Colunistas - Rodolfo Bonventti

Avancini vai para a Bandeirantes e produz o remake de A Deusa Vencida

31 de Agosto de 2018

O melhor momento da TV Bandeirantes na teledramaturgia foi nos anos 1980/1982, quando ela produziu e apresentou algumas novelas que conquistaram o público e lhe garantiram bons índices de audiência.

Um dos responsáveis direto por isso foi o diretor Wálter Avancini, que ao chegar na emissora em 1980, deu uma repaginada total no departamento de teledramaturgia da emissora.

E o primeiro lançamento foi um remake de uma novela que já havia feito muito sucesso em 1965, na TV Excelsior. Era “A Deusa Vencida”, original de Ivani Ribeiro e anteriormente interpretada por Glória Menezes, Tarcísio Meira, Edson França e que marcou a estréia de Regina Duarte nas novelas.

 

Desta vez, a novela ganhou uma atualização e a história de um casamento que é realizado por imposição para perdoar uma grande dívida de jogo e se torna uma união de aparência, teve sua ação trazida para o final do século XIX.

O papel da deusa do título, que já havia sido de Glória Menezes anteriormente, desta feita ficou com a linda e talentosa Elaine Cristina, vinda da TV Tupi, e que como a bela e geniosa Cecília Maciel teve um de seus melhores momentos na televisão.

Como o jovem fazendeiro bem sucedido Fernando Albuquerque, papel que na primeira versão era de Edson França, Avancini trouxe Roberto Pirillo, um bom ator e que era galã na TV Globo.

A paixão de Cecilia no entanto era Edmundo Amarante, o filho de um rico e avarento comerciante que passa uma temporada na Europa, e que na versão anterior coube a Tarcísio Meira e agora era defendido pelo cantor e ator nas horas vagas, Agnaldo Rayol.

O papel da jovem Malu, que marcou a estréia, em 1965, de Regina Duarte nas novelas, desta feita também ficou com uma novata, Neuci Lima, escolhida por Avancini depois de vários testes, mas que acabou não conquistando o público como Regina na primeira versão da novela.

“A Deusa Vencida” teve uma produção esmerada da TV Bandeirantes e foi lançada no horário das 18 horas, conquistando na primeira semana as donas de casa e provando que o faro de Avancini funcionou. A novela estreou em 2 de junho de 1980 e ficou no ar até o final de setembro.

 

A correta direção de Edson Braga e Sérgio Mattar também contribuiu para o bom desenrolar da trama e o desempenho do elenco, que embora pequeno para as novelas da época, teve belos trabalhos que ficaram nas cabeças dos telespectadores.

A novela marcou a estréia de Márcia Maria na Bandeirantes, ela que vinha de várias novelas como estrela na agora encerrada TV Tupi. Aqui Márcia Maria defendeu o segundo papel feminino, o da doce e prestativa Sofia, irmã postiça de Fernando Albuquerque, que acaba mudando sua postura no decorrer da trama quando alguns segredos são desvendados.

Destaques também na novela para os veteranos Altair Lima como o fidalgo falido Lineu e para Luiz Carlos Arutim como o avarento comerciante Amarante, em dois brilhantes trabalhos.

O elenco se completava com Neuza Borges, Leonor Lambertini, Oscar Felipe, que sofreu um infarto e morreu inesperadamente no meio da novela, sendo substituído por Felipe Levy, Paulo Ildefonso, Zélia Toledo, Ivana Bonifácio, Ademilton José, Afonso Nigro, Luiz Antonio e Osvaldo D’Ávila.

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