Viver - Saúde

Tratamento de varizes em época de pandemia. A ‘desospitalização’ em procedimentos vasculares

13 de Agosto de 2020

Nesse momento em que a pandemia do Novo Coronavírus ainda assusta pelos constantes recordes de pessoas atingidas, ir ao hospital é realmente a última opção. Temos medo, e até calafrio quando escutamos que teríamos que nos internar, mesmo sabendo que as vezes esta terapia seria imprescindível ou necessária. Agora imagina um paciente que sofre de algum problema vascular, como varizes (que pode causar dor e incômodos), e realmente não pode ficar sem tratamento?

Nos últimos anos houve uma verdadeira revolução nos tratamentos de varizes ao longo do mundo, procedimentos novos que possibilitaram tratar os pacientes nos consultórios, sem a necessidade de internação hospitalar. Aqui no Brasil, apesar dessa situação já ser realidade em alguns consultórios médicos, ainda existia uma grande resistência da classe médica em abraçar essa nova modalidade de tratamento. Apesar de ter excelentes resultados, barreiras como necessidade de altos investimentos em estrutura por parte dos vasculares, e a falta de cobertura dos convênios médicos para a maioria desses tratamentos, acabou por postergar sua aplicação em massa por aqui. Hoje nos vemos com uma urgência em evitar internações hospitalares, e precisamos ainda mais de procedimentos sem ‘downtime’ (com rápida ou nenhuma recuperação) para nos mantermos ativos durante o processo. Mas o futuro já chegou e a cirurgia de varizes seguida de extensas sessões de aplicação foi substituída por um plano de tratamento elaborado e um tratamento estadiado (feito em etapas), dentro do consultório vascular.

Este conceito de “desospitalização” surgiu com a Flebosuite, uma sala equipada para avaliação completa vascular: com equipamento de realidade aumentada, ultrassom Doppler, laser transdérmico, resfriador de pele, material de escleroterapia e equipamento de laser endovenoso, além de documentação fotográfica adequada, além da possibilidade de microcirurgia estética venosa. Nessa nova realidade, após o paciente passar por uma avaliação minuciosa, desde a consulta, passando pelo exame físico, exames complementares, e assim um flebograma é desenhado e um plano terapêutico individualizado é definido, podendo serem utilizadas inúmeras técnicas:

 - Termoablação da veia safena: tratamento minimamente invasivo da veia safena, onde uma fibra óptica é introduzida na veia sem a necessidade de cortes, e a veia é então tratada por dentro, sendo após absorvida pelo próprio organismo. Este hoje é considerado o padrão ouro, ou seja, o melhor tratamento para a veia safena. Sem necessidade de repouso, apenas 2 a 4 dias sem atividade física.

- Espuma densa: Injeção de produto em formato de mousse dentro das veias mais calibrosas, substituindo a microcirurgia. Sem necessidade de repouso.

- ClaCs ( Cryolaser + cryoescleroterapia): A técnica combina o laser transdérmico com escleroterapia com glicose, tratamento adequado para veias menos calibrosas e superficiais na pele. Também pode ser utilizada para vasinhos (as famosas telangiectasias). Sem necessidade de repouso, apenas se abster de tomar sol por um período de 10 dias após cada sessão.

- ATTA: Técnica utilizada para tratamento de veias varicosas através de punção e passagem de fibra óptica, sem cortes, sem repouso.

- ClaFs: Associação de laser transdérmico com espuma, que pode ser realizada em veias mais calibrosas e superficiais. Também não necessita de repouso.

A decisão por qual ou quais técnicas utilizar será feita de acordo com as características das veias, o fototipo do paciente e a escolha do cirurgião vascular / angiologista, porém o mais importante sempre é ressaltar que são tratamentos são pouco invasivos, praticamente sem repouso e realizados em consultório.

Dra. Aline Lamaita
Cirurgiã Vascular
CREMESP – 101.355
Instagram: @alinelamaita.vascular
 
Dr. Thiago Melo
Cirurgião Vascular
CREMEB – 23889   /   CREMESP 128547
Instagram: @drthiagomelo

Comentários
Assista ao vídeo