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OMS pede que grupos de risco voltem a se proteger da Covid-19. Obesos vacinados continuam em risco

2 de Dezembro de 2021

Especialista em obesidade, Cid Pitombo alerta que houve casos de obesos vacinados com complicações e é cedo demais para se expor ao risco, sobretudo diante de cepa totalmente desconhecida

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou para que pessoas com comorbidades e idosos voltem a se proteger com mais rigor para evitar a contaminação pelo coronavírus, ainda que estejam vacinadas contra a Covid-19 em duas ou três doses. E um dos pedidos foi que deixem de viajar para evitar que a nova cepa surgida na África do Sul, batizada de Ômicron, se espalhe ainda mais. O motivo do alerta é que a nova cepa possui mais de 50 modificações em seu genoma em relação ao vírus original, e concentra 32 delas na proteína spike, usada para infectar as células, e justamente onde a maior parte das vacinas atuais atua, impedindo a proliferação do vírus no organismo.

Enquanto não se tem certeza dos efeitos da nova variante, a melhor medida é evitar a contaminação ao máximo, e ao menos com uso de máscara e distânciamento.

De acordo com o médico Cid Pitombo, especialista em tratamentos para obesidade, até o momento os obesos não deixaram de estar entre os grupos de risco, mesmo vacinados.

"O nosso apelo aos obesos é que mantenham o uso de máscara e distanciamento, pois diante de um risco desconhecido, o melhor a fazer é se prevenir. Não se sabe ainda qual vai ser o comportamento desta variante no corpo de obesos vacinados, e sobretudo, com a idade mais avançada e portador de diabetes ou hipertensão. Até o momento, tivemos casos de obesos que tiveram agravamento mesmo com vacina, e isso pode estar relacionado a variantes, além de respostas imunológicas reduzidas. Esta é totalmente nova e enquanto não há informações seguras, o melhor a fazer é evitar a doença", esclarece Cid Pitombo.

O médico lembra que até mesmo quem já teve Covid pode pegar e ter um desfecho clínico pior do que na primeira vez, pois pode estar com o organismo com sequelas. "O corpo do obeso é naturalmente inflamado e a resposta perante doenças, até mesmo uma gripe, muitas vezes é pior. Oxigenar o obeso é muito mais difícil e, por isso, muitos acabaram indo à óbito. Não é ter pânico, é ter comportamento preventivo, pois depois que o problema se instala, fica tudo mais difícil. Sabemos que as pessoas estão cansadas do uso da máscara, do isolamento social, mas estamos numa batalha e enquanto não vencermos o vírus de vez, não podemos baixar a guarda. A vida é uma só. Nossa saúde é nosso maior patrimônio. Sem ela, não fazemos mais nada. É unânime entre pessoas que agravaram, a conclusão de que se pudessem voltar atrás, fariam diferente. Nos preocupa muito a chegada do verão, festas de fim de ano, carnaval, praia lotada. Na festa todo mundo aparece, mas e quando a pessoa perde a vida, quem vai surgir para sustentar a família? Disciplina é fundamental".

Perfil do especialista - O médico Cid Pitombo é especialista em tratamentos de obesidade e cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, tendo se tornado referência nacional em seu segmento de atuação, com 30 anos de experiência, sendo 22 com bariátricas. Ao longo de sua carreira, realizou cerca de 5,5 mil cirurgias. É proprietário da Clínica Cid Pitombo, onde realiza atendimento multidisciplinar para tratamento de obesidade, com acompanhamento psicológico e nutricional para cerca de 100 pacientes por mês, de todo o Brasil. E atende também no Hospital Premium da Rede D’or, o Vila Nova Star, em São Paulo. O médico tornou-se ainda mais conhecido ao operar os atores André Marques e Leandro Hassum, que contribuíram fortemente para disseminar a importância da cirurgia bariátrica. Tem mestrado e doutorado em temas ligados a obesidade e é autor do livro Obesity Surgery: Principles and Practice - uma das maiores experiências do mundo no tratamento do obeso mórbido. Mais informações podem ser obtidas pelo site.

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