(13/12/1912 – 02/08/1989)
O eterno rei do baião
Luiz Gonzaga do Nascimento era filho de um sanfoneiro e de uma agricultora e nasceu em uma fazenda no município de Exu, no interior de Pernambuco. E sua vida, durante muitos anos, foi entre uma enxada e uma sanfona.
Com o pai aprendeu a tocar uma sanfona de oito baixos e também zabumba. Em 1930 saiu da cidade para servir o exército e não voltou mais para a pequena Exu. Começou a viajar pelo país tocando corneta ou sanfona nos bares e cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, além de se apresentar nas ruas, passando o chapéu para recolher dinheiro.
A primeira apresentação profissional foi no programa de Ary Barroso na Rádio Nacional, interpretando uma música sua, "Vira e Mexe", que agradou tanto ao público que ele começou a participar de vários programas radiofônicos.
A partir de 1941 trabalhou na Rádio Clube do Brasil e na Rádio Tamoio, e em 1943, já na Rádio Nacional, passou a se vestir como vaqueiro nordestino. Foi nessa época que recebeu do ator e apresentador Paulo Gracindo o apelido de Lua.
A parceria com o cearense Humberto Teixeira foi definitiva na sua carreira, e a partir dela passou a compor o baião com músicas que tematizavam a cultura e os costumes nordestinos. Daí vieram sucessos como "Baião"; "Meu Pé de Serra"; "Asa Branca"; "Juazeiro"; "Paraíba" e "Baião de Dois".
Viveu com a corista e cantora Odaléia e assumiu a paternidade do filho dela, que viria a se tornar o cantor e compositor Gonzaguinha, e em 1948, se casou com Helena das Neves, com quem não teve filhos.
Foi em 1950 que ele virou o Rei do Baião, fazendo novas composições e parcerias com Zé Dantas, Hervê Cordovil e João Silva. Na década de 70 fez vários shows pelo Brasil e, em especial, no Teatro Municipal de São Paulo e no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro.
Também nessa época, Luiz Gonzaga passou a ter várias de suas composições regravadas por gente como Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Caetano Veloso e Gal Costa, que o citavam como uma influência.
Mas foi nos anos 80 que passou a ser conhecido e homenageado em todos os cantos do Brasil ao gravar com Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho e Milton Nascimento, entre muitos outros.
Sua dupla com o filho Gonzaguinha deu certo e eles saíram pelo Brasil realizando vários shows com o título de "A Vida de Viajante". Com o sucesso também de Gonzaguinha, ele passou a se apresentar como o Gonzagão.
Luiz Gonzaga gravou mais de 50 discos, compôs cerca de 500 músicas e se apresentou duas vezes na Europa com bastante sucesso. Ele morreu na capital pernambucana em 2 de agosto de 1989, vitimado por uma parada cardiorrespiratória, aos 76 anos de idade. Em 2012 foi tema do carnaval da Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, que apresentou o enredo "O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão".
Foto 1 - Aprendeu com o pai a tocar sanfona de oito baixos e zabumba Foto 2 - Gonzaga tocou nos bares e cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro Foto 3 - Já profissional, Luiz Gonzaga em uma apresentação com Dominguinhos Foto 4 - Gonzaga gravou mais de 50 discos e compôs cerca de 500 músicas Foto 5 - Com o filho Gonzaguinha ele se apresentou em todo o País Foto 6 - Gonzaga foi homenageado em 2012 quando completaria 100 anos |