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Setor tecnológico quer alcançar 10% do PIB catarinense até 2030

19 de Julho de 2022

Nova diretoria da ACATE que tomou posse nesta segunda (18) pretende fortalecer vetores para crescimento do segmento, que responde hoje por 6,1% da economia catarinense

Com a ousada meta de crescer em quatro pontos percentuais a participação do setor tecnológico na economia de Santa Catarina nos próximos oito anos, a nova diretoria da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) tomou posse nesta segunda, dia 18 de julho, na sede da entidade, em Florianópolis. Uma das principais apostas da nova diretoria, liderada pelo empresário Iomani Engelmann, reconduzido ao cargo, é fortalecer e impulsionar os mecanismos que aceleram a jornada de desenvolvimento das empresas de tecnologia, de sua concepção, validação, ida ao mercado, captação de investimentos e crescimento exponencial. O objetivo é reforçar os programas estratégicos da entidade que acompanham a jornada do empreendedor em todas as fases de tração e nos diferentes estágios de maturidade de um negócio. "Queremos cada vez mais conectar empreendedores das nossas empresas que alcançaram destaque nacional e global com aqueles que estão iniciando suas jornadas. O mesmo faremos entre os polos regionais espalhados pelo Estado, levando boas práticas e recursos para amadurecer o ecossistema catarinense", destaca Engelmann.

Outra frente que permanece no foco é a contínua necessidade de formação de talentos para atuar nas empresas – um dos principais entraves de crescimento das empresas na última década, que ganhou novos desafios com a pandemia, pela intensa transformação digital de diversos setores e a concorrência global por profissionais. A criação de uma vice-presidência de Talentos, que segue liderada pelo empresário Moacir Marafon, foi uma das ações da última gestão para fortalecer o olhar para o tema. A meta, em 2022, é alcançar 5 mil participantes por ano nas jornadas de formação de talentos apoiadas pela entidade.

Engelmann e Marafon dividem a nova gestão empossada com Paula Lunardelli, vice-presidente de Ecossistema; Annalisa Dal Zotto, vice-presidente de Finanças; Felipe Mandawalli, vice-presidente de Integração; Henrique Bilbao, vice-presidente de Internacionalização; Walmoli Gerber Jr, vice-presidente de Marketing e Diego Brites Ramos, vice-presidente de Relacionamento. O grupo que comandará a entidade até 2024 pretende fortalecer cada vez mais a governança dos polos regionais de Santa Catarina, consolidando o movimento de expansão que a ACATE promoveu por todas as regiões catarinenses nos últimos anos. Com ações de mapeamento da maturidade de cada região, a gestão pretende levar cada vez mais programas estratégicos como a incubadora MIDITEC e sua metodologia de desenvolvimento de startups; o programa de inovação aberta LinkLab, que conecta corporates com startups; além das Verticais de Negócios e a Rede de Investidores Anjo (RIA/SC).

Além de alcançar os 10% da economia catarinense nos próximos anos, a ACATE aposta em ações que possam ampliar o impacto da entidade no Estado. O engajamento dos empreendedores nas iniciativas da associação e a retenção de startups entre as associadas também estão no radar desta gestão. O fortalecimento de eventos de todas as iniciativas e programas da entidade, além do anual Startup Summit, em parceria com o Sebrae, seguem sendo prioridades desta gestão. 

Referência para o país

Na avaliação do presidente, o ecossistema catarinense é um dos principais e mais completos do país, com desafios de alcançar mais reconhecimento internacional. O cenário de crise macroeconômica e principalmente a revisão das teses de investimento de muitas gestoras de fundos impactam o setor em todo o país, mas, na opinião de Engelmann, menos em Santa Catarina. "O modelo de negócio das empresas catarinenses, majoritariamente B2B (que se relaciona exclusivamente entre empresas), favorece a injeção de capital para crescimento em cheques menores – diferente das teses de captação para negócios voltados ao consumidor final, colocados em xeque neste momento de crise de investimentos", destaca. A diversificação de segmentos que as empresas catarinenses atuam, não se concentrando em uma vertical ou em um tipo de tecnologia, também permite um menor impacto neste momento, completa. Por fim, a infraestrutura do estado, que ampliou e consolidou os centros de inovação nas principais regiões, a mão de obra qualificada e a presente qualidade de vida seguem sendo berços de muitos negócios, além de atrair empreendedores e empresas de outras regiões.

Esta gestão pretende seguir levando o nome de Santa Catarina para todo o país e o mundo. A ACATE já tem projetos em desenvolvimento em São Paulo, Ceará, além de parcerias estratégicas com entidades nacionais e de estados como o Rio Grande do Sul. "A força e a referência das empresas catarinenses, que só no ano passado passaram por R$ 10 bilhões em operações de fusões e aquisições, tem levado nossas iniciativas para fora". Na opinião de Engelmann, há mais espaço para crescer e atrair investimentos para fortalecer o setor. Estados como o Espírito Santo, por exemplo, criaram como política pública fundos próprios para investimento em startups, catapultando a economia da região. 

Em 2022, a ACATE completou 36 anos de atuação. Fundada em 1º de abril de 1986, a entidade ajudou a consolidar e é a principal representante do setor tecnológico catarinense, considerado um dos principais hubs de inovação do país. Suas ações e programas estratégicos buscam aumentar o reconhecimento dessa indústria no estado, país e também internacionalmente. Reunindo mais de 1,5 mil empresas e organizações de base tecnológica, tem como missão promover a cultura da inovação em toda Santa Catarina.

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