Foi o jornalista e produtor de TV Fernando Barbosa Lima (1933-2008), que em 02 de setembro de 1963, estreou na televisão aquele que seria um marco no telejornalismo brasileiro. Inicialmente com o título de "Jornal Excelsior", e com um slogan que o acompanhou até o seu final, em 1968, o de ser um "show de notícias", o telejornal misturava irreverência, bom humor e alguns furos jornalísticos, e era exibido de segunda a sexta-feira às 22h.
Fernando Barbosa Lima O telejornal também se chamou "Jornal Cássio Muniz", nome do patrocinador, até desembarcar na TV Tupi, em 1965, e ganhar o definitivo nome de "Jornal de Vanguarda". Na equipe estavam nomes como o de Sérgio Porto, o nosso Stanislaw Ponte Preta e sua constante irreverência; o humor fino e inteligente do mestre Millôr Fernandes; a competência de jornalistas como Villas-Boas Corrêa, Newton Carlos, José Ramos Tinhorão e Fausto Wolff; a locução perfeita de Célio Moreira, irmão mais novo de Cid Moreira, de Luis Jatobá e Tarcisio Holanda; a coluna social diferente de Jacinto de Thormes; as notícias para as mulheres sob o comando de Gilda Müller e as de entretenimento com Ricardo Amaral, além do esporte na visão de João Saldanha.
Millor Fernandes Da TV Tupi o programa foi para a TV Globo, em 1966, onde incorporou à equipe o diretor Borjalo que também trouxe seus criativos bonecos para o telejornal; Otto Lara Resende e a atriz Odete Lara, que de forma muito sensual entrevistava políticos e personalidades da vida nacional. Foi na TV Globo, em pleno período da ditadura, que o "Jornal de Vanguarda" sofreu uma grande pressão da censura que levou o telejornal a deixar de existir dois anos depois.
Odete Lara O "Jornal de Vanguarda" sofria com a concorrência do "Repórter Esso" que na área internacional, por exemplo, tinha exclusividade na maior parte das telefotos que as agencias de notícias estrangeiras vendiam e, para ser uma outra opção para o público ávido por notícias, resolveu optar pelo humor e a irreverência como sua principal bandeira.
Villas-Boa Correa E na próxima semana: uma rosa rebelde que derrubou a audiência