Viver - Saúde

Mesmo com nova variante, 42% dos brasileiros já se sentem confortáveis em ficar sem máscara

8 de Dezembro de 2021

É o que aponta o levantamento feito pela plataforma de monitoramento v-tracker, sobre o uso de máscaras em ambientes públicos

É o que aponta o levantamento feito pela plataforma de monitoramento v-tracker, sobre o uso de máscaras em ambientes públicos

A confirmação de três casos da variante ômicron no dia 30 de novembro fez o comitê científico que orienta a gestão de João Dória (PSDB) adiar a flexibilização do uso de máscaras no Estado de São Paulo, desistindo de liberar o uso em ambientes ao ar livre, medida que estava prevista para entrar em vigor no dia 11 de dezembro.

Mas, não é todo mundo que ficou feliz com a decisão de manter as máscaras, inclusive em outros estados. É o que aponta os dados coletados na primeira semana de dezembro, com a ajuda de mil respostas para a seguinte pergunta:

"Imagine que não é mais obrigatório o uso de máscara em locais públicos a partir de hoje em todo o país: como você se sentiria ao sair de casa sem máscara? Se já tiver liberado na sua cidade, fale como você se sente hoje. Coloque 1 para NADA CONFORTÁVEL e 5 para SUPER CONFORTÁVEL."

Mesmo com o surgimento da variante ômicron, é maior o número de respondentes que responderam se sentir entre confortável e super confortável. De cada três brasileiros, um já se sente muito confortável para não utilizar as máscaras em ambientes públicos. Já os contrários a deixar de usar a máscara são a minoria: 25% dos entrevistados responderam que ficam "nada confortáveis" sem utilizar a medida não farmacológica.

Os dados também apontam que são as mulheres (41,9%) que se sentem mais desconfortáveis que os homens (32,1%) quando o assunto é sair sem máscara. Mas, mesmo com a diferença no desconforto, o número de mulheres e homens que já se sentem confortáveis para sair sem máscara é maior. Para os homens, chega a quase 50%.

Se olharmos os dados à partir da idade dos respondentes, enquantos mais da metade (55,2%) com 46 anos ou mais afirmam não estar confortáveis para sair sem máscara, o número de jovens desconfortáveis com em usar a máscara hoje, entre 18 e 25 anos, cai quase pela metade.

Agora, com um olhar por regiões do Brasil, a diferença de comportamento dos brasileiros quanto a máscara, mesmo sabendo da nova variante, é ainda maior.

Encontramos na Região Sudeste (principalmente São Paulo) a concentração de pessoas menos confortáveis para sair de casa sem a máscara. Já é na Região Sul que está a maioria que fica confortável sem as máscaras em ambientes públicos.

Segundo Gabriel Viragine, Diretor da plataforma v-tracker - "O debate sobre o uso de máscaras em locais públicos evidencia a polarização da população brasileira em tópicos sociais e políticos ao mesmo tempo que consegue aflorar sentimentos conflitantes dentro das pessoas. Por um lado, a população está cansada da tensão que a pandemia trouxe sobre nossas vidas e a máscara passou a ser vista como uma alegoria dos anseios que as pessoas passaram e ainda estão passando."

É o que confirma a análise dos sentimentos nas falas dos respondentes. Com a ajuda de inteligência artificial e neurociência, foi possível visualizar nos dados o que o brasileiro sente ao falar do uso de máscara. Gabriel nos explica - "Os dois sentimentos mais citados foram relaxamento e medo, apontando uma dualidade e polarização muito clara nas opiniões".

CLASSES SOCIAIS: DIFERENÇA SÚTIL, MESMO ASSIM CONSIDERÁVEL

De um lado, os respondentes das classes A e B estão mais equilibrados em suas opiniões. Enquanto 42% não querem tirar as máscaras, 39% já se sentem confortáveis sem ela.

Já para as classes C, D e E a diferença é mais acentuada. 44% da população está confortável em não utilizar máscaras e apenas 1 em cada 3 respondentes destas classes não se sente confortável em sair de casa sem a sua máscara.

LOCAIS MAIS TEMIDOS PARA FICAR SEM MÁSCARA

De forma espontânea, os respondentes nos contaram quais são os principais locais que eles se sentem desconfortáveis em não utilizar máscaras.

Nossa ferramenta gerou uma nuvem de palavras que evidencia quais são esses lugares. Quanto maior estiver o nome, mais vezes este local foi citado pelos brasileiros.

Lugares fechados, em geral, são os que mais preocupam as pessoas neste momento. Hospitais aparecem em segundo lugar. Depois disso, diversos locais são citados com a mesma intensidade como transporte público, ônibus e shopping. Importante destacar que quase houve um volume pequeno de menções sobre o local de trabalho.

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