Cultura - Teatro

Peça futurística debate sobre relacionamentos à distância

9 de Março de 2016

 

 

 

Qual é o habitat do amor perfeito: o real ou o digital? Essa é a reflexão que o espetáculo  Aquarius propõe ao público. A peça conta a história de um casal que namora por meio de dispositivos tecnológicos sem nunca ter experimentado o contato físico de seus corpos. Mas ao encontraram-se fisicamente, descobrem identidades e sensações diferentes das quais imaginavam antes. Produzida pela Utópica Cia de Teatro, a montagem está em cartaz dos dias 19 a 28 de fevereiro, no Centro Cultural Parque das Ruínas, sextas-feiras, sábados e domingos.

 

A ficção se passa num futuro onde o ar torna-se impróprio para ser respirado diretamente, alterando sensivelmente os hábitos da sociedade. Paralelamente, as tecnologias comunicativas virtuais evoluíram a ponto de tornarem-se tão palpáveis e reais quanto os encontros presenciais. Neste mundo hiperconectado o real e virtual fundem-se fazendo com que as pessoas interajam em novos formatos de relação.

 

Lilian e Renato são um casal, assim como todas as pessoas deste tempo, que mantém suas relações por intermédio de AQUARIUS, uma rede de satélites interplanetária que agrega e promove um fluxo constante de troca e circulação de conteúdos e de todas informações dos usuários.

 

Eles pensam que se conhecem muito bem, certeza que com sofre sérios abalos quando Lilian propõe um encontro presencial.  Durante o conflito pessoal, uma  queda de conexão coloca a rede fora do ar. Com a instabilidade e a intermitência do sinal, ambos veem-se obrigados a lidar a frustração do desaparecimento de toda uma realidade virtual a qual estavam habituados. É nesse momento que descobrem identidades e sensações radicalmente diferentes das quais projetaram anteriormente.

 

Segundo a diretora Nathalia Cólon, a montagem é fruto de uma pesquisa da companhia numa temática contemporânea, tendo base a transformação dos relacionamentos humanos a partir dos conceitos de ausência física versus presença virtual. “Queremos propor o debate sobre as transformações das relações humanas nos últimos tempos, num exercício de compreensão sobre  influência das imagens no nosso entendimento da realidade bem como nos vínculos amorosos. 

 

- A encenação debate os conflitos oriundos do crescimento dos estímulos mentais e projetivos em detrimento do contato físico dos corpos. A sensação que se tem é de proximidade e realidade, o que leva ao não questionamento do desequilíbrio que se configurou ao longo de anos de transformação da comunicação, culminando no que chamamos de “reinvenção da presença” - explica.

 

Além da estreia do espetáculo Aquarius, o grupo realizará, durante a temporada, debates com a Cia sobre o processo criativo, além de circular por arenas cariocas com seu outro espetáculo "De Filha Pra Mãe" contemplado com edital "Viva a Arte" - 2015.

 

Serviço:

Espetáculo Aquarius. Texto: Joaquim D'Alvura, Nathalia Colón e Paula Barbosa. Direção: Nathalia Colón. Produção: Utópica Cia de Teatro. Temporada: 19 a 28 de fevereiro. Horários: Sextas-feiras e sábados: 20h. Aos domingos, às 19h30. Local: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas. Endereço: Rua Murtinho Nobre, 169 - Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ. Telefones: (21) 2215-0621 / 2224-3922. Ingresso: R$ 20,00. A capacidade da sala: 86 lugares. A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Duração: 60 minutos.

 

 

 

 

Ficha técnica:

ARGUMENTO: Utópica Cia de Teatro

DRAMATURGIA: Joaquim D'Alvura

Colaboração Dramatúrgica:  Nathalia Colón e Paula Barbosa

DIREÇÃO: Nathalia Colón

ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Paula Barbosa

ELENCO:  Nina Pamplona, Bayron Alencare e Paula Barbosa.

DIREÇÃO MUSICAL: Dani Carneiro e João Guesser

PESQUISA CÊNICA: Nina Pamplona, Bayron Alencar, Monique Bernal, Ricardo Ferreira e Gabriel Manita,

DESENHO DE LUZ: Rafael Turatti

FIGURINOS: Luiza Valente

CENÁRIO: Eric Fuly

FOTOGRAFIA: RMNZ

DIREÇÃO DE ARTE: Eric Fuly

PROGRAMAÇÃO VISUAL: Bayron Alencar

PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO: Utópica Produções e Arte

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