O paulistano Armando Bógus fazia “arte” desde pequeno e por suas convicções políticas muito bem definidas, ele era esquerdista, chegou a ser expulso de dois colégios tradicionais da capital paulista.
Não demorou para se interessar pela arte de representar e aos 24 anos estreou profissionalmente no espetáculo “Moral em Concordata”, um original de Abilio Pereira de Almeida que fez muito sucesso nos palcos brasileiros na década de 50.
Do teatro ele pulou para a TV Tupi onde participou do “Grande Teatro Tupi” entre 1957 e 1959 e para o cinema, onde estreou em “macumba na Alta” e logo depois na versão cinematográfica de “Moral em Concordata” ao lado das belas Maria Della Costa e Odete Lara.
Armando Bógus foi um ator extremamente versátil e que criou personagens memoráveis no teatro, na TV e no cinema. No teatro ele participou da primeira montagem no Brasil de “Hair”, além de outras montagens marcantes como “El Grande de Coca Cola”; “Marat-Sade” e “Bonifácio Bilhões”, um grande êxito dos palcos paulistas e cariocas ao lado de Lima Duarte.
No cinema ele esteve presente em dez filmes, entre eles a primeira versão para o cinema de O Auto da Compadecida, em 1969, e que recebeu o nome de “A Compadecida”, onde viveu o gaiato João Grilo ao lado de Antonio Fagundes e Regina Duarte.
Na TV, embora tenha se tornado um nome sempre presente nas nossas telenovelas e minisséries, é preciso destacar sua atuação como o Juca em “Vila Sésamo” que encantou crianças e adultos em 1972 na TV Cultura e na TV Globo.
A estréia em novelas aconteceu em 1964 na produção da TV Excelsior, “A Outra Face de Anita”, um original de Ivani Ribeiro com direção de Wálter Avancini, onde disputava com Fulvio Stefanini o principal papel masculino da história.
A partir dessa novela se transformou em um dos principais nomes da teledramaturgia da Excelsior e participou de grandes produções da emissora como “Redenção”; “As Minas de Prata”; “Sangue do Meu Sangue” e “Legião dos Esquecidos”.
Na TV Globo estreou em 1970 como o Pardal de “A Próxima Atração”, mas deixou a sua marca como grande intérprete em personagens memoráveis como o Nacib da primeira versão de “Gabriela”, em 1975; o Estevão Bastos de “O Casarão” em 1976; o Nestor de “Marrom Glacê” em 1979; o médico Daniel de “Ciranda de Pedra” na primeira versão em 1981; o Licurgo Cambará da minissérie “O Tempo e o Vento” de 1985; o Zé das Medalhas do megassucesso “Roque Santeiro”, também em 1985 e o malvado Cândido Alegria de “Pedra Sobre Pedra” em 1992.
O ator foi casado duas vezes, a primeira delas com a atriz Irina Grecco, com quem teve o filho Marco Antonio, e nos deixou muito cedo, aos 63 anos de idade, vitimado por uma leucemia.