Em julho de 1978, a TV Tupi trazia de volta, no horário das 19h30, o dramalhão cubano “O Direito de Nascer”, agora em uma nova versão adaptada por Teixeira Filho e Carmem Lídia, e que fora um grande sucesso na década de 60, no início das telenovelas diárias.
A história era a mesma exibida quase 15 anos antes, porém em uma versão com muitos mais capítulos e com a inserção de alguns novos personagens. De qualquer forma, a história da jovem Maria Helena, que engravida do noivo Alfredo e é rejeitada pelo mesmo, tornando-se mãe solteira e sendo odiada por isso pelo pai poderoso que trama mandar matar a criança, que é salva pela criada negra que foge com ele e o cria como seu filho, manteve os mesmos ingredientes capazes de fazer chorar grande parte do público telespectador.
A nova produção da TV Tupi teve direção de Antonino Seabra e foi marcada por muita confusão e tumulto desde o início das suas gravações. Primeiro foi o ator Zanoni Ferrite que interpretava um dos principais papéis masculinos, o de Dom Jorge Luís, e que faleceu inesperadamente, em um acidente de carro, com apenas cinco capítulos gravados. Teve que ser substituído às pressas pelo ator Adriano Reys, que teve que gravar tudo novamente.
Outro sério problema foi escolher a atriz que interpretaria a sofrida Maria Helena, principal personagem feminino, e que depois de muitos nomes cogitados acabou nas mãos de Eva Wilma, que precisou sair às pressas da novela “Roda de Fogo”, onde interpretava a ambiciosa Gil.
Se esses problemas não bastassem, a atriz Débora Duarte, escalada para ser a Isabel Cristina, se desentendeu com a direção da novela e pediu para sair mesmo depois de gravar dez capítulos, tendo também que ser substituída às pressas por Beth Goulart, que também estava no elenco de “Roda de Fogo”.
Mesmo com todos esses tumultos, a novela conseguiu estrear dentro do prazo previsto, mas não conseguiu prender a atenção do público como a emissora paulista desejava, e saiu do ar nove meses depois, dando lugar a um original de Chico de Assis, “Salário Mínimo”.
Carlos Augusto Strazzer, que vinha do sucesso “O Profeta”, ficou com o principal papel masculino e viveu Albertinho Limonta, em mais um trabalho marcante na TV Tupi. Já a sofrida Mamãe Dolores coube desta vez à veterana Cléa Simões, que se saiu muito bem neste trabalho, enquanto Suzy Camacho vivia Maria Helena jovem e Aldo César era o temido Dom Rafael, o pai tirano de Maria Helena e avô legítimo de Albertinho Limonta, também em um grande trabalho.
O elenco da novela ainda reunia Lia de Aguiar, Henrique Martins, Percy Aires, Lolita Rodrigues, Edgard Franco, Deborah Seabra, Jussara Freire, Elizabeth Gásper, Rodolfo Mayer, Wálter Prado, Geny Prado, Xandó Batista, Denise Del Vecchio, Roberto Maya, Francisca Lopes, Dante Ruy, Denise Del Vecchio, Gésio Amadeu, Linda Gay, Carlos Laranjeira, Miriam Mehler, Clenia Teixeira, Miguel Torres, Ivanice Senna, Miguel Torres, Ruthineia de Morais e Marcus Vinicius.
O ator e diretor Henrique Martins, que em 1964, na primeira versão, vivera Alfredo, agora aparecia na pele de Ricardo, o marido algoz de Dorinha, irmã de Maria Helena.
Alfredo quando jovem foi interpretado pelo ator e dublador Carlos Laranjeira. Por coincidência, Laranjeira morreu no mesmo ano em que o ator Carlos Augusto Strazzer,1993,e de complicações da mesma doença:a AIDS.
Foto 0 - Abertura da novela na versão 1978 da TV Tupi Foto 1 - Carlos Augusto Strazzer, Beth Goulart, Cléa Simões e Eva Wilma Foto 2 - Carlos Augusto Strazzer e Cléa Simões a capa do LP com a trilha sonora Foto 3 - Cenas com Strazzer, Cléa Simões e Eva Wilma em bons desempenhos Foto 4 - Carlos A. Strazzer e Beth Goulart viviam Albertinho Limonta e Isabel Cristina Foto 5 - Henrique Martins e Lolita Rodrigues tinham papéis de destaque na trama Foto 6 - Aldo César era Dom Rafael, Lia de Aguiar era Conceição e Lolita era Dorinha Foto 7 - Elizabeth Gásper foi um dos destaques da nova versão do dramalhão cubano |