Para o dramaturgo e diretor, este é o seu texto que mais se aproxima da obra de Plínio Marcos. Elenco traz Gabriela Fortanell, Rodrigo Cordeiro e Walter Figueiredo
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O Teatro Cemitério de Automóveis apresenta o espetáculo Deve Ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio, texto que Mário Bortolotto considera um de seus trabalhos que mais se aproxima da obra do saudoso Plínio Marcos (1935-1999), uma de suas maiores influências. A peça estreia no dia 28 de fevereiro e segue em cartaz até 27 de março, com sessões às sextas-feiras, às 21h.
Bortolotto conta que escreveu a peça a convite de Renato Borghi. “Em 2002, ele estava organizando a Mostra de Dramaturgia Contemporânea no Teatro do SESI junto com o Elcio Nogueira, a Luah Guimarães e a Débora Duboc. Eles convidaram 15 dramaturgos para escreverem 15 peças curtas e eu fui um dos convidados. Fiquei pensando no que eu poderia escrever para eles e me veio a ideia desses personagens ‘perdedores’, lado b da sociedade. Foi uma montagem muito maneira sob a direção do meu Mestre Fauzi Arap. Aí, um tempo depois eu dirigi a minha própria versão”, revela.
“Justamente por conta dos personagens, da ambientação e da temática. Tem tudo a ver com as primeiras peças do Plínio Marcos. Quando estava escrevendo e já sabendo que teria direção do Fauzi Arap, pensava muito no Plínio. Queria uma peça que remetesse ao universo dele. Acho que ficou muito próximo do que ele faria se tivesse trabalhando com esses mesmos personagens”, acrescenta o dramaturgo.
A trama gira em torno de Bel, uma garota de programa que começa um caso promissor com um francês que quer levá-la para viver com ele na Europa. Elcio, o irmão de Bel, vislumbra a oportunidade de sua vida de conseguir sair do Brasil e fugir da situação miserável em que se encontra tendo que se sustentar como michê.
“São três personagens sem nenhuma perspectiva de vida. A garota faz programas. O Irmão dela é michê o melhor amigo deles é um "homem placa", um desses caras que passam os dias com placas penduradas no pescoço com algum tipo de indicação para empreendimentos imobiliários, oculistas ou empregos. Quer dizer, um tipo de exemplares perdedores como são, aliás, os personagens das primeiras peças do Plínio. Eles evidentemente vislumbram uma vida melhor e se agarram a qualquer possibilidade que apareça para tirá-los de suas vidas miseráveis. Então, quando a garota descola um francês medianamente abastado e que promete levá-la para a terra dele, os outros dois só pensam em colar na banca dela. Acho que esses personagens são sempre atuais em um país com alto índice de miséria como o nosso”, comenta o autor sobre essas figuras.
Sobre sua direção, Bortolotto conta: “É uma peça realista. Não há muitos segredos. Faço um trabalho de direção de ator mais especificamente. O mais importante é sempre o ator servindo ao texto, é claro. Mas o ator em primeiro lugar, já que o texto também está lá para servir a ele. Então, a minha preocupação é sempre com o ator para que ele compreenda todas as intenções e sub intenções que o texto oferece e que possa com isso fazer um bom trabalho”.
SINOPSE
Bel, uma garota de programa começa um caso promissor com um francês que quer levá-la para viver com ele na Europa. Elcio, o irmão de Bel, vislumbra a oportunidade de sua vida de conseguir sair do Brasil e fugir da situação miserável em que se encontra tendo que se sustentar como michê.
FICHA TÉCNICA
Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto
Elenco: Gabriela Fortanell, Rodrigo Cordeiro e Walter Figueiredo.
Operação Técnica: Ademir Muniz
Fotos: Lucas Mayor
Cartaz: André Kitagawa
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
SERVIÇO
Deve Ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio, de Mário Bortolotto
Teatro Cemitério de Automóveis – Rua Frei Caneca, 384 – Consolação
Temporada: 28 de fevereiro a 27 de março
Às sextas-feiras, às 21h
Ingressos: 40 (inteira) 20 (meia-entrada)
Classificação: 16 anos
Duração: 45 minutos
Capacidade: 35 lugares
Informações: (11) 2371-5743