Cultura - Teatro

Cearense Josemir Kowalick volta ao palco com o espetáculo Amor em 79:05” dirigido por Elias Andreat

17 de Fevereiro de 2022

O ator Josemir Kowalick volta ao cartaz com o espetáculo Amor em 79:05”, que reestreia no dia 12 de março (sábado, às 21h) na Giostri Teatro, após a temporada ter sido interrompida no início da pandemia.

A montagem é uma adaptação do diretor Elias Andreato para o livro homônimo de Vinícius Márquez, cuja estreia foi em 2016.

Com abordagem contemporânea, o enredo apresenta um escritor de meia idade em momentos de solidão, vivenciando o amor em seus múltiplos sentidos. Amor em 79:05” mostra os sentimentos, as frustrações, os desejos e as derrotas da personagem sob intensa égide poética.

E em pleno momento criativo, o homem imagina seu encontro com um jovem e belo rapaz (vivido por Felipe Camelo) e relata um cotidiano fictício desse relacionamento homoafetivo. Ele expõe as dificuldades da relação, alternando devaneios, discussões e momentos de ternura. As imagens são difusas. O jogo entre imaginação e realidade sugere também a possibilidade de ser o jovem quem escreve a história. “O que fica claro na peça é a certeza de que o artista é capaz de todas as fantasias. Para falar de uma dor é preciso inventar uma história”, comenta o diretor Elias Andreato.

A presença desse jovem em cena não tira o caráter de monólogo da peça, pois sua presença é quase etérea. Os diálogos não chegam a ocorrer, são solitários. O interlocutor - imaginário ou não - reforça o sentido das palavras e atinge de forma eficaz aquele a quem são destinadas. “O jovem representa a presença da ausência nesse momento de amor e dor”, explica Josemir Kowalick. “Esse rapaz pode representar também um desejo do escritor, projetado em sua cama”, completa o diretor.

Andreato argumenta que Amor em 79:05” discute a relação do tempo com o amor e a solidão. “O texto mostra a intensidade de um relacionamento, independente da opção sexual, e nos faz pensar nas relações afetivas que, hoje, são tão efêmeras, quando não se valoriza o contato direto, quando a tecnologia pode substituir a intensidade do toque, do olhar próximo”. Ele completa: “há falta de tempo para falar de si, das angústias; muitas pessoas querem mesmo é provar publicamente, nas redes sociais, o quanto são felizes”.

A trilha sonora original do espetáculo - assinada por Fábio Sá - traz duas canções com letras de Elias Andreato, interpretadas (em gravação) por Josemir Kowalick. O diretor também criou o cenário (o quarto do escritor) com poucos objetos: poltrona, cama e persiana (esta possibilita frestas e transparências sem delimitar ou fechar o ambiente). A cenografia é composta também por projeções que reportam à natureza, sugerindo um universo lúdico em contaste com as dores expostas pela personagem. A ficha técnica tem ainda Leo Sgarbo no figurino, Rodrigo Alves “Salsicha” na iluminação e Daniel Torrieri Baldi na produção.

Para Josemir Kowalick, a montagem propõe cumplicidade com o público, ao apresentar questões afetivas inerentes a todas as pessoas de forma sensível e, ao mesmo tempo, dura e direta. “Sempre é importante falar de amor, em todos os tempos, principalmente agora”.

Josemir Kowalick tem 31 anos de carreira como ator e diretor teatral, dedicando-se ainda à docência em artes cênicas, há mais de 20. Entre suas atuações mais recentes, destaque para as montagens Ator Mente (de Steven Berkoff, direção de Marco Antônio Pâmio), Abajur Lilás (de Plínio Marcos, direção de André Garolli), Os Anjos da Praga (de Marcelo Marcus Fonseca) e Pano de Boca (de Fauzi Arap, direção de Marcelo Marcus Fonseca). O artista lembra também com afeto que dirigiu ator e crítico teatral Alberto Guzik (1944-2010) em O Monólogo da Velha Apresentadora, sua última incursão em cena.

FICHA TÉCNICA - Texto: Vinícius Marquez. Direção e adaptação: Elias Andreato. Elenco: Josemir Kowalick e Felipe Camelo. Cenografia: Elias Andreato. Figurino: Leo Sgarbo. Iluminação: Rodrigo Alves (Salsicha). Canções: Elias Andreato e Fábio Sá. Trilha composta: Fábio Sá. Preparação corporal: André Capuano. Direção de produção: Daniel Torrieri Baldi. Assistência de produção: Sabrina Nask. Design gráfico: Alexandre Muner. Fotos: Rodrigo Chueri e Francisco Júnior. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Realização: Desembuxa Entretenimento. Estreou em 06/07/2016.

Espetáculo: Amor em 79:05”

Reestreia: 12 de março de 2022 - Sábado, às 21h

Temporada: 12 de março a 17 de abril - Sábados (21h) e domingos (20h)

Ingressos: R$ 60,00 (meia-entrada: R$ 30,00)

Bilheteria: 1 hora antes das sessões

Ingressos online: https://www.sympla.com.br/

Gênero: Drama. Duração: 60 minutos. Classificação: 14 anos.

