Ataulfo Alves compôs mais de 300 canções |
Ele fez 300 canções, mas todo mundo só lembra da Amélia, a mulher de verdade
Filho do Capitão Severino, conhecido violeiro e repentista da Zona da Mata Mineira, Ataulfo Alves de Souza nasceu na pequena cidade de Miraí em maio de 1909 e com apenas oito anos de idade já escrevia versos e arranhava as primeiras notas em um violão.
Ataulfo nasceu em uma família muito humilde com mais seis irmãos, e teve que trabalhar muito cedo, já que perdeu o pai com apenas dez anos. Depois de ter sido menino de recados, carregador de malas, engraxate e condutor de bois, ele se tornou ajudante de farmácia e, aos 18 anos, veio morar no Rio de Janeiro.
Ataulfo era mestre no violão, no cavaquinho e no bandolim |
Foi na Cidade Maravilhosa que surgiu o grande compositor e cantor Ataulfo Alves, exímio tocador de violão, cavaquinho e bandolim e que aos 21 anos já era compositor e diretor de harmonia do bloco carnavalesco “Fale Quem Quiser”.
Um encontro com o cantor, compositor e radialista Almirante fez com que o compositor Ataulfo Alves se tornasse conhecido no Rio de Janeiro com o samba “Sexta-feira”, mas o reconhecimento começaria mesmo logo depois, quando a novata Carmen Miranda, em 1933, gravou “Tempo Perdido”.
Ataulfo homenageado por Roberto Carlos em 1967 |
A partir daí, os sambas de Ataulfo Alves ganharam as ruas e foram gravados pelos mais importantes intérpretes brasileiros. Ele compôs perto de 320 canções, mas não há como negar que foi com “Ai que saudades da Amélia”, lançada em um disco de 78 rotações, em 1942, que Ataulfo Alves escreveu o seu nome, definitivamente, na música popular brasileira.
O primeiro disco com Ataulfo Alves interpretando suas próprias canções foi gravado em 1941, portanto um ano antes dele lançar sua Amélia, a mulher de verdade. Os primeiros 16 discos saíram pela gravadora Odeon, e, a partir do final da década de 1940 ele foi para a gravadora Victor, que depois se transformou em RCA Victor.
Ataulfo tem uma estátua na praça principal da sua cidade natal |
Ataulfo nos deixou muito cedo, com apenas 59 anos de idade, em decorrência de uma úlcera, após uma intervenção cirúrgica, em 20 de abril de 1969. Mas deixou um legado musical como poucos compositores conseguiram no ritmo que mais simboliza o jeito de ser do brasileiro, o samba. Quem não tira o seu chapéu para músicas como “Mulata Assanhada”; “Atire a Primeira Pedra”; “Leva Meu Samba” ou “Na Cadência do Samba”?