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| Glauce Rocha e Jardel Filho em Terra em Transe |
Sensível e guerreira, Glauce Elddé Araújo Rocha nasceu em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, em agosto de 1930. A perda do pai, que foi assassinado quando ela era criança, a levou a estudar primeiro em Minas Gerais e depois em Porto Alegre.
E foi na capital gaúcha que ela teve como colega de classe o jovem Walmor Chagas que viria a se tornar alguns anos depois um dos maiores atores do Brasil. O convívio com Walmor e o fato de não ter passado no vestibular a levaram para o Rio de Janeiro, em 1949, onde se inscreveu no Conservatório Nacional de Teatro.
Foi ali, aprendendo com as veteranas Maria Clara Machado e Ester Leão, que nasceu a grande atriz Glauce Rocha. A estreia foi no teatro, em 1950, fazendo parte do grupo Os Fabulosos, mas profissionalmente ela conquistou o público e a crítica ao fazer parte da Companhia Alda Garrido, estrelando peças como “Sans Gene” e “Dona Xepa”.
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| Glauce Rocha com Jece Valadão no filme Navalha na Carne |
O primeiro prêmio como melhor atriz veio em 1958 pelo espetáculo “Moral em Concordata”, mas nessa época ela também já tinha conquistado a tela grande ao viver uma namorada grávida de um soldado no filme “Rio 40 Graus”, um clássico dos anos 50 de Nelson Pereira dos Santos. A consagração no cinema veio com “Terra em Transe”, de 1967, dirigida por Glauber Rocha, que não era seu parente, e onde ela brilhou ao lado de Jardel Filho e Paulo Autran.
Glauce Rocha fez mais de 50 peças, 20 filmes e esteve em teleteatros e em quatro novelas, três na Globo (“A Última Valsa”; “Véu de Noiva” e “Irmãos Coragem”) e uma na TV Tupi (“Hospital”), que ela não chegou a terminar já que morreu vitimada por um enfarte fulminante, duas semanas antes das gravações se encerrarem.
Sensível e ao mesmo tempo uma grande guerreira, Glauce Rocha era considerada, no final da década de 1960, uma das maiores referencias teatrais brasileiras e tinha tudo para substituir o posto deixado por Cacilda Becker de a primeira diva dos nossos palcos.
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| Glauce Rocha no final da década de 1960 |
Foi casada com o ator Milton Moraes na década de 1950, mas não teve filhos. E morreu exatamente nove meses depois de sua mãe, que como ela, fumava muito. A morte aos 40 anos pegou a todos de surpresa, e teria sido motivada por excesso de trabalho, já que a atriz era capaz de fazer novela e teatro ao mesmo tempo, além de ser uma militante ativa em prol da classe artística, e de sempre emendar um trabalho no outro.
