De 16 a 20 de março, na Oca do Ibirapuera
A imersão plena na captura de imagens de 2020 em São Paulo, com a mostra “Cidade Errante”. Fruto de seu olhar sensível e apurado diante da paisagem urbana e humana da metrópole, a exposição reuniu 17 imagens selecionadas sob a curadoria do jornalista, fotógrafo e crítico Eder Chiodetto.
“Mario revela-se um fotógrafo de cidades intangíveis. Suas imagens se negam a devolver mecanicamente a paisagem. Entre a sua aguçada percepção e o gesto fotográfico, a cidade se converte num território de fabulações. Luzes incidentais eclipsam as noites lúbricas da cidade, esse entreposto de desejos e temores, que os homens construíram a partir da percepção de que só é possível se encontrar na errância. Errar uma cidade deixar-se seduzir pelos seus pontos de luz que agonizam na madrugada de roteiros incertos, para encontrar, no avesso das certezas, aquilo que estava segredado em seus monumentos. Não importa em que cenário do mundo ele se encontra, pois a cidade que ele investiga está instalada dentro de sua imaginação e não diante de seus olhos. Seu olhar investiga lumes, segredos à meia luz, monólitos encapsulados em sombra espessa, personagens que com seus passos trôpegos rompem limites, avançam perímetros”.
Cabe à “cidade física” compartilhar seus espaços reais e concretos com uma urbe impalpável, plena de sentidos plurais e mergulhada em outras vivências temporais, fenômeno a que se pode chamar de “urbanismo sem cidade”. Os imaginários não são apenas representações em abstrato e de natureza mental, antes “encarnam” ou se “incorporam” em objetos, nos cidadãos que encontramos à luz pública e dos quais podemos deduzir sentimentos sociais como o medo, o amor, a ilusão ou a raiva. Tais sentimentos são arquiváveis como escritos, imagens, sons, produções de arte ou textos de qualquer outra matéria da qual o imaginário impõe seu valor dominante
Armando Silva aprofunda que o objeto urbano não tem, portanto, somente sua função de utilidade, mas que recebe uma valoração imaginária que o dota de outra substância representacional. Um imaginário que se constrói desde as percepções coletivas, das subjetividades sociais, dos “fantasmas”, de negações e abandonos, das recordações, dos saberes e modos de ser urbanos.
Que histórias estão por trás dessas imagens? Com suas intervenções humanas na cidade, de uma cidade imaginada/imaginária, ideal ou de conflitos, impossibilidades...
Sobre a Carcará Photo Art
A Carcará Photo Art assume o compromisso de estimular, promover e valorizar a arte fotográfica nas suas múltiplas tecnologias e suportes. Seu objetivo é ampliar o número de pessoas, profissionais ou amadores, empenhadas em transformar o ato de fotografar num momento de criação estética, de modo que o resultado seja uma ação consciente do sujeito que fotografa e proporcione um tempo de contemplação de uma obra de arte para o espectador. Ela trabalha com Modernistas como José Oiticica Filho; Vanguardistas como Hélio Oiticica e Contemporâneos como Luiz Garrido, Milton Montenegro e Jurandy Valença entre outros. Apresentamos a Cosmococa 2 de Hélio Oiticica e Neville D’Almeida com curadores renomados o que tem atraído a atenção da mídia especializada de colecionadores de todo o mundo. A direção é de Carlo Cirenza com Lala Guimarães, Teresa Schiff e Luiza Schiff.
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