(30/01/1912 – 17/09/1992)
O compositor e suas polêmicas musicais
Herivelto Martins nasceu em Engenheiro Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Seu pai era um agente ferroviário que costumava promover grupos teatrais amadores, dos quais ele e os três irmãos também participavam.
Com quatro anos ele se mudou com a família para Barra do Piraí, e lá o seu pai fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca de Barra do Piraí, um misto de clube e de teatro. Foi lá que Herivelto ingressou em uma banda e tocou violão, cavaquinho e instrumentos de sopro.
A primeira música ele compôs com apenas nove anos de idade, mas ela nunca foi gravada. Chegou a trabalhar em uma loja de móveis, mas acabou fugindo de Barra do Piraí com dois artistas circenses. Só que eles tinham dívidas com a polícia e Herivelto acabou tendo que voltar para casa.
Em 1930, ele e a família se mudaram para São Paulo e foram morar no bairro do Brás, mas um ano depois ele estava de volta ao Rio de Janeiro para tentar a vida sozinho. Trabalhou em uma barbearia, e como ela ficava no Morro de São Carlos, passou a conhecer vários sambistas cariocas, entre eles Príncipe Pretinho, que lhe abriu as portas para a carreira artística.
O primeiro casamento foi em 1930, e ele se separou cinco anos depois, já pai de dois meninos. Conheceu e viveu com a cantora Dalva de Oliveira em seguida, em 1936, e eles viveram uma tumultuada relação que rendeu dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e o diretor Ubiratan Martins, e uma separação em 1947, depois de brigas conjugais que ganhavam as manchetes de jornais e revistas.
Voltou a se casar em 1952 com Lurdes Torelly, com quem teve três filhos: Fernando José, já falecido; a atriz Yaçanã Martins e Herivelto Filho. Além de compor e cantar, ele também foi membro da Comissão de Música do Departamento Artístico do Ministério do Trabalho, órgão criado por Juscelino Kubitschek. Em 1963, foi eleito presidente do Sindicato dos Compositores, cargo para o qual foi reeleito em 1971.
Foi também ativo representante da Sbacem, tendo exercido o cargo de presidente do Conselho Deliberativo na década de 1960.
Ele também fez parte da dupla O Preto e o Branco ao lado de Francisco Sena e compôs várias músicas, principalmente sambas e marchas, se apresentando várias vezes na Rádio Tupi do Rio de Janeiro.
Com a morte repentina do parceiro ele se uniu ao cantor e compositor Nilo Chagas, com quem formou a nova dupla Preto e Branco. Ao se apresentarem na Rádio Mayrink Veiga acompanhando a cantora Dalva de Oliveira, surgiu a idéia de criarem o “Trio de Ouro”.
Durante muitos anos ele fez parte desse grupo musical que se apresentou no Brasil todo e também no exterior, acompanhando cantores como Carmen Miranda.
Depois de se separar de Dalva de Oliveira, os dois passaram a se agredir na mídia e a gravarem músicas que eram uma resposta muitas vezes bem ácida de um ao outro. Essas composições foram um prato cheio para as revistas e jornais e revistas da época.
Em 1987, recebeu o Prêmio Shell por seu acervo musical. O prêmio foi entregue no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com um show em que grandes nomes do cenário musical lhe prestaram homenagem.
Ele morreu aos 80 anos de idade e deixou canções inesquecíveis como “Cabelos Brancos”; “Caminhemos”; “Quarto Vazio”; “Segredo” e “Pensando em Ti”.
Foto 1 - Herivelto Martins nasceu no interior do Rio de Janeiro Foto 2 - Herivelto com Nilo Chagas e Dalva de Oliveira formou o Trio de Ouro Foto 3 - O Trio de Ouro se apresentou no exterior acompanhando Carmen Miranda Foto 4 - Ele e Dalva tiveram um casamento muito tumultuado e dois filhos Foto 5 - Herivelto e o filho Pery Ribeiro se aoresentaram várias vezes juntos Foto 6 - O compositor foi homenageado em 1987 pela sua obra musical |