Depois de dividir a noite das segundas-feiras na TV Globo com comediantes como Renato Corte Real, Agildo Ribeiro e Paulo Silvino, finalmente em 1981, Jô Soares passou a comandar seu primeiro programa solo, o “Viva o Gordo”, um sucesso absoluto de audiência que ficou seis anos no ar.
As esquetes eram criadas pelo próprio Jô e por Max Nunes para a interpretação de Jô Soares e de artistas convidados pelos diretores do programa que eram Wálter Lacet e os também atores Francisco Milani e Cecil Thiré.
“Viva o Gordo” foi uma das maiores audiências da década de 80 na TV Globo, e ganhou vários prêmios como o melhor programa humorístico do ano. Foi a consagração de Jô Soares que vinha do sucesso de “Satiricom” e de “Planeta dos Homens”.
Jô Soares e Max Nunes criaram quase 300 personagens nos seis anos do programa no ar e alguns deles se transformaram em clássicos do nosso humor televisivo como o Capitão Gay, um super herói que defendia os fracos e oprimidos e seu eterno assistente Carlos Suely, este interpretado com muita competência pelo ator e comediante Eliezer Motta; Reizinho, o diminuto monarca de um pequeno reino muito parecido com o Brasil; Zé da Galera, o torcedor fanático que ligava de um orelhão para o técnico Telê Santana; Bô Francineide, uma atriz de pornochanchadas em busca de um trabalho na TV, sempre com sua pornô-mãe, uma criação da saudosa Henriqueta Brieba ou Sebá, o último exilado do Brasil que estava louco para voltar ao Brasil e falava com a mulher pelo telefone para saber das últimas novidades na nossa política.
Além dos personagens marcantes, todos interpretados por Jô, a dupla de autores também criou alguns bordões que ganharam as ruas rapidamente e se transformaram em frases usadas por toda a população no dia a dia. Como o grito de guerra “cansei” do Capitão Gay; o bordão “que que eu sou?, que que eu sou?” do Reizinho; o “Bota ponta, Telê” do fanático Zé da Galera; a expressão “eu saí de dentro dela” da pornô Bô Francineide ou o “você não quer que eu volte” do inconformado Sebá.
Muitos outros personagens também merecem ser destacados como o argentino Gardelón; a economista Dona Conceição; o ex-déspota General Gutierrez; o chefe mafioso Dom Casqueta; o telespectador Zezinho; o recepcionista Araponga; a velhinha corcunda Vovó Naná ou o perplexo operário Zé ao ler as notícias do jornal.
Ao lado de Jô Soares, muitos humoristas e atores tiveram oportunidade também de mostrar talento para fazer os telespectadores se divertirem muito nas noites de segunda-feira. Além dos já citados Eliezer Motta e Henriqueta Brieba, destacaram-se também Francisco Milani (que também dirigia muitas das esquetes), Berta Loran, Bia Nunes, Flávio Migliaccio, Brandão Filho, Felipe Carone, Luiz Delfino, Jorge Lafond, Maria Cristina Nunes, Marlene Silva, Paulo Silvino, Paulo Celestino, Rogério Cardoso, Cláudia Raia, Wálter D’Ávila, Carlos Moreno, Célia Biar, Hélio Ary e Kate Lyra.