Com texto de Domingos de Oliveira e direção de Isser Korik, montagem é baseada na obra “Lisístrata”, de Aristófanes
A comédia “As Guerreiras do Amor” bebe na fonte do teatro grego clássico e estreia renovada pela criatividade do dramaturgo Domingos de Oliveira e pela direção de Isser Korik. Baseada na obra “Lisístrata”, de Aristófanes, a peça foi encenada pela primeira vez há 30 anos. A nova montagem estreia dia 10 de janeiro no Teatro Folha, com sessões as quintas, sextas a sábados.
A primeira montagem, sucesso de crítica e público, foi encenada no ano de 1988 por um jovem elenco formado por Heloísa Périssé, Maitê Proença, Luiza Tomé, Priscila Rozembaum, Orã Figueiredo e André Mattos, entre outros. Também no elenco, estava Domingos de Oliveira, que assinava a direção. Hoje, André Mattos, ator com vasta experiência, se junta a um time de jovens atores paulistanos para recontar a história da prostituta Lisístrata, que lidera as mulheres de Atenas, revoltadas contra a guerra. Sem poder político, elas decidem fazer uma greve de sexo até que seus maridos façam um acordo de paz.
O texto de Domingos de Oliveira, com colaboração de Priscila Rozembaum, é baseado na clássica comédia “Lisístrata”, escrita no século V a.C. A montagem atual tem apelos cômico e erótico, segundo o diretor Isser Korik. “A peça é uma comédia, com jeito de caricatura. Mas é também uma abordagem poética em relação ao sexo e ao relacionamento matrimonial”, conta Isser.
O autor Domingos de Oliveira já declarou que o texto “ultrapassa os limites da adaptação, transformando-se em autoria”. Da "Lisístrata" original, ele inspirou-se no clima e mesmo na estrutura da dramaturgia, mas criou as personagens com mais liberdade. “As histórias do ‘julgamento final’ são basicamente do jovem Marquês de Sade e o poema final era uma sequência de um roteiro cinematográfico que não filmei. Esse material de diversas origens me encontrou a serviço da descrição de certo tipo de erotismo, que sempre foi o meu”, explica o autor.
O ator André Mattos atualmente mora em Los Angeles e veio ao Brasil para realizar este projeto, que retoma a bem sucedida parceria com Isser realizada pela primeira vez em “O Empréstimo” em 2017. Na primeira montagem ele fez a personagem Cinésias, um dos soldados. Na montagem atual e ele é o General, personagem que foi de Domingos de Oliveira. “Entendo que os clássicos são atemporais. Estamos falando de um teatro grego, agora em 2018 depois de Cristo. Os motivos para remontar: porque é uma comédia maravilhosa, baseada numa obra clássica, adaptada por um gênio da dramaturgia brasileira, que é Domingos de Oliveira. A peça fala do poder da mulher, da força das mulheres. Tudo isso torna a montagem uma celebração”, diz André.
SOBRE O DRAMATURGO DOMINGOS DE OLIVEIRA
Domingos de Oliveira é autor, diretor e ator. Iniciou-se no teatro e projetou suas criações no cinema. Nos primeiros anos da década de 80, Domingos Oliveira se tornou um dos mais atuantes diretores do teatro carioca. Dirigiu grandes atores, como Jorge Dória, em “Amor Vagabundo”, de Felipe Wagner, em 1981, e Tônia Carrero, em “A Volta por Cima”, de Domingos Oliveira e Lenita Plonczynski, em 1982. Em 1980, recebeu o Prêmio Mambembe de melhor autor, por “Assunto de Família”. Com direção de Paulo José, a montagem tinha no elenco Fernanda Montenegro e Fernando Torres.
Vale citar, ainda, os excepcionais trabalhos de Domingos Oliveira como cineasta, a começar da comédia “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966, que, já no século 21, virou programa de entrevistas exibido no Canal Brasil. A partir dos anos 90, o cineasta se aprofundou na temática do amor, ao filmar e atuar em “Amores” (1997), “Separações” (2002) e “Feminices” (2005).
Seu mais recente trabalho é o filme “Os 8 Magníficos”, em que assina roteiro e direção.
SOBRE O DIRETOR ISSER KORIK
Diretor, ator, produtor, tradutor e dramaturgo, Isser Korik coleciona trabalhos marcantes como comediante em quase 30 anos de carreira, como “Vacalhau & Binho”, de Zé Fidélis, que permaneceu oito anos em cartaz; “O Dia que Raptaram o Papa”, de João Bethencourt; e, recentemente, “E o Vento não Levou”, de Ron Hutchinson, e “Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera”, de Gláucio Gill. Como diretor se destaca na comédia.
Concebeu “Nunca se Sábado...”, apresentado por quatro temporadas sob sua direção-geral, que marcou a cena paulistana.
Dirigiu o sucesso “A Minha Primeira Vez”, de Ken Davenport; a trilogia cômica de Alan Ayckbourn “Enquanto Isso...”; “O Mala”, de Larry Shue; o projeto “Te Amo, São Paulo”, que reuniu grandes nomes da dramaturgia paulista; além dos infantis “A Pequena Sereia”, de Fábio Brandi Torres; “Grandes Pequeninos”, de Jair Oliveira; “Cinderela”, “O Grande Inimigo” e “Ele é Fogo!”, de sua autoria, tendo recebido por esse último o Prêmio APCA. Recentemente dirigiu os sucessos “Jogo Aberto”, de Jeff Gould; “O Empréstimo”, de Jordi Galceran; e “Que Tal Nós Dois?”, de Otavio Martins e Juliana Araripe.
É diretor artístico da produtora Conteúdo Teatral e do Teatro Folha.
SERVIÇO: AS GUERREIRAS DO AMOR
Estreia: 10 de janeiro de 2019
Temporada: até 30 de março de 2019
Apresentações: quinta-feira, 21h; sexta-feira, 21h30; sábado, 19h
Ingresso: R$60,00 (setor 1) e R$40,00 (setor 2) às quintas e sextas-feiras; R$70,00 (setor 1) e R$50,00 (setor 2) aos sábados.
*Valores referentes aos ingressos inteiros na plateia e mezanino. Meia-entrada disponível em todas as sessões de acordo com a legislação.
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 14 anos
TEATRO FOLHA
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