Viver - Saúde

Mitos e verdades: Dra. Andréa Monteiro tira todas as dúvidas sobre a psoríase

2 de Outubro de 2020

A médica dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Andréa Monteiro, esclarece mitos e verdades sobre esta doença que afeta de 2% a 4% da população mundial

Manifestando-se na pele, a psoríase é uma doença autoimune, de origem genética e de caráter inflamatório crônico, caracterizada por manchas na pele, geralmente avermelhadas, pruriginosas e escamosas, de gravidade é variável, desde manchas pequenas e localizadas até ao revestimento total do corpo. Não há ainda uma cura para a doença, que embora seja objeto de estudos durante anos por parte dos acadêmicos e médicos, é cercada de mitos e até mesmo preconceitos por parte dos leigos, que podem chegar a confundi-la erroneamente com a lepra.

Para ajudar a esclarecer mitos e verdades sobra a psoríase, a Dra. Andréa Monteiro, dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), fala sobre a doença, que afeta aproximadamente 2% a 4% da população mundial sofre de psoríase, que afeta praticamente de forma igual homens e mulheres.

O que causa a psoríase?

Na sua origem pode estar a conjugação de várias causas, como explica Segundo a especialista, entre os principais fatores estão os fatores genéticos, imunológicos e ambientais. “Neste último caso, as infeções bacterianas, certos medicamentos, a obesidade, o estresse, entre outros, promovem o desenvolvimento da doença em doentes geneticamente predispostos.
Além de se manifestar visivelmente na pele, a psoríase pode levar ao desenvolvimento de problemas articulares (artrite psoriática), psicológicos (depressão e ansiedade) e cardiovasculares (diabetes, obesidade, hipertensão arterial e aterosclerose). A artrite psoriática, que se desenvolve em cerca de 30% dos doentes, tem igualmente um grande impacto no prognóstico e na qualidade de vida dessas pessoas acometidas pela doença”.

Mitos e verdades sobre a psoríase

A Dra. Andréa Monteiro esclarece que apesar de todas as campanhas informativas realizadas ao longo dos anos, muitas pessoas ainda não sabem quase nada sobre a doença, ocasionando em diversos mitos e inverdades. A especialista esclarece alguns dos principais:

1- É CONTAGIOSA

A psoríase não contagia sob nenhuma forma. É uma doença crónica da pele, de natureza autoimune, em que o normal ciclo de crescimento das células da pele está acelerado.

2- É CAUSADA POR MÁ HIGIENE

Pode ser desencadeada por um acontecimento estressante, uma amigdalite, a utilização de alguns medicamentos, um corte na pele, uma queimadura solar ou devido ao tempo frio e seco. Ou seja, parece depender da existência de uma predisposição genética associada a um estímulo externo, pelo que não tem qualquer relação com a higiene pessoal.

3- É APENAS UMA DOENÇA DE PELE

A pele é a face mais visível da doença, mas está associada a outras patologias como a diabetes, doença cardíaca e depressão. Cerca de 10% dos doentes desenvolve ainda artrite psoriática, que causa dor e deformação das articulações das mãos, pés, membros ou coluna.

4- AS LESÕES SÃO PASSAGEIRAS E PASSAM SEM TRATAMENTO

As lesões não passam sem um tratamento direcionado para a sua extensão (regiões do corpo onde está disseminada) e sintomas (dor, comichão).

Tratamento da Psoríase

Embora ainda não exista uma cura para a doença, a especialista ressalta que os tratamentos existentes permitem controlar os sintomas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida das pessoas com psoríase. “Entre as soluções possíveis encontram-se as loções, cremes ou pomadas; os corticosteroides tópicos; análogos da vitamina D. Mas também a helioterapia (exposição à luz solar), a fototerapia (exposição a fontes artificiais de luz ultravioleta), ou medicamentos como os retinoides, metotrexato e ciclosporina.” 

A especialista também esclarece que hoje, independentemente da gravidade da psoríase, o objetivo do tratamento é alcançar pele sem lesão ou quase sem lesão, o que é possível com tratamentos. “Isso significa atingir o índice PASI 90 a 100 (quando 90% ou até mesmo 100% das lesões desaparecerem). Contudo, para alcançar esse resultado é fundamental buscar tratamento adequado junto a um dermatologista.”

Comentários
Assista ao vídeo