O grande sucesso de público e de crítica conquistado pela novela "Beto Rockfeller" e a crise na TV Excelsior e na sua teledramaturgia, colocaram a TV Tupi em grande euforia. Era chegado o momento de liderar a audiência no horário nobre das 20h. Só que a direção da emissora paulista não contava com o estrago que Janete Clair (1925-1983) e a Globo fariam ao lançar um mês antes, no mesmo horário, a novela "Véu de Noiva".


Bráulio Pedroso, o autor

Ao estrear em 1° de dezembro de 1969, a nova novela de Bráulio Pedroso (1931-1990) tinha o curioso nome de "Super Plá" e contava a história de Plácido, que quando criança era superinteligente até levar um tombo e se tornar uma pessoa comum e nada ativa. Mas tudo mudava quando ele experimentava o refrigerante Super Plá e aí se transformava em um homem charmoso, romântico e muito esperto.

A idéia de Bráulio era misturar cinema com televisão e história em quadrinhos e para isso chamou para auxiliá-lo o escritor Marcos Rey (1925-1999). Na direção estavam os experientes Antonio Abujamra e Wálter Avancini (1935-2001), o que era garantia de um bom espetáculo de teledramaturgia.

Mas o público parece ter ficado um pouco assustado com tanta experiência e novidade e não comprou a idéia. A audiência ficou sempre abaixo da esperada e o resultado foi que a novela teve que ser reduzida para ser substituída por outra história que marcaria a volta de Ivani Ribeiro (1916-1995) à TV Tupi.


Super Plá com Rodrigo Santiago como Plácido

O elenco foi escolhido a dedo e trazia trabalhos marcantes como o de Rodrigo Santiago (1943-1999) como o herói Plácido; Irene Ravache como a milionária em crise Majô Prado; Hélio Souto (1929-2001) vivendo o gangster Baby Stompanato; Marília Pêra como Joana Martini, uma atriz de teatro que também era dona de uma fábrica de refrigerantes; Bete Mendes como uma cega que vendia flores ou Jofre Soares (1917-1996) como Jonas, um milionário tupiniquim bem no estilo Tio Patinhas.


Super Plá com Helio Souto e Bete Mendes

O grande elenco se completava com Wálter Forster, Karin Rodrigues, Machadinho, Ana Rosa, Antonio Pedro, Elisio de Albuquerque, Margarida Rey, Jayme Barcellos, Othon Bastos, Kate Hansen, Léa Camargo, Chico Martins, Eudósia Acuña, Paulo Villaça, Otávio Augusto, Carlos Duval, Nello Pinheiro, Maria Stela Splendore, Jonas Bloch, Antonio Ghigonetto, Beatriz Berg e Marilda Pedroso.
Bráulio Pedroso não agüentou a pressão e deixou a novela antes do final, cabendo a Marcos Rey terminar a história, mudando assim o destino de alguns personagens. E em 16 de maio de 1970, a saga desse novo herói chegava ao final com um amargo gosto de fracasso.

E na próxima semana: O repórter Amaral Neto e seu retrato do Brasil.