Jovem, homem, europeu ou latino-americano. Esse é o perfil predominante dos estudantes estrangeiros intercambistas da Universidade de São Paulo (USP), de acordo com um levantamento realizado pelo Observatório do Turismo, núcleo de pesquisas da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos) em parceria com a Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais da instituição de ensino. O estudo, realizado em 45 unidades da universidade entre os dias 21 de junho e 16 de julho deste ano, buscou traçar um perfil desse público para estabelecer como é possível incrementar esse segmento na capital paulista: o turismo de estudos.
O presidente da SPTuris, Marcelo Rehder, explica a importância de entender melhor esse fluxo turístico. "Sabemos que São Paulo recebe muitos visitantes buscando estudos que, além de movimentarem a economia da cidade, geram fluxo de conhecimento. Essa é uma grande tendência das metrópoles globais. Muitos destinos internacionais já trabalham fortemente nesse segmento e São Paulo também quer desenvolver melhor e aumentar esse tipo de turismo. Mas, para isso, precisamos de parâmetros para estabelecer as diretrizes de nossas próximas ações", conclui.
O levantamento apontou uma maior procura por cursos de graduação (81%), na área de Ciências Humanas e Sociais (36%), Engenharia (28%) e Artes & Lingüística (17%), e com duração de seis (27%) a 12 meses (24%). Os entrevistados têm, em sua maioria, de 18 a 24 anos (73%), gastam em média R$ 1188,00 por mês e se hospedam principalmente em casas alugadas (44%) e residências estudantis (29%). A maior parte deles (59%) pretende permanecer mais de três meses na cidade depois do término dos estudos.
Com relação à procedência, a pesquisa apontou que os entrevistados vieram, principalmente, da Europa e América Latina, com destaque para a França (15%) e Colômbia (13%), seguidos por Peru (10%), Alemanha e Itália (9% cada um). Outros países citados foram, principalmente, Espanha, Argentina, Portugal, Chile, México e Holanda.
Os alunos também foram convidados a avaliar a cidade. Os itens entretenimento, gastronomia, compras e hospitalidade foram os melhor avaliados e considerados bons e excelentes pela maioria.
Sobre a Universidade, os entrevistados afirmaram que a escolha pela USP deveu-se ao seu prestígio internacional (48%) e ao fato de estar localizada na cidade de São Paulo (19%). A instituição é considerada a melhor da América Latina, segundo as classificações Times Higer Education, World Reputation Raking e Webometrics Raking Web of World Universities.
Segundo o Anuário Estatístico divulgado pela USP em 2012, a universidade recebeu 2.320 estrangeiros no último ano para programas de intercâmbio. Desses, 49,44% cursam pós-graduação, 42% graduação e 8,3% pós-doutorado.
De acordo com pesquisas do Observatório do Turismo em meios de hospedagem paulistanos, no último ano, 5,9% dos turistas em hotéis tiveram como motivação os estudos. Nos hostels o percentual é ainda maior e chega a 19,1% dos hóspedes.
Redher ressalta que esse primeiro levantamento é apenas o início de uma grande análise sobre esse mercado. "Começamos pela USP, que centraliza maior número desse público na cidade, mas a intenção é agregar informações sobre este segmento com pesquisas em outros locais", afirma. A pesquisa será repetida em outubro, com versão ampliada para outras unidades e órgãos de ensino.
A capital paulista possui atualmente 200 instituições de ensino superior e 249 escolas técnicas. Seus atrativos e centros culturais, considerados fontes de conhecimento, também são destaque no cenário internacional. A cidade possui 125 museus, 164 teatros, 260 salas de cinema, 146 bibliotecas e 39 centros culturais, além das inúmeras festas e manifestações populares que acontecem em suas ruas.
O estudo completo pode ser encontrado no site www.observatoriodoturismo.com.br.