Há pouco mais de um mês, a empresa iniciou a comercialização de espécies folhosas e condimentares produzidas em uma fazenda vertical localizada no bairro do Ipiranga, próximo ao centro da cidade de São Paulo.
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Nas cestas de folhas ofertadas aos consumidores, por meio de uma assinatura semanal, estão diferentes tipos de alface (crespa, lisa, romana, roxa, americana) e temperos como salsa, tomilho, sálvia, hortelã e manjericão. Nesse primeiro momento, as vendas de hortaliças estão centralizadas nas plataformas digitais da empresa, mas, a partir de fevereiro, elas serão distribuídas também em redes de supermercados e hortifrútis da capital paulista.
“Com a estrutura instalada hoje, temos capacidade de produzir entre 11 e 13 toneladas por mês e, atualmente, não estamos realizando nem 10% desse valor. Porém, estamos ampliando o número de cultivares e teremos muitas novidades ao longo do ano”, sinaliza o empresário Diego Gomes.
A produção das hortaliças tem seguido as orientações de cultivo obtidas durante os experimentos realizados por agrônomos da empresa pública de pesquisa, em conjunto com técnicos da 100% Livre, no Laboratório de Agricultura em Ambiente Controlado da Embrapa Hortaliças, localizado em Brasília/DF. A equipe do projeto tem realizado testes para elaboração de sistemas de produção para diferentes espécies de hortaliças cultivadas em um ambiente controlado e fechado, isto é, em sistemas de agricultura indoor do tipo fazenda vertical e plant factory.
Esse modelo de plantio de espécies vegetais em um local fechado pressupõe cultivos sem solo ou substratos, iluminação artificial com painéis de LED e controle de diversas variáveis meteorológicas no interior da estrutura de ambiente: temperatura e umidade relativa do ar, radiação líquida e global, concentração de CO2 (gás carbônico), entre outras.
“As análises da Embrapa são fundamentais para atingirmos o padrão de qualidade que buscamos nos produtos. Apenas após todas as validações da pesquisa é que trazemos para os testes em estruturas dentro da fazenda de São Paulo e, na sequência, levamos para a escala comercial, nas torres de 12 metros de altura”, detalha Diego.
Ao final do primeiro mês completo de vendas, a empresa comemora a receptividade dos clientes e os retornos positivos sobre sabor, embalagem e prazo de entrega das cestas com hortaliças. “Os resultados são animadores e o feedback dos clientes tem sido muito favorável. Eles ressaltam a possibilidade de uma alface ser colhida pela manhã e, em menos de 2 horas e 5 km, estar em sua mesa. É incomparável a qualidade, a cor e o sabor das folhosas”, comenta o empresário.
Segundo a opinião do pesquisador Ítalo Guedes, que coordena o projeto no âmbito da Embrapa, esses resultados gerados pela pesquisa pública brasileira já demonstram seu potencial de revolucionar a produção e o comércio de hortaliças na maior metrópole da América do Sul.