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Com apresentação de três peças de seu repertório, um espetáculo convidado e um workshop, a Cia comemora sua sobrevivência delirante em São Paulo com o projeto Tudo que Pode dar Errado: Dez Anos de Cia. dos Outros. Os espetáculos escolhidos sa?o: Corra Como um Coelho (2009), A Pior Banda do Mundo (2012) e Solos Impossi?veis (2013).
A Cia dos Outros e? um grupo teatral da cidade de Sa?o Paulo que completa dez anos de atividades em 2016. Formada porCarolina Bianchi, Toma?s Decina, Pedro Cameron, Fernanda Camargo e Amanda Lyra - a Cia. realiza uma reflexão sobre sua trajetória, apresentando três peças que fazem curtas temporadas no TUSP entre 16 de março e 24 de abril, além de um espetáculo convidado que foi criado por Carolina Bianchi (Mata-me de Prazer). As peças apresentadas pela ocupaçãoTudo que Pode dar Errado: Dez Anos de Cia. Dos Outros são Solos Impossíveis - a montagem mais recente do grupo (2013) que faz sua primeira temporada mais extensa em São Paulo - às quartas e quintas às 21h, de 16 de março até 14 de abril; A Pior Banda do Mundo, espetáculo de 2012, de sexta e sábado, às 21h, e domingos, às 20h, entre 19 de março e 3 de abril; e, neste mesmo horário, a peça Corra como um Coelho, (2009) primeiro trabalho do grupo a entrar no circuito profissional, de 8 à 24 de abril. Os ingressos custam R$20.
Nesses anos de trabalho, a Cia. se dedica a explorar a teatralidade de diferentes materiais para criar seus trabalhos e aposta na autoria dos integrantes para a elaborac?a?o de uma poe?tica ce?nica, que revela o fracasso como um de seus principais temas.
“Não se trata de apresentar nossos espetáculos em uma sequência cronológica e celebrar a existência de um grupo de teatro, mas se trata de celebrar a resistência de um grupo de teatro. Elaborar uma reflexão sobre o que foi produzido por nós até aqui. As mudanças que aconteceram dentro de nós, no grupo, no país e no mundo durante esse tempo. E por conta disso, precisaram existir algumas mudanças nessas obras. Algumas bastante drásticas, como é o caso dos Solos Impossíveis, que tem essa característica de ser uma obra que se transforma a cada vez que vamos apresentá-la novamente. Um estudo sobre nossos territórios criativos”, explica Carolina Bianchi, atriz, diretora e dramaturga do grupo.
“Mas também não podemos deixar de expor quem éramos há oito anos. De onde vinham as ideias, como organizávamos nossas sensações. É maravilhoso pra mim, por exemplo, ter a primeira peça que escrevi, A Pior Banda do Mundo (2012) ao lado do Mata-me de Prazer, que é meu trabalho autoral mais recente, que acabou de nascer. Ainda que o Mata-me não seja um trabalho da cia, faz sentido como convidado dessa mostra. Para evidenciar essas transformações”, completa Carolina.
Entre os dias 18 e 20 de abril, a Cia dos Outros promove também um workshop em que compartilha alguns procedimentos criativos usados na elaboração de suas peças. O grupo lançou um site que disponibiliza o acesso a todos os seus trabalhos informações sobre espetáculos, links de referências, artigos relacionados, ensaios e outros textos. Link:www.ciadosoutros.com.br. Para o começo do próximo ano, a Cia. dos Outros começa os preparativos para um novo trabalho, com o título provisório de O Futuro. Eles adiantam que serão 10 atores em cena em uma ficção científica escrita por Carolina Bianchi.
Espetáculo Convidado
Mata-me de Prazer, a saga erótica criada por Carolina Bianchi - integrante da Cia dos Outros - e o músico Lucas Vasconcellos, faz sessões no TUSP como espetáculo convidado nos dias 19 e 20 de abril, terça e quarta-feira, às 21h. A classificação do espetáculo é de 14 anos e a entrada também custa R$20 (inteira).
Sobre os Espetáculos
Corra Como um Coelho
“Acredito que Corra como um coelho foi nosso primeiro passo explorando o fracasso como tema e encenação. E uma revelação dos nossos desejos de explorar a linguagem visual que caracteriza boa parte da nossa trajetória: cenários de gabinete, a construção de um espaço dentro da caixa preta, um tentativa de se recriar algo real mas de algum jeito escancarando o simulacro. Quem capitaneou essas pesquisas de cenário foi o Tomás Decina, responsável pela identidade visual do grupo e ator, criador. Fizemos esse espetáculo quando saímos da universidade, estávamos cheios de perguntas sobre como seria sobreviver de teatro e como ele é apaixonante e terrível. É um espetáculo sobre a tentativa de se fazer um espetáculo.” – diz Carolina.
Corra como um coelho acompanha tre?s figuras em um elegante cena?rio de gabinete entulhado de pratarias, quadros e bichos empalhados: Uma dondoca po?s-moderna de tende?ncias suicidas, um estrangeiro inge?nuo com rompantes de viole?ncia e um rapaz misteriosamente ferido. Em passagens frene?ticas pelo palco, proclamam discursos tragico?micos, se atravessam com paixão e violência, de debatem para realizarem suas narrativas, transformando a cena em um verdadeiro labirinto, tentando não naufragarem o espetáculo por completo.
