Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Tarsila do Amaral

8 de Novembro de 2013
 
Tarsila do Amaral em foto da década de 1920  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tarsila do Amaral nasceu na cidade de Capivari, no interior do Estado de São Paulo, e passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou na Espanha e lá nasceu o seu primeiro de muitos quadros, o “Sagrado Coração de Jesus”, que ela pintou em 1904.

Logo após a volta ao Brasil, Tarsila se casou com André Teixeira Pinto, com quem teve a filha Dulce. O casamento durou pouco e ela resolveu se dedicar a sua grande paixão, a arte. Primeiro foram as esculturas e depois o desenho e a pintura.

Em 1920 foi estudar em Paris, na Académie Julien, e voltou ao Brasil em 1922, logo depois da realização da Semana de Arte Moderna. Amiga de Anita Malfatti, entrou para o então grupo modernista e se apaixonou pelo escritor Oswald de Andrade.

Com Oswald, Anita e os escritores Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, Tarsila revolucionou a cultura e a sociedade da cidade de São Paulo, naqueles anos de 1920, com a concepção de arte moderna. É dessa época seu primeiro grande quadro que ganhou notoriedade internacional, a tela “A Negra”.

Em uma nova temporada de estudos em Paris, Tarsila se tornou amiga de Pablo Picasso, do compositor brasileiro Villa Lobos e do pintor Di Cavalcanti, e ficou conhecida pelos almoços bem tipicamente brasileiros que promovia no seu apartamento ou no seu ateliê na capital francesa.

Em 1924, em uma viagem às cidades históricas de Minas Gerais, Tarsila do Amaral descobriu as cores fortes que marcariam para sempre sua obra: o azul puríssimo, o rosa violáceo, o amarelo vivo e o verde cantante. Nascia aí a sua fase chamada de Pau Brasil e onde surgiram célebres telas como “Carnaval em Madureira”; “Morro da Favela”; “O Mamoeiro” e “O Pescador”.

Em 1926, Tarsila já realizava exposições individuais e se casou com Oswald de Andrade, tendo Washington Luís, o Presidente do Brasil na época, como seu padrinho de casamento. E foi em 1928 que ela gravaria seu nome na pintura e na arte brasileiras ao criar o quadro “Abaporu”, que significa, em tupi guarani, “o homem que come carne humana”. A partir dessa obra surgiu o Movimento Antropofágico Brasileiro, liderado por ela e por Oswald de Andrade em prol da valorização da cultura nacional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Até hoje, esse quadro é referência mundial e a mais cara pintura já vendida no Brasil. Em 1930, Tarsila se separou de Oswald de Andrade e logo depois passou a namorar o médico comunista Osório Cesar, que a levou a expor em Moscou.

Alguns anos depois, no entanto, ela se casaria novamente, agora com o escritor Luís Martins, e no início da década de 1950 pintou quadros como “Fazenda”, “Paisagem ou Aldeia” e “Batizado de Macunaíma”. Participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo e marcou presença na Bienal de Veneza em 1964.

Tarsila foi o nome feminino mais importante da pintura nacional no século XX e seus quadros são dos mais valorizados até hoje em qualquer galeria de arte. Ela morreu em São Paulo em janeiro de 1973, aos 86 anos.

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