Colunistas - Rodolfo Bonventti

O nosso eterno Falcão Negro

26 de Março de 2018

O paulistano José Parisi nasceu no bairro do Brás, descendente de italianos católicos. E da família herdou um temperamento extrovertido que o fez aprimorar a dicção e descobrir a sua verdadeira vocação artística.

Ele trabalhava na Bolsa de Cereais de São Paulo quando decidiu fazer um teste como ator para a Companhia da grande atriz Maria Della Costa, isso em 1945. E Parisi se saiu tão bem no teste que ganhou um papel na peça “Depois da Queda”, um dos grandes sucessos da atriz nos palcos brasileiros.

Dos palcos para a Rádio Tupi onde José Parisi estreou em 1946 com uma voz que chamou a atenção de todos. Com a chegada da televisão em 1950, ele foi convidado a atuar nos primeiros teleteatros da TV Tupi e acabou no elenco da primeira novela, “Sua Vida Me Pertence”, ao lado de Wálter Forster, Vida Alves e Lia de Aguiar.

Em 1954, já tendo participado de alguns teleteatros, Parisi teve sua grande chance na televisão ao encarnar o “Falcão Negro”, herói de capa e espada criado por Péricles Leal que defendia os pobres e oprimidos. O seriado ficou mais de oito anos no ar e ele se transformou no primeiro herói televisivo das crianças brasileiras.

Nos anos 50 ele ainda participou de quatro filmes: “Caiçara”; “Não Matarás”; “O Sobrado” e “Uma Certa Lucrécia” ao lado de Dercy Gonçalves. Já os anos 60 marcaram sua presença na telinha da TV Tupi, onde participou de 12 novelas e se transformou em um dos seus principais atores. Entre elas destaque para “O Direito de Nascer”; “Fatalidade”; “Somos Todos Irmãos”; “Os Irmãos Corsos”; “A Intrusa”; “Sozinho no Mundo” e “Nenhum Homem é Deus”. No cinema apareceu com destaque nessa época em “Vereda da Salvação”, o filme que Anselmo Duarte dirigiu após ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

José Parisi também participou de muitas peças de teatro e seu último filme foi “Chão Bruto”, dirigido por Dionisio Azevedo em 1976. Já na televisão ele se consagrou nas décadas de 70 e 80 ao fazer novelas na TV Tupi, no SBT, na TV Cultura e na TV Manchete.

Nas novelas, seus papéis mais marcantes foram o Manfredo de “Signo da Esperança”; o Sr. Jamón de “Rosa dos Ventos”; o Tito Barone de “Tchan, a Grande Sacada” e o Pepe de “Salário Mínimo”, todas elas na TV Tupi. Na TV Cultura se destacou como o Tonho de “Vento do Mar Aberto” e no SBT esteve em “Destino”; “Sombras do Passado”; “Pecado de Amor” e “Meus Filhos, Minha Vida”.

Seus últimos trabalhos na TV foram na TV Manchete onde fez em 1986 o Antonio da novela “Novo Amor” de Manoel Carlos, e no ano seguinte o Macedo de “Mania de Querer” de Sylvan Paezzo.

José Parisi foi casado por 40 anos e dessa união teve um casal de filhos, José Parisi Junior, também ator e dublador, e Margareth. Ele morreu aos 75 anos de idade, em São Paulo, em 29 de dezembro de 1992.  

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