Silas de Oliveira imagem do blog em sua homenagem |
O gosto pela música e, em especial, pelas rodas de samba, sempre fez parte da vida de Silas de Oliveira, um carioca que nasceu em outubro de 1916, filho de um pastor protestante que sempre repetia ao garoto que aquela música era uma “manifestação do diabo”.
Os conselhos e as ameaças do pai não adiantaram e o samba disse mais alto na vida de Silas, que encontrou no jornaleiro e compositor Mano Décio da Viola, o parceiro perfeito no final dos anos 1940. Das rodas de samba e dos pagodes regados a muita comida e batucada para o primeiro samba enredo composto pela dupla em 1947.
O samba enredo era “Conferencia de São Francisco”, especialmente composto para a escola de samba Prazer da Serrinha, uma agremiação muito simples da qual ele e Mano Décio faziam parte desde a fundação.
Mas a “entrega” total para o samba acontece logo depois, quando ele faz parte do grupo que funda a Império Serrano, no bairro de Madureira, e da qual ele se torna um dos principais compositores de sambas enredo.
O primeiro título vem já no carnaval carioca de 1948. E de 1949 a 1951 não tem para mais ninguém e todos os sambas enredo da Império Serrano são compostos por Silas e Mano Décio. Uma dupla que ainda venceria por mais dois anos a grande festa carioca, em 1955 e em 1956.
A parceria com Mano Décio deu um tempo quando o segundo resolveu trocar a Império pela Portela na metade dos anos 1960. Fiel a sua escola, Silas de Oliveira dedicou 28 anos de sua vida para a Império Serrano e para ela compões clássicos do samba enredo como “Aquarela Brasileira”; “Os cinco bailes da história do Rio” e “Heróis da Liberdade”.
Em 1969, Mano Décio voltou para a Império Serrano e aí aconteceu o último sucesso da dupla, em uma época em que o samba enredo passou também a ganhar uma nova estrutura. E Silas não viveria mais muito tempo para se adequar a essas mudanças.
Foi em uma roda de samba, em 20 de maio de 1972, com apenas 55 anos de idade, que um infarto fulminante terminou com a carreira do compositor, devidamente homenageado dois anos depois, na avenida, pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense com o enredo “Réquiem por um sambista, Silas de Oliveira”.