(16/09/1936 – 01/01/1989)
A tragédia marítima que levou uma grande atriz
A paulista Yara Amaral Goulart nasceu no bairro do Belenzinho, na capital paulista e foi uma brilhante aluna da Escola de Arte Dramática da USP, onde se formou em 1964, aos 28 anos de idade.
Yara foi uma das nossas mais premiadas atrizes do teatro, onde estreou profissionalmente em 1965 sob a direção de Walmor Chagas na peça “Hedda Gabler”. Em seguida ela se transferiu para o Teatro de Arena, na época um dos mais importantes e atuantes grupos da nossa dramaturgia.
No Teatro de Arena participou de espetáculos importantes como “O Inspetor Geral” e “Arena Conta Tiradentes” e em 1968 estreava na televisão em um pequeno papel na novela “O Décimo Mandamento” na TV Tupi.
Yara Amaral foi em seguida para a TV Excelsior onde fez a novela “O Direito dos Filhos” e depois para a TV Record fazer parte do elenco da primeira produção da emissora no gênero, que foi “A Última Testemunha”, escrita por Benedito Ruy Barbosa.
Ainda na TV Tupi ele fez a produção “E Nós, Aonde Vamos?” realizada em 1970, pela Tupi carioca e que marcou a estréia de Gloria Magadan, vinda da TV Globo, na emissora.
A partir daí resolveu investir na sua carreira teatral e foi premiada por suas brilhantes interpretações nas peças “Reveillon” ao lado de Regina Duarte e Sérgio Mamberti e em “Avatar” de Paulo Afonso Grisolli. Ao todo ela participou de 39 espetáculos de teatro como atriz profissional, além de mais alguns como amadora.
Premiada no teatro ela resolveu investir no cinema na década de 70 e esteve em “Tati, a Garota”; “O Rei da Noite”; “Parada 88, Limite de Alerta” e “A Dama do Lotação”.
Voltou as novelas, agora na TV Globo, em 1978, vivendo a sofrida Áurea de “Dancin’ Days”, um papel que lhe permitiu destaque entre as melhores interpretações dessa novela. O público então se acostumou a vê-la em grandes trabalhos na emissora como a Sofia de “Sol de Verão”; a divertida Nieta de “Guerra dos Sexos” em 1983; a Beatriz de “Um Sonho a Mais” em 1985; a Dinorah de “Cambalacho” em 1986 ou a tradicionalista dona Celeste na minissérie “Anos Dourados”.
Independente do sucesso na televisão, Yara Amaral continuou a fazer teatro e manteve algumas participações no cinema onde ainda pode ser vista em “Mulher Objeto”; “Prova de Fogo” e “Leila Diniz”, esse último realizado e lançado em 1987, um ano antes da sua morte.
Em 1987 foi para a TV Manchete participar de uma das primeiras produções da emissora, a novela “Helena”, defendendo um dos principais personagens femininos da história.
O ano de 1988 lhe reservou dois grandes papéis: o papel título da peça “Filomena Marturano”, um grande sucesso de público e crítica, além de um papel de destaque na telenovela “Fera Radical” escrita por Wálter Negrão e onde ela deu vida à personagem Joana, a matriarca da família Flores.
Divorciada de Luiz Fernando Goulart e mãe de dois filhos, Yara Amaral nos deixou de forma muito trágica, no Réveillon de 1988 para 1989, ao se transformar em uma das muitas vítimas fatais do naufrágio do barco Bateau Mouche, na Baía de Guanabara. A atriz tinha 52 anos de idade.
Foto 1. Yara Amaral cursou a Escola de Arte Dramática de São Paulo Foto 2 - Com o elenco da peça "Reveillon" com a qual ganhou vários prêmios Foto 3 - Teve em "Dancin' Days" um papel marcante como a sofrida Áurea Foto 4 - Com Jardel Filho em uma das várias peças de teatro que participou Foto 5 - Yara também teve atuação de destaque em alguns filmes na década de 80 Foto 6 - A Nieta da primeira versão da novela "Guerra dos Sexos", aqui ao lado de Hélio Souto Foto 7 - Ela participou de várias novelas na Globo, na Manchete, na Excelsior e na Record Foto 8 - Com Paulo Goulart em cena de "Fera Radical", seu último trabalho na TV |