Em junho de 1979, já enfrentando uma crise financeira forte, a TV Tupi lançou no horário das 20 horas a novela “Como Salvar Meu Casamento”, um original dos então estreantes Carlos Lombardi, Edy Lima e Ney Marcondes.
A novela pegou o horário com baixa audiência, mas logo caiu no agrado das telespectadoras pelo seu enredo muito bem escrito: um casal aparentemente feliz após 23 anos de casados, tem o relacionamento colocado à prova quando o marido se apaixona por uma mulher bem mais jovem e muito bonita.
No segundo mês de exibição a novela já alcançava ótimos índices de audiência e fazia bonito ao competir com o “Jornal Nacional” e a novela “Os Gigantes” exibidos pela TV Globo. Na cidade de São Paulo, a audiência era disputada ponto a ponto, um feito que a TV Tupi não conseguia há anos.
Com um trabalho perfeito como a dona de casa Dorinha, Nicette Bruno teve um dos seus melhores desempenhos em telenovelas e mais uma vez, assim como havia acontecido quando fez “Éramos Seis”, levou a maior parte dos prêmios de melhor atriz do ano. Ao lado dela, o charmoso Adriano Reys também agradou a todos no papel de Pedro, o marido adúltero.
Como a novela agradou a todos e levantou a audiência do horário, a direção da TV Tupi encomendou aos autores que ampliassem a história e assim a novela ganhou mais três meses no ar. O público gostou e continuou acompanhando a trama, mas, ao mesmo tempo, a emissora mergulhou na crise financeira e acabou não conseguindo terminar a novela.
Pela primeira vez na história da nossa teledramaturgia, uma novela não terminou no ar, ou seja, foi bruscamente interrompida e tirada do ar sem exibir seus últimos capítulos, o que fez com que público nunca soubesse qual seria o final do casal Dorinha e Pedro. Ele voltaria para casa e para o relacionamento de quase 25 anos ou ficaria com a amante, Branca, muito bem interpretada pela belíssima Elaine Cristina? Um mistério que nunca foi solucionado.
Apesar de tantos problemas, “Como Salvar Meu Casamento” foi um dos maiores sucessos de audiência da TV Tupi na década de 70, embora tenha deixado o ar sem exibir seus últimos capítulos. Além da boa história, a novela teve uma direção perfeita de Atílio Riccó com a supervisão nos capítulos iniciais de Wálter Avancini e um elenco que se esforçou muito e registrou grandes trabalhos.
Além do trio central formado por Nicette Bruno, Adriano Reys e Elaine Cristina, tinham papel de destaque também Hélio Souto, Wanda Stefania, Rildo Gonçalves, Beth Goulart, Ariclê Perez, Agnaldo Rayol, Kito Junqueira, Jacques Lagoa, Paulo Guarnieri, Patrícia Mayo, Cléo Ventura, Leonor Lambertini, Giuseppe Oristânio, Lizete Negreiros, Alberto Baruque, Rosaly Papadopol, Flávio Guarnieri, Alzira Andrade, Suzy Camacho, Paulo Betti estreando nas novelas e ainda a participação especial de Walmor Chagas.
Uma novela que entrou para a história da nossa teledramaturgia pela guinada na audiência, mas também pelo seu triste final no ar.