A capacidade de sonhar e buscar constantemente a felicidade são os elementos principais da peça teatral ‘Lagoa Bonita ou CAFÉ PARIS’, que estreia no dia 08 de novembro, no Teatro Liberdade, em São Paulo (SP). O espetáculo conta com uma hora e 40 minutos de duração para apresentar ao público a vida de uma moça chamada Edit Piaf da Silva, nascida na cidade de Lagoa Bonita, interior de Minas Gerais, e sua jornada em busca do sonho de conhecer a cidade de Paris, na França e cantar músicas de Edith Piaf. Um dos traços mais marcantes de sua personalidade é a paixão pela cantora francesa quase homônima, conhecida por interpretar um dos maiores clássicos musicais do mundo: ‘La vie en rose’. O sentimento fora herdado da mãe, que agora é cega, vive em uma casa em frente à Lagoa Bonita e tenta convencer a filha a não abandona-la.
“O espetáculo utiliza uma abordagem onírica da vida. A narrativa tem como base a capacidade de sonhar e Paris representa a grande meta de felicidade e sucesso na vida da personagem”, explica Clovys Torres, autor da peça. A peça sobre Edit Piaf da Silva é uma comédia musicada com canções de artistas brasileiros como Dorival Caymmi e Cartola, que ajudam a contar a história de cinco personagens perdidos em seus sonhos, ilusões e, principalmente, em seus amores. “Muitas vezes nos deparamos com a dificuldade em tomar decisões ou em como lidar com um lugar adverso. Pode ser uma mudança do interior de São Paulo para o Rio de Janeiro ou para fora do país”, acrescenta Torres.
A peça conta com direção e encenação de Jorge Farjalla, que buscou inspiração no circo para dar um novo sentido à história. “A apresentação é recheada de signos e simbologias, que têm como propósito representar questões como a morosidade da vida e várias outras situações. Um dos exemplos é a carroça antiga de circo que construímos para contar a saga dessa personagem. É a história de um herói que carrega aquela vontade de ser feliz e de fazer sua vida dar certo. Uma lição de vida”, completa.
Daíse Amaral, produtora e idealizadora do projeto, acrescenta que a obra brinca com o realismo de uma forma poética. “O rompimento da realidade em busca do sonho é o que move a peça”, diz. Um dos pontos máximos da peça é a chegada a Paris, que representa a grande meta de vida da personagem principal. “A estrutura física e todos os símbolos foram mudados. O simbólico é tão intrigante pra mim que, ao invés de pensar na Torre Eiffel como ponto de partida para o ícone de Paris, eu pensei em um carrossel”, comenta Farjalla.
“Existe uma questão lúdica entre o palhaço e Lagoa Bonita. A construção foi feita com base em uma ressignificação do texto contemporâneo do Clovys Torres. É o final de uma tríade que teve início com o espetáculo ‘Vou deixar de Ser Feliz por Medo de Ficar Triste’, do Yuri Ribeiro, cuja história foi contada com base em um picadeiro de circo e que também passa pela obra ‘O Mistério de Irma Vap’, onde usei o texto do Charles Ludlan como base para transportar o público a um outro universo”, acrescenta Farjalla. A direção do espetáculo ‘O Mistério de Irma Vap’, inclusive, rendeu à Farjalla o Prêmio Bibi Ferreira de melhor direção.
O diretor musical, Miguel Briemont, observa que a criação da trilha sonora está baseada nessa grande fantasia. A peça conta com a presença de três músicos ao vivo, que atuam como músico-atores. “Tudo é muito imagético e para mim o espetáculo é uma grande fantasia linda. Temos componentes como o amor, a separação e o reencontro. É um poema musical”, diz.
Para Débora Duarte, a atriz que interpreta a mãe de Edit Piaf da Silva, a peça carrega um humor ingênuo e desperta sentimentos que normalmente temos pudor de sentir, demonstrar e acreditar. “É uma bandeira fortíssima porque vem lá das entranhas e dói muito. Esse é um processo doloroso, mas depois é zeloso, maroto, ‘clown’ e lúdico. A minha grande inspiração vem do próprio personagem, que é um mulherão”, completa.
As grandes decisões da vida estão ali, presentes na disposição de Edit em abandonar tudo para viver o seu grande sonho – inclusive terminar o namoro com Chico, um pescador local que simboliza o ‘caipira regionalista’, apegado à vida pacata do interior. O namorado faz de tudo para amolecer o coração da jovem sonhadora, apelando a cantigas de moda caipira e até mesmo a chantagens emocionais em conjunto com a ex-futura sogra. Em meio a toda confusão, a mãe de Edit pede ajuda a um velho amigo: seu Expedito, o prefeito de Lagoa Bonita. Animador de festas dos bons e fiel escudeiro da moral e dos bons costumes, ele acaba sendo absorvido pela confusão que se estabelece na pacata casa onde a música sempre reinou.
Apesar das fortes raízes ligadas à mãe, o coração de Edit bate mais forte pela beleza da cidade luz, que representa sua grande realização. Há ainda a presença de um palhaço francês com ar tristonho, que se chama Pierre, seu grande parceiro e incentivador na jornada. Juan Alba, ator que interpreta o pescador local Chico, explica que o envolvimento com o projeto começou em 2016, quando tudo ainda estava em fase embrionária. “É incrível como a gente consegue ser transportado dentro do espetáculo. Tenho certeza que o público vai trabalhar muito a imaginação e vai ser transportado para um lugar diferente”, avalia.
A narrativa é recheada de confusão e muita reviravolta, que simbolicamente representam os altos e baixos da vida. Afinal de contas, seja em Lagoa Bonita, em Paris, nos cafés ou nos teatros da vida, a felicidade está profundamente ligada à capacidade de sonhar, viver e realizar.
Lagoa Bonita ou CAFÉ PARIS
Estreia: 08/11
Dias: De quinta a domingo
Local: Teatro Liberdade
Vendas: Na bilheteria de teatro ou Eventim.com.br
Atendimento da bilheteria : (11) 3277-6961
Valores: R$ 50 a R$ 80
Horário da bilheteria: 13h às 21h de terça a sábado. Domingo das 12h às 20h
Site: www.teatroliberdade.com.br
Classificação: Livre
Endereço: Rua São Joaquim, 129, Liberdade, São Paulo, SP
Duração: 100 minutos
Texto: Clovys Torres
Direção: Jorge Farjalla
Direção Musical: Maestro Miguel Briamonte
Elenco: Débora Duarte, Daíse Amaral, Clovys Torres, Juan Alba, Julio Assad e Luiz Guilherme Favati
Músicos: Bruno Monteiro, Luiz Sena e Samuel Derewlany
Cenografia: Marco Lima
Iluminação: Cesar Pivetti
Visagismo: Anderson Bueno
Figurinos: Jorge Farjalla
Adereços: Nilton Araujo
Fotos : Priscila Prade
Assistente de direção: Andreah Dorim
Assistente musical e preparação de voz: Carol Weingrill
Pianista Ensaiador: Bruno Monteiro
Figurinista Assistente: Dani Griesi
Assistente Iluminação: André Pierri
Assistente de Cenografia: Cesar Bento
Costureira: Judite de Lima
Produção Executiva: Heldi Bazotti
Assistente de produção: Luana Costa
Produção Administrativa: Amanda Leones
Coordenação de Produção: Daise Amaral
Produção e Realização: DNA Produções Artísticas