Henrique de Souza Filho, ou simplesmente Henfil, era mineiro de Ribeirão das Neves e cresceu na periferia de Belo Horizonte. Foi sempre uma criança e um jovem de saúde delicada porque era hemofílico.
Começou a estudar o curso superior de Sociologia, mas abandonou antes de terminar o primeiro semestre do curso. Trabalhou em uma agência de publicidade e virou jornalista, até encontrar seu verdadeiro caminho ao seu dedicar à ilustração e produção de histórias em quadrinhos.
Foi ainda em Belo Horizonte que surgiu o cartunista Henfil e onde também nasceram os seus personagens mais conhecidos, Os Fradinhos, que participavam de forma crítica e com muito humor da política brasileira e do dia a dia da nossa sociedade nos anos 60 e 70.
Henfil e seus cartuns participaram dos principais jornais e das mais importantes revistas brasileiras nas décadas de 60 e 70 como o “Diário de Minas”; “Jornal dos Sports”; “Jornal do Brasil”; “O Pasquim”; “Visão”; “Realidade”; “O Cruzeiro” e “Placar”.
Além dos Fradinhos ele criou também personagens inesquecíveis como o Capitão Zeferino, o Bode Orelana, Ubaldo, o Paranóico e a Graúna. Sempre com a saúde atrapalhada, ele foi para os Estados Unidos onde além de realizar um tratamento de saúde, também aproveitou para escrever o livro "Diário de um Cucaracha", um grande sucesso de vendas no Brasil no final dos anos 70.
Na volta ao Brasil, dois anos depois, ainda escreveu mais seis livros e uma peça de teatro, o musical humorístico "A Revista do Henfil", além de escrever e dirigir o filme "Tanga - Deu no New York Times".
Sempre crítico da ditadura militar, Henfil teve atuação marcante na luta pela democratização do país e pela anistia aos presos políticos, tendo sido homenageado pelo compositor João Bosco na música “O Bêbado e a Equilibrista” por esse trabalho político e social.
Henfil também participou da nossa televisão, atuando como apresentador do quadro "TV Homem" no programa "TV Mulher", na Rede Globo e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, o PT.
Assim como seus dois irmãos, o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário, Henfil era hemofílico e dependia de transfusões de sangue para ter uma vida normal. Foi justamente em uma transfusão de sangue realizada em um hospital público no Rio de Janeiro que ele contraiu o vírus da Aids,em um momento que o Brasil e o mundo ainda não sabiam muito dessa doença, vindo a falecer no início de 1988.
Ele tinha apenas 43 anos de idade quando faleceu e estava em um momento de grande produção de quadrinhos e de textos para revistas e jornais, mas deixou personagens e uma obra que deve sempre ser revista pela sua importância cultural e social.
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Foto 1 - O mineiro Henrique de Souza Filho foi jornalista antes de cartunista Foto 2 - Ele colocou suas tiras nas principais publicações brasileiras Foto 3 - Henfil criou personagens como Os Fradinhos e a Graúna Foto 4 - Sua participação no O Pasquim foi importante no sucesso da publicação Foto 5 - Ele também fez TV e participou do programa TV Mulher da Globo Foto 6 - O trabalho de Henfil foi sempre uma crítica muito bem humorada |