Quando Maria José Dupré (1905-1984) ou Madame Dupré, como ficou conhecida, publicou seu romance "Éramos Seis", em 1943, premiado pela Academia Brasileira de Letras, jamais ela poderia imaginar que essa seria uma das histórias mais adaptadas na nossa teledramaturgia.

A primeira versão de "Éramos Seis" na televisão surgiu em 1958, na TV Record, e era exibida duas vezes por semana, tendo a veterana Gessy Fonseca como a intérprete de Dona Lola. Já a segunda versão foi para o ar em 1º de maio de 1967, às 19h, na TV Tupi, e era uma adaptação de Pola Civelli, dirigida pelo ator e diretor Hélio Souto (1929-2001).

A melodramática história de Dona Lola ainda conquistaria o público noveleiro duas vezes: em 1977, novamente na TV Tupi, e em 1994 no SBT, nessa última versão na melhor incursão da emissora de Silvio Santos até hoje em novelas.

"Éramos Seis" conta a história da batalhadora e bondosa Dona Lola e do seu casamento com Julio; o nascimento dos quatro filhos; sua vida sempre difícil e cheia de problemas na São Paulo dos anos 1910 aos anos 1960; a perda do marido vítima de um enfarte; a morte do filho mais velho, Carlos, durante a Revolução Constitucionalista; o casamento dos outros filhos; o sumiço de um deles, Alfredo, perdido pelo mundo e a velhice sozinha em uma casa de repouso.



A grande atriz Cleyde Yáconis foi a escolhida pela Tupi para viver a Dona Lola nessa segunda versão. Ao seu lado estavam Silvio Rocha como Julio; Plínio Marcos, Roberto Orosco, Guy Loup e Tony Ramos como os filhos e ainda Diná Lisboa, Serafim Gonzalez, Gianete Franco, Alberto Juliano e Renê Dantas.

Esta versão ficou apenas um mês no ar, terminando em 02 de junho de 1967, mas encantou as donas de casa que se identificavam