Em 1967, uma ideia de Ruy Mattos e Augusto César Vannucci (1934-1992) tomou corpo e passou a dominar o início das noites de domingo na TV Globo carioca, se espalhando depois para o canal 5 de São Paulo via videoteipe. Era o programa “Casamento na TV”, apresentado pelo jornalista esportivo e radialista Raul Longras (1914-1976), e exibido todo domingo às 19h.
“Casamento na TV” era um programa de auditório, que fez parte da fase bem popular da TV Globo carioca, e que promovia entrevistas com homens e mulheres que pretendiam se casar e usavam o programa como um trampolim para encontrarem o parceiro ideal.
O aparentemente sério e discreto Raul Longras era uma espécie, um pouco mais comedida, de uma mistura de Ratinho com doses de Márcia Goldsmith, Datena e Eliana, promovendo o encontro dos casais e até realizando esses casamentos com todas as despesas bancadas pela emissora: da cerimonia religiosa em uma igreja católica a uma recepção no próprio terraço da emissora no Rio de Janeiro. O programa ficou dois anos no ar, sempre produzido pela TV Globo do Rio de Janeiro, e conquistou mais sucesso em terras cariocas do que em terras paulistas, embora o telespectador daqui não deixasse também de sempre dar uma olhadinha para ver quem eram os candidatos que se perfilavam no palco em busca da escolha do melhor parceiro.
Como cabia para a sociedade dos anos 1960, os homens ocupavam um lado do palco e as mulheres outro, e cada um deles era convidado a definir como idealizava o seu parceiro ideal. E dessa forma, o programa atingia o seu objetivo e realizava cerca de 10 casamentos por mês.
O próprio Raul Longras acabou se casando com a sua assistente no palco e que também o ajudava na condução do programa, Marlene Lomba, e ao sair da tela da TV Globo em 1969, o “Casamento na TV” ainda fez um pouso por alguns meses na TV Excelsior. |
E na próxima semana: Dez Vidas que não seguraram a vida da TV Excelsior. |