Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA - ELIZETH CARDOSO

9 de Setembro de 2016

(16/07/1920 – 07/05/1990)

 

A divina intérprete da nossa música

 

Considerada uma das maiores intérpretes da nossa música, Elizeth Moreira Cardoso, ou simplesmente a Divina Elizeth Cardoso, nasceu no Rio de Janeiro em um cortiço próximo ao Morro da Mangueira, de uma família humilde.

Filha de pai seresteiro, Elizeth gostava de cantar desde pequena e seu tinha o sonho era se transformar em uma grande cantora. Ela frequentava com os pais casas de sambas e festivais de música popular na capital do Rio de Janeiro.

Para ajudar a família, ela começou a trabalhar com apenas 12 anos e foi balconista, funcionária de uma fábrica e cabeleireira. Foi em uma festa de aniversário na casa de sua tia ivone que ela conheceu  Pixinguinha, Dilermando Reis e Jacob do Bandolim. Este último ficou impressionado com a voz da menina e a levou para um teste na Rádio Guanabara.

A primeira apresentação como cantora foi no “Programa Suburbano”, ao lado de Araci de Almeida e Moreira da Silva, entre outros. Foi logo contratada  para um programa semanal na rádio e meses depois gravou o primeiro disco.

Elizeth Cardoso foi uma mulher e uma cantora a frente do seu tempo, e com quase 18 anos resolveu sair de casa e ir morar com o namorado, pois o pai não aceitava que ela voltasse de madrugada dos shows que fazia.

Um ano depois,  Elizeth encontrou uma menina recém nascida abandonada na porta da sua casa e resolveu adotá-la. A decisão acabou com o seu relacionamento com o namorado e ela voltou com a criança para a casa dos pais. Em uma de suas várias apresentações pela noite carioca ela conheceu o cavaquinista e compositor Ari Valdez com quem ela se casou no final de 1939 e com  quem teve um filho, Paulo Cezar.

Em 1945 ela se mudou para São Paulo onde se apresentava na Rádio Cruzeiro do Sul, e em 1947 se divorciou, passando por um período difícil pois tinha que sustentar os filhos sozinha. A carreira da cantora decolou no final da década de 50, e nos anos 60 se tornou uma das nossas cantoras mais populares. Nessa mesma época, ela teve um namoro com o cantor e compositor Cyro Monteiro.

Elizeth Cardoso consagrou-se como uma das grandes intérpretes do nosso samba-canção, um movimento que antecedeu a bossa nova. Com a gravação do  antológico LP “Canção do Amor Demais”, ela conquistou um lugar de destaque na história da música popular brasileira.

Nos anos 60 ela apresentou programas musicais na TV Record de  São Paulo e conquistou o segundo lugar no I Festival de Música Popular Brasileira ao defender a música “Valsa do amor que não vem” de Baden Powell e Vinícius de Moraes.

Elizeth gravou mais de 40 LPs no Brasil e se apresentou em países como Portugal, Argentina, Uruguai, Venezuela, México e Japão. Foi em 1988 que ela passou mal em excursão musical no Japão e após vários exames descobriu um cãncer no estômago. Ela morreu em 7 de maio de 1990 e seu corpo foi velado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Foto 1 - Elizeth Cardoso se apresentou pela primeira vez aos 16 anos

Foto 2 - A cantora carioca se mudou para São Paulo em 1945

Foto 3 - Ela foi uma das grandes intérpretes do nosso samba-canção

Foto 4 - Elizeth e Cyro Monteiro namoraram e gravaram discos na década de 60

Foto 5 - Elizeth fez shows em vários países, entre eles Portugal e Japão

Foto 6 - Na década de 60, Elizeth apresentou musicais na TV Record

 

 

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