Yoná Magalhães e Carlos Alberto |
O sucesso de “Nino, o Italianinho” na TV Tupi, no horário das 19h, foi substituído por um dramalhão peruano que vinha levantando altas audiências em toda a América Latina. Tratava-se de “Simplesmente Maria”, original de Célia Alcântara, exibida aqui em uma adaptação de Benjamin Cattan (1925-1994) e Benedito Ruy Barbosa, e que embora não tenha repetido o sucesso da sua anterior, ficou quase um ano no ar.
A estréia em 06 de julho de 1970 gerou muita expectativa, afinal as chamadas da novela indicavam que ela era o maior sucesso em toda a América Latina depois de “O Direito de Nascer”. Mas o que se viu no ar foi um dramalhão que envolvia uma empregada doméstica seduzida pelo patrão e que, abandonada por ele, cria sozinha o seu filho, até que, vinte anos depois, conhece o amor de um professor e vira uma modista de sucesso.
Benjamin Cattan pesou a mão e o dramalhão não agradou a um público que já começava a achar mais interessante, histórias leves e atuais como “Pigmalião 70” que estava nas últimas semanas na TV Globo e com um audiência muito positiva.
Após um tempo no ar, Cattan esqueceu o original e passou a dar à história um ar mais policial, e também sugeriu que a novela mudasse de horário e fosse para as 20h, o que aconteceu a partir do final de fevereiro de 1971. Mas mesmo assim o público e a audiência quase não reagiram e a novela só terminou em 26 de junho de 1971.
Para viver a sofrida e depois rica modista Maria, a Tupi trouxe de volta para São Paulo a atriz Yoná Magalhães, uma das estrelas preferidas da fase de novelas de época de Gloria Magadan na TV Globo. O professor Estevão foi vivido pelo ator Carlos Alberto (1925-2007), outro nome importante do elenco da Globo até então, e que era casado, na vida real, com Yoná.
Yoná, Tony Ramos, Carlos Alberto, Avancini e Irene Ravache |
Coube a Ênio Gonçalves viver o patrão rico e playboy que engravida Maria na primeira fase e a Tony Ramos interpretar Antonio, o filho de Maria vinte anos depois, e que lhe traz muitas dores de cabeça. Como a novela teve duas fases bem distintas, o elenco também mudou de uma fase para outra, embora alguns atores se mantiveram os onze meses no ar, apenas envelhecendo vinte anos.
Ainda no grandioso elenco, um dos maiores que a TV Tupi reuniu em uma só novela, estavam Etty Fraser, Elisio de Albuquerque, Elias Gleiser, Suely Franco, Wilson Fragoso, Marisa Sanches, Annamaria Dias, Rildo Gonçalves, Walderez de Barros, Carmen Monegal, Paulo Figueiredo, Irene Ravache, Carlos Zara, Kate Hansen, Cláudia Mello, João Francisco, Léa Camargo, Rafael Loduca, Marili Gomes, Yara Lins, Rui Resende, Marilu Martinelli, Olivia Camargo, Osley Delano, Bete Mendes, Patrícia Mayo, Marcos Plonka, Henrique Martins, Elizabeth Gomes, Maria de Fátima, Roberto Maya, Jovelty Archangelo, Lisa Negri, Jonas Bloch, Jean Carlo, Luisa de Franco e Aldo César.
Yoná na capa do LP com a trilha sonora |
E na próxima semana: Geraldo Vandré leva sua Disparada para a TV.