De 3 de novembro a 15 de dezembro, o grupo que subverteu o teatro brasileiro,
estará em cartaz no Teatro Augusta, em São Paulo
De volta à São Paulo, a reestreia do espetáculo “Dzi Croquettes” marca o início das comemorações de 45 anos de história teatral e de vida conjunta do grupo, que serviu de modelo para toda uma geração de artistas. Em curta temporada, a apresentação fica em cartaz de 3 de novembro a 15 de dezembro no Teatro Augusta, sempre às quartas e quintas-feiras. Mantendo suas características originais, sua irreverência peculiar, a reafirmação da subversão da monotonia e a contestação da escravidão do costumeiro, o Dzi Croquettes segue firme na crítica à tirania do habitual e à redução do indivíduo ao nível da ignorância e do preconceito, tão evidentes ainda nos dias de hoje. Composto por uma nova geração de bailarinos,cantores e atores, o grupo é liderado em cena por Ciro Barcelos (que assina a autoria, coreografia e direção geral do espetáculo), integrante da formação original do Dzi Croquettes.
Desde seu retorno aos palcos, o grupo visa privilegiar a ideia física do Teatro Musical Brasileiro, se aproximando mais do formato de teatro de revista, fugindo do estereótipo dos musicais com estilo “Broadway” (em que todos seguem um modelo padronizado de representação musicada, dando maior ênfase ao canto). O espetáculo mantém sua forma original, acrescido de uma trilha sonora contemporânea, que vai de Ira, Titãs e Mamonas Assassinas a estilos musicais como o rap, se servindo de recursos eletrônicos. Interpretada por um elenco masculino com forte apelo de sensualidade, de vigor físico e técnico desempenho teatral, o elenco apresenta atuações masculinas femininas, tendo como ingrediente principal a paródia. Composta de humorismo, com números musicais e coreográficos, a apresentação satiriza a realidade social, política e existencial do momento.
O projeto ganha ainda mais peso ao apresentar, paralelamente, uma exposição que retrata os momentos mais marcantes da trajetória dos Dzi Croquettes, conhecido como o grupo mais subversivo da cena cultural brasileira. Instalada no hall do Teatro Augusta, a mostra reúne fotos do acervo pessoal do grupo, registradas no auge da carreira do Dzi Croquettesi iniciada em 1972, exibidas pela primeira vez para o público paulistano além de peças do figurino original dos anos 70. Seguindo o espírito da peça, a mostra procura trazer a atmosfera libertária que o grupo instaurou em meio à ditadura militar.
Por que assistir Dzi Croquettes?
A história do Dzi Croquettes nos anos 70 começa verdadeiramente em São Paulo, no extinto Teatro Treze de Maio, onde o grupo permaneceu um ano em cartaz, suscitando novos e grandes talentos que neles se inspiraram, como Ney Matogrosso, Claudia Raia, Miguel Falabella e Marília Pera, entre tantos outros artistas renomados que ponteiam o cenário artístico brasileiro desde o surgimento do grupo. São Paulo foi muito importante na trajetória do Dzi Croquettes. O conjunto criou, em 1972, o espetáculo “Gente Computada Igual a Você”, apresentado em São Paulo na casa noturna TonTon. Transferida para o Teatro 13 de Maio, na Bela Vista, fez enorme sucesso. Exilados do Brasil na década de 1970 pela ditadura militar, os Dzi Croquettes se consagram internacionalmente fora do país, especialmente na cena cultural parisiense.
Muito mais que um espetáculo, Dzi Croquettes foi um divisor de águas na trajetória do teatro e da dança no Brasil. Ninguém voltou a ser o mesmo depois de assistir uma, duas, trinta, cem vezes, esse espetáculo que ainda hoje transmite algo que pouco se explica, mas muito se sente. A equipe criadora do grupo era composta pelo coreógrafo Lennie Dale, o autor Wagner Ribeiro de Souza, e os atores/bailarinos Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo di Poly, Bayard Tonelli, Rogério di Poly, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado e Eloy Simões.
Em sua nova versão, dirigida por Ciro Barcelos, integrante do grupo original que subverteu a cena teatral nos anos 70, o espetáculo “Dzi Croquettes” estreou em 2012 no Rio de Janeiro, permanecendo três anos em cartaz com grande sucesso de público. Em 2015, se apresentou em São Paulo, no teatro João Caetano, a convite da Secretaria de Cultura por ocasião da Virada Cultural, tendo obtido um sucesso arrebatador com sessões lotadas e aproximadamente.
SERVIÇO:
Dzi Croquettes
De 03 de novembro à 15 de dezembro (apenas às quartas e quintas-feiras)
Local: Teatro Augusta (304 lugares)
Endereço: Rua Augusta, 943 - Cerqueira César, São Paulo - SP, 01305-100
Horário: 21h
Ingresso: R$80,00 e R$40,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência)
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: (11) 2122-4070 (das 9h às 21h); ingressos à venda online em www.compreingressos.com; também podem ser adquiridos presencialmente na bilheteria do Teatro Augusta (de quarta à sexta-feira das 14h às 21h; sábados das 13h às 23h30; e domingos das 13h às 20h); vendas para grupos: (11) 98484-8110
Ficha Técnica
Realização: ARTE-SE - Estúdio Ciro Barcelos e Miraklo Produções
Concepção, Texto e Direção Geral: Ciro Barcelos
Produção executiva: Bruno Pardall
Elenco: Ciro Barcelos, Bruno Gissoni, Rodolfo Goulart, Filipe Ribeiro, Rafael Leal, Paulo Victor Gandra, Julio Aracack, Rogério Nóbrega e Lucas Cândido.
Assistente de Direção: Radha Barcelos
Direção Musical: Demetrio Gil
Trilha Sonora: Demetrio Gil e Flaviola
Percussão: Vítor de Toledo
Coreografia: Ciro Barcelos e Lennie Dale
Direção Vocal: Maúde Salazar
Ensaiador de Coreografia: Rodolfo Goulart
Figurinos e Adereços: Claudio Tovar
Cenografia: Pedro Valério
Preparação Vocal: Maúde Salazar
Coreógrafos convidados: Eliane Carvalho (Flamenco), Neuza Abbes (Tango) e Rafael Leal (Afro)
Estamparia das asas das “Borboletas”, calcinhas do “Cancan” e sapatos da Carmem Miranda: Victor Dzenk
Figurino do Yê Mele: Ciro Barcelos