Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Jacob do Bambolim

26 de Julho de 2013

Nascido Jacob Pick Bittencourt ele era filho de um capixaba com uma polonesa, mas nasceu no bairro da Lapa, o reduto da boemia carioca. Aos 12 anos, ele ganhou da mãe um violino, mas não se deu muito bem com ele e, a conselho de uma amiga, o trocou por um bandolim.

Aos 13 anos, Jacob do Bandolim, um autodidata, tentava repetir no instrumento as músicas que a mãe cantarolava. A primeira apresentação aconteceu em dezembro de 1933, na Rádio Guanabara, com um conjunto que ele formou com amigos e se chamava Sereno.

Em maio de 1934, Jacob venceu o “Programa dos Novos” na Rádio Guanabara recebendo a nota máxima de Francisco Alves e Orestes Barbosa. Surgia ali o primeiro contrato, que lhe permitiu acompanhar com seu mágico bandolim, a apresentação de grandes nomes como Noel Rosa, Lamartine Babo, Ataulfo Alves e Carlos Galhardo.

Jacob do Bandolim se apresentou em praticamente todas as rádios cariocas, mas foi na Rádio Nacional, a partir de 1955, que ele deixou o seu nome marcado, chegando a apresentar o programa “Jacob do Bandolim e seus Discos de Ouro” que ficou no ar por muitos anos, sendo que o último deles foi gravado um dia antes da sua morte.

Sua participação na gravação de “Ai que saudades da Amélia”, o clássico de Ataulfo Alves, foi fundamental para o sucesso do disco, em 1942. Ele só viria a gravar seu primeiro disco solo em 1947, pela Continental com um chorinho de sua autoria, “Treme-Treme”.

Em sua carreira gravou 52 discos de 78 rotações e 12 LPs, além de participar de várias gravações de outros artistas. A estréia na televisão foi em 1955, em um programa de choro, na TV Record, que se chamava “Noite dos Choristas”. O sucesso foi grande e Jacob conseguiu quebrar um recorde: colocar no palco 130 músicos amadores que formaram o maior regional de todos os tempos.

Ele também foi um grande pesquisador da obra de Ernesto Nazareth e recebeu, em 1967, a Comenda da Ordem da Bossa. A emoção da homenagem e da receptividade do público levaram Jacob do Bandolim a sofrer seu primeiro enfarte, ao final da sua apresentação. Um ano depois veio o segundo enfarte e, no dia 13 de agosto de 1969, após passar a tarde com o amigo Pixinguinha, com quem queria gravar um disco só com composições dele, sofreu o terceiro e fatal ao chegar em casa, morrendo nos braços de sua mulher Adylia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Do casamento de 29 anos com Adylia ele teve um casal de filhos: Elena e Sérgio Freitas Bittencourt, que assinando como Sérgio Bittencourt foi um compositor, jornalista e jurado de programas de televisão de muito respeito e sucesso nos anos 1970 e 1980.

 

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