Giostri Teatro

Rua Rui Barbosa, 201 - Bela Vista, São Paulo/SP.

Tel: (11) 2309-4102. Capacidade: 50 lugares.

https://www.giostricultural.com.br/teatro

Perfis

Elias Andreato (diretor) - Elias Andreato é ator e diretor. Como intérprete, transita com desenvoltura nos variados estilos da cena contemporânea, destacando-se nas atuações em personagens densas, comprometidas com o ato de viver. Como diretor, distingue-se, sobretudo, nas produções de comédias, buscando efeitos de leveza e entretenimento. Seus principais trabalhos como diretor de teatro são: Não Tenha Medo de Virgínia Woolf (com Esther Góes), Arte Oculta (de Cristina Mutarelli, com Carlos Moreno e Cristina Mutarelli), Rimbaud - Fragmentos da Obra e Vida de Rambaud (roteiro de Andreato, com Ariel Borghi, Nilton Bicudo e Vitória Camargo), A Lista de Alice” (de Betinho, com Ângelo Antônio), Visitando o Sr. Green (de Jeff Baron, com Paulo Autran e Cassio Scapin), Eu Não Sou Cachorro (de Fernando Bonassi, com Celso Frateschi), A Filha da ... (de Carlos Eduardo Silva, com Marília Pêra, Luciana Coutinho, Nina Morena e Luciano Barbalho), Elas Cantam Chico (show com Ana Carolina, Zizi Possi, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Fernanda Abreu, Wanderléa, Alcione, Elza Soares e outras), 3 Versões da Vida (de Yasmina Reza, com Denise Fraga, Marco Ricca, Mário Schoemberger e Ilana Kaplan), O Rim (de Patrícia Melo, com Carolina Ferraz, Ivone Hoffmann, Marcelo Serrado e Heitor Martinez), Adivinhe Quem Vem Para Rezar (de Dib Carneiro Neto, com Paulo Autran e Cláudio Fontana), Operação Abafa (de Jandira Martini e Marcos Caruso, com Miguel Magno, Jandira Martini, Marcos Caruso, Tânia Bondezan, Noemi Marinho, Francarlos Reis e Diego Leiva), Andaime (de Sérgio Roveri, com Cassio Scapin e Cláudio Fontana) e Alma Despejada (de Andréa Bassitt, com Irene Ravache). Nos últimos anos, dirigiu importantes montagens, em cartaz no eixo Rio-São Paulo, entre elas Cruel (com Reynaldo Gianecchini, Maria Manoella e Erik Marmo), Meu Deus (com Irene Ravache e Dan Stulbach), A Casa de Bernarda Alba (com Walderez de Barros e grande elenco) e Rei Lear (com Juca de Oliveira). Atualmente, apresenta o monólogo Arap, criação do ator e diretor em homenagem a Fauzi Arap.

Josemir Kowalick (ator) – Nascido em Saboeiro/CE e residente em São Paulo, Josemir Kowalick é ator formado em artes cênicas, com especialização no Método Stanislawski pela Escola de Arte Dramática de Moscou. Como Diretor, desenvolveu projetos e montagens como Toda Nudez Será Castigada, O Monólogo da Velha Apresentadora, Atire a Primeira Pedra, Traições, As Mulheres de Shakespeare, A Margem do Desejo e Gritos Andaluzes. É professor desde 1998, tendo passado pela reformulação pedagógica de uma escola de teatro de São Paulo e acompanhado, desde o princípio, o surgimento da Escola de Atores Wolf Maya. Atuou em peças como Ator Mente, Mulher Sem Pecado, Diálogos, O Despertar da Primavera, Fogo Morto, A Gaivota, Aurora da Minha Vida, O Sol Está Quente e a Água Esta Ótima, O Grande Dia, O Inspetor, Os Anjos da Praga, Abajur Lilás, Pano de Boca e Ator Mente entre outros. Atualmente, é o Coordenador Pedagógico da Escola Wolf Maya e professor das disciplinas de Interpretação Teatral e Improvisação.

Felipe Camelo (ator) – Felipe é ator, bailarino e coreógrafo. Iniciou a carreira em Recife, no Festival Estudantil de Teatro e Dança de Pernambuco. Em 2003, ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante por Esta Noite se Representa de Improviso, de Pirandello e direção de Fátima Aguiar, e, em 2005, foi indicado como melhor bailarino por Êta Festa Arretada (direção de Fátima Monteiro). Trabalhou como ator, diretor, bailarino e coreógrafo para o Boi Caprichoso no Festival Folclórico de Parintins. Em São Paulo, atuou no musical Tropicalistas (direção Ciro Barcelos) e em Des.esperados (direção Marco Antônio Pâmio). Destaque também para atuações recentes: Dominus Tecum, curta de Renato Simões, Claro e Evidente, longa de Del Rangel, Imagine - Acampamento de Férias (VTV SBT), série dirigida por Bruno Stuani, e Crime Cor de Rosa, peça de Ivo Ueter. Integra a Cia de Teatro Ouro Velho, dirigida por Paulo Marcos, com a qual estreou Juntos Somos Nós e Estação Vivaldi.

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