Grupos apresentam cenas curtas sobre São Paulo
O projeto será aberto no Galpão do Folias e termina no Espaço dos Parlapatões, ambos no Centro de São Paulo, passando pelas zonas Norte (Refinaria Teatral),
Leste (Espaço Sankova), Sul (Encena) e Oeste (Viradalata e Teatro do Centro da Terra). Também na região central a programação (preço único de R$ 10,00) inclui o Teatro Ágora,
o Casarão do Belvedere e o Espaço da Cia da Revista. Entre outros objetivos, a ação quer reconectar as pessoas com o teatro realizado na cidade.
Programação
Na terça-feira, dia 16, as apresentações começam no Refinaria Teatral, na zona Norte da cidade. A proposta é levar luz para os espaços em diferentes regiões, por isso os integrantes do MOTIN consideramimportante começar fora do Centro. Dia 17, quarta-feira, as apresentações continuam no espaço Sankofa, na zona Leste. Quinta-feira, dia 18,é a vez do Encena na zona Sul, seguindo a lógica de descentralizar a programação.
Na sexta-feira, dia 19, haverá duas apresentações em espaços próximos, e o Curto-Circuito chega ao centro de São Paulo. Às 21h as apresentações acontecem no Ágora e à meia-noite no Casarão do Belvedere, que estão muito próximos. A ideia é permitir que o público se desloque a pé para conferir as duas programações.
No sábado é a vez da zona Oeste, com apresentações às 18h no Teatro Viradalata e às 21h no Teatro do Centro da Terra, que também estão próximos e permitem um deslocamento a pé. São dois teatros que podem receber um maior número de espectadores. Para encerrar a programação, volta-se ao Centro da cidade, primeiramente no Espaço da Cia. Da Revista. O fechamento se dá no Espaço Parlapatões, terminando a mostra em um espaço público simbólico para o teatro e a cidade,a Praça Roosevelt.
Sobre o MOTIN
Nova expressão da organização dos teatros na cidade, o MOTIN é um movimento criado por teatros independentes de São Paulo que visa discutir sua atividade cultural pública e sua identidade frente a população. "As semelhanças nos aproximam e as diferenças nos unem. É um constante processo", conta Celso Frateschi, sobre o movimento que surgiu em meados de 2013, decorrente do encontro de um grupo de artistas-gestores de espaços culturais, principalmente dos pequenos teatros espalhados pela cidade.
Locais de apresentação:
1. Grupo Refinaria Teatral - R. João de Laet, 1507 - Vl Aurora – Z. Norte
2. Coletivo Cultural Sankofa - R. Pangauá, 669 V. Ré - M. Patriarca - Z.Leste
3. Teatro Encena - R. Sargento Stanislau Custódio, 130 - Vl Sônia – Z. Sul
4. Casarão do Belvedere - R. Pedroso, 267 - CENTRO
5. Galpão do Folias - R. Ana Cintra, 213 - Santa Cecília – Z.Oeste
6. Espaço Cia da Revista - ?Al. Nothmann, 1.135 - Santa Cecília - Centro
7. Teatro Ágora - R. Rui Barbosa, 574 – Bela Vista - Centro
8. Teatro Viradalata - R. Apinajés, 1387 - Perdizes - Z. Oeste
9. Teatro do Centro da Terra - R. Piracuama, 19 – Perdizes – Z. Oeste
Autônomos na captação de recursos e na forma de manutenção financeira das nossas sedes e companhias, não possuímos bandeiras promocionais vinculadas aos nomes dos nossos espaços. Somos independentes na curadoria da nossa programação, na gestão das nossas salas e na produção dos nossos conteúdos artísticos.
Somos agentes civis atuando espontaneamente na cultura que, no entanto, é território público. Arcamos com os custos de políticas de Estado, como meia-entrada e acessibilidade, sem contrapartidas para seu custeio. Sofremos com a valorização imobiliária, que pressiona nossos aluguéis ou nos desaloja de nossas sedes. Nossos espetáculos não são produtos industrializados feitos em série ou pré-determinados por pesquisas de opinião ou estratégias de marketing. São artesanais e únicos, com outra lógica de produção e comercialização. A demanda que suprimos, o Estado não tem conseguido atender.
Produzimos cultura autonomamente, mas na solidão da nossa luta por fazê-lo também nos isolamos. Diante dos novos dispositivos midiáticos, questionamos nossa real importância na sociedade. O Movimento busca uma auto reflexão mais abrangente. Na nossa procura por identidade, nos re-significamos. E, novamente, neste ato, estamos cumprindo nossa função social.
É na diversidade estética, ideológica e dos modos de produção desses pequenos espaços-laboratório, cada qual falando o dialeto da sua tribo e comunicando-se especificamente com seus públicos, que está o maior valor do nosso Movimento. No múltiplo vocabulário das diferenças. É na capilaridade do social que está a expressão mais viva da nossa arte. A diversidade é a riqueza cultural do Movimento.
Somos uma rede em formação. E, no ato de constituir esses vários fluxos e conexões, os “pequenos teatros” de São Paulo deixam de ser fenômenos quixotescos e isolados. Percebemos que existe uma lógica urbana, histórica e social mais abrangente que nos envolve. Os tempos mudaram e a força expressiva da nossa arte não está mais na realização de um grande sucesso isolado, suportado por ampla publicidade nos meios de comunicação de massa. Isso não mais existe. A expressão é a própria rede. É a nova mídia e o novo suporte midiático que nós queremos entender melhor. Por isso a necessidade de conhecermos com mais profundidade este momento histórico no qual, não por acaso, nós nos encontramos.
Para sabermos mais acerca de nós mesmos precisamos nos re-identificar. Fizemos a primeira cartografia dos nossos espaços, considerando seus territórios e atravessamentos no civil e no público, de modo a conhecermos nossas particularidades e nossas possibilidades de atuação artística, social e política. É o primeiro passo para nos debruçarmos sobre o que mais importa: o público. O MOTIN é uma organização em rede, sem hierarquia; é uma expressão da nossa época e uma iniciativa histórica dos artistas envolvidos. Busca ações duradouras e significativas para a cidade e, principalmente, entender a nossa relação com o público urbano do século XXI.