pandemia e da necessidade de isolamento social. É o ponto de partida do monólogo “Na medida do impossível”, em cartaz no Teatro Candido Mendes, em Ipanema, que leva à cena uma discussão bem-humorada sobre saúde mental, solidão e os medos que enfrentamos diante de uma vida que recomeça. Com direção de Victor Garcia Peralta, a autora e atriz Luciana Fregolente volta aos palcos depois de 10 anos na pele de uma tradutora de livros, casada e mãe, que expõe sua crescente dificuldade em se conectar com o ser humano.
Idealizadora do projeto, Luciana Fregolente, roteirista do núcleo de humor da TV Globo de 2014 a 2021, escreveu a peça nas madrugadas de uma semana, ainda no começo da pandemia, quando já não tinha mais uma rotina definida. Com toques de autoficção, a história se passa justamente durante uma madrugada, quando conhecemos os pensamentos dessa mulher contemporânea, exilada dentro da própria casa, enfrentando o pânico e a depressão, que imagina conversar com um amigo que morreu muito jovem.
“Criei uma mulher que vive sua própria pandemia, não sai mais de casa por causa de uma síndrome do pânico. Uma mulher que criou sua própria prisão. Numa noite, ela começa a contar para um amigo já morto o que mudou nas últimas décadas tanto na sua vida quanto no mundo”, detalha Luciana. “Ela explica desde o que são os millenials e o Uber até o quanto ela engordou, envelheceu e se afastou dos amigos”, acrescenta.
Grandes amigos há 15 anos, Victor Garcia Peralta e Luciana Fregolente foram parceiros de trabalho na comédia “Alucinadas”, que estreou em 2010 nos palcos e, depois, foi adaptada para um programa no Multishow. O diretor foi o primeiro a ler “Na medida do impossível” e conta que, logo, se entusiasmou a montar o espetáculo. “Eu admiro a forma como a Luciana trata um assunto como o pânico com leveza e humor, mas sem tirar a profundidade que o assunto requer. Com a pandemia, ninguém escapou das sequelas emocionais e é preciso falar disso urgentemente”, comenta Peralta.
Luciana acredita que, com humor, a gente consegue expor nossas dores com mais facilidade. “Está todo mundo com a cabeça complicada, então é muito importante discutir saúde mental, depressão, pânico. Acho essencial que as pessoas tirem suas neuroses do armário. E o teatro é um ótimo meio para a gente refletir sobre esse tema, principalmente na comédia que nos deixa mais à vontade para trazer à tona o que nos machuca de verdade”, conclui.
Sobre Luciana Fregolente
Luciana Fregolente é roteirista, atriz e criadora do quadro “Mulheres Fantásticas” (Prêmio Le Blanc de 2020) na TV Globo. Em 2015, foi redatora chefe e roteirista da comédia “Alucinadas” no Multishow. Fez parte do núcleo de humor como roteirista da TV Globo de 2014 a 2021. Concorreu ao Emmy Internacional pelo programa “Zorra”, em 2016, após a reformulação do programa. Em 2017, escreveu o filme “Chocante”, ao lado de Bruno Mazzeo e Pedro Neschiling. Luciana é autora das peças de teatro: “Alucinadas” e “Na medida do impossível”. Como atriz começou sua carreira simultaneamente no teatro e na televisão em 1991. Na TV, entre seus principais trabalhos, protagonizou, em 2002, a série “Família SA”, no canal Futura, ao lado de Leandro Hassum. Também na Rede Globo atuou em diversos programas, como “A Grande Família”, “Os Normais”, “A Diarista”, “Sob nova Direção”, “Os Amadores”, “Casos e Acasos”, “Força Tarefa” e em vários episódios da sitcom “Cilada (2009)”, no canal Multishow fazendo diferentes personagens ao lado de Bruno Mazzeo. Também participou de mais de uma dezena de novelas – entre elas “Beleza Pura”. Em 2010, viveu Dircinha Batista na microssérie “Dalva e Herivelto”, da TV Globo. Em 2014, protagonizou e escreveu o programa “Alucinadas”, ao lado de Renata Castro Barbosa, no canal Multishow onde de 2016 a 2020 fez a série “Xilindró”. No cinema, participou de vários filmes entre eles “Os Normais” e “Nise, O Coração da Loucura”. Fez parte do Podcast “Grampos Vazados”, da plataforma Hysteria.
Sobre Victor Garcia Peralta
Victor Garcia Peralta é formado no Piccolo Teatro di Milano, sob a direção de Giorgio Strehler. Trabalhou em Buenos Aires como ator e diretor em diversos espetáculos. No Brasil, dirigiu o sucesso “Os homens são de Marte... E é para lá que eu vou!” (com Mônica Martelli). Também foi responsável pela direção dos espetáculos “Não sou feliz, mas tenho marido” (com Zezé Polessa), “Decadência” (de Steven Berkoff, com Beth Goulart e Guilherme Leme), “Alucinadas” (de Bruno Mazzeo, Elisa Palatnik e Fabio Porchat, com Luciana Fregolente e Renata Castro Barbosa), “Um marido ideal (de Oscar Wilde, com Herson Capri, Edwin Luisi e Bianca Byngton); “Tudo que eu queria dizer” (de Martha Medeiros, com Ana Beatriz Nogueira), “Quem tem medo de Virginia Woolf?” (de Edward Albee, com Zezé Polessa), “A Sala Laranja: no Jardim de infância” (Victoria Hladilo), “O garoto da última fila” (J. Mayorga), entre muitos outros. Na televisão, dirigiu “Alucinadas” (Multishow) e “Gente lesa” (GNT).
Ficha Técnica
Idealização e texto: Luciana Fregolente
Direção: Victor Garcia Peralta
Interpretação: Luciana Fregolente
Cenografia: Adriana Milhomem
Iluminação: Djalma Amaral
Trilha sonora: Antonio Leoni
Programação visual: Humberto Costa
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Mídias sociais: Rafael Teixeira
Fotografias: Carolina Warchavsky
Direção de produção: Isabel Themudo
Produtoras associadas: Luciana Fregolente e Isabel Themudo
Serviço
Na medida do impossível
Temporada: 1º de julho a 1º de outubro de 2022
Teatro Cândido Mendes: Rua Joana Angélica, 63 - Ipanema
Telefone: (21) 3149-9018
Dias e horários: sexta e sábado, às 22h.
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Vendas na bilheteria e pelo site Sympla:
https://bileto.sympla.com.br/
Duração: 55 minutos
Lotação: 103 pessoas
Classificação Etária: 14 anos.
Redes: Instagram: @medidadoimpossivel