(31/10/1902 – 17/08/1987)
O mais importante poeta e contista brasileiro
O mineiro Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro em outubro de 1902, de uma família de fazendeiros que estava em decadência.
Foi para Belo Horizonte estudar e pouco tempo depois se transferiu para um colégio jesuíta em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, onde deixou os padres “malucos” com suas ideias e seus questionamentos, o que fez com que ele fosse expulso por "insubordinação mental".
Voltou para a capital mineira e resolveu ser escritor, começando como colaborador do jornal “Diário de Minas”, onde se transformou em um dos principais nomes do movimento modernista mineiro.
Por pressão familiar formou-se em farmácia em Ouro Preto em 1925. Mas logo depois fundou com outros jovens escritores “A Revista”, um importante veículo do movimento modernista.
Em 1934, transferiu-se novamente para o Rio de Janeiro, de onde não saiu mais, para ser chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, ficando nesse cargo até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde se aposentou em 1962.
Os primeiros livros foram escritos na década de 30: “Alguma poesia” e “Brejo das almas”, e ambos apresentavam um jovem autor torturado pelo passado e, ao mesmo tempo, assombrado com o futuro.
A obra de Carlos Drummond de Andrade é marcada por uma eterna ironia aos costumes da nossa sociedade, mas sempre de uma forma ao mesmo tempo satírica e em forma de desencanto.
Entre os inúmeros clássicos do conto, da prosa e da poesia que escreveu se destacam “Sentimento do mundo” de 1940 e “A rosa do povo” de 1945.
Suas obras alcançaram o mercado internacional e foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco e tcheco, o transformando no poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo.
Se não bastassem seus vários livros, Drummond também escrevia para o “Jornal do Brasil” e traduzia obras de vários autores estrangeiros, principalmente franceses e espanhóis, entre os quais Balzac, Marcel Proust, García Lorca e François Mauriac.
Em 1925 ele se casou com Dolores Dutra de Morais, que morreu menos de um ano antes que ele, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas uma hora e Maria Julieta, que também se transformou em cronista, era a grande paixão de Carlos Drummond e morreu 12 dias antes do pai, vítima de um câncer.
Vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 1968, Drummond a partir do início dos anos 80 se dedicou a escrever poesias com um certo erotismo e foi homenageado meses antes de sua morte pela Escola de Samba Mangueira, que venceu o Carnaval de 1987 com o enredo “Drummond, o reino das palavras”.
Ele nos deixou aos 84 anos de idade, em 17 de agosto de 1987, vitimado por problemas cardíacos e muito desiludido depois de ter perdido a mulher e a filha no período de um ano.
Foto 1 - Carlos Drummond nasceu em Minas, mas viveu muito no Rio de Janeiro Foto 2 - Drummond foi contista, poeta e colaborador de jornais e revistas Foto 3 - Com a mulher Dolores e a filha Maria Julieta na década de 30 Foto 4 - O escritor viveu 84 anos e sua obra foi traduzida para vários idiomas Foto 5 - Uma bela estátua na Praia de Copacabana, no Rio, homenageia o escritor |
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