Ficha Técnica
Criação: Carolina Bianchi, Fernanda Camargo, Tomás Decina e Pedro Cameron
Direção: Fernanda Camargo
Atores: Carolina Bianchi, Tomás Decina e Pedro Cameron
Duração: 70 min
Classificação: Livre
A Pior Banda do Mundo
A Pior Banda do Mundo estreou no TUSP em novembro de 2012 e desde la? circulou por diversas cidades do pai?s e do estado de Sa?o Paulo, participou de festivais e obteve indicac?o?es a pre?mios. No espeta?culo, uma banda de aspirac?o?es jazzi?sticas e pouco talento que ensaia ha? dez anos sem nunca ter se apresentado recebe a surpreendente noti?cia de que fara? seu primeiro show.
“Foi com esse espetáculo que chafurdamos em temas como fracasso, desejos perdidos, nostalgia, e onde trabalhamos para esses temas também fuuncionarem como dispositivos de construção da encenação. Foi a primeira vez que realizei três funções ao mesmo tempo: dramaturgia, atuação e direção- essa última compartilhada com João Otávio, que faleceu em dezembro de 2012 logo após a primeira temporada do espetáculo se encerrar.
Foi um processo intenso, que contou com a criação de todos os envolvidos, e era a primeira vez que iríamos dividir a cena com outros atores que não eram do grupo, a Amanda Lyra e o Clayton Mariano.” conta Carolina.
As desventuras destes “mu?sicos” sem qualquer talento sa?o apenas um pretexto para entrar num mundo de personagens que entregam-se a ocupac?o?es improva?veis e preocupac?o?es inverossi?meis, transitam entre pequenas possibilidades de glo?ria do passado e um presente medi?ocre.
A Pior Banda do Mundo e? livremente inspirada na se?rie de quadrinhos de mesmo nome considerada a obra ma?xima do cartunista portugue?s Jose? Carlos Fernandes (editora Devir, 2007).
Ficha Técnica
Direção: Carolina Bianchi e João Otávio
Dramaturgia Carolina Bianchi
Atores: Amanda Lyra, Carolina Bianchi, Clayton Mariano, Tomás Decina e Pedro Cameron
Duração: 110 min
Classificação: Livre
Solos Impossíveis
Solos Impossi?veis e? um espeta?culo composto por dois solos apresentados em sequência: O Otimista – Novela Maritima Para uma Pessoa e Tamara Karsavina – Novela Russa Feita por uma Pessoa. A montagem apresenta o humor caracteri?stico da Cia. dos Outros, o afeto pela fantasia, pelas pequenas aventuras, o fracasso, a paro?dia de existir e o desejo de reinventar?se a cada projeto atrave?s novas estruturas e novas parcerias.
“Solos Impossíveis é uma pequena reflexão sobre a criatividade, a invenção, como criamos nossas narrativas. É um estudo dramatúrgico e coreográfico. Um trabalho que surgiu em 2013, e que desde então fez algumas apresentações pontuais. Essa é primeira vez que ficaremos em cartaz por mais tempo e vai ser um exercício magnífico. Solos Impossíveis se debruça sobre os territórios da nossa imaginação quando criamos uma história, um espetáculo, com duas narrativas simples: um náufrago que está em uma ilha e precisa inventar uma nova maneira de existir e uma bailarina clássica que quer ser atriz e tem uma dificuldade enorme de estar no momento presente.”
Em O Otimista – Novela Maritima Para uma Pessoa, apresenta um náufrago que está em uma ilha aparentemente deserta. Constrói um mapa de lembranças e futuros para encontrar uma nova maneira de existir no presente inóspito. Já Tamara Karsavina – Novela Russa Feita por uma Pessoa, apresenta a bailarina russa nascida nos anos 80 Tamara Karsavina, de talento bastante duvidoso. Seu sonho e? ser atriz. O solo acompanha seus devaneios, a paixa?o por um cosmonauta, sua incursa?o no cinema ero?tico e sua morte tra?gica.
Ficha Técnica
Direção: Amanda Lyra e Carolina Bianchi
Dramaturgia: Carolina Bianchi com colaborações de Tomás Decina
Atores: Carolina Bianchi e Tomás Decina
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 anos
Serviço
Tudo que Pode dar Errado: Dez Anos de Cia. Dos Outros
Três peças do repertório e um espetáculo convidado
Solos Impossíveis – quartas e quintas, às 21h, entre 16 de março e 14 de abril
A Pior Banda do Mundo – sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h, entre 19 de março e 3 de abril
Corra Como um Coelho - sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h, entre 8 e 24 de abril
Espetáculo convidado Mata-me de Prazer – terça e quarta-feira, às 21h, entre 19 e 20 de abril
Endereço do TUSP: R. Maria Antônia, 294 - Vila Buarque, São Paulo - SP, 01222-010
Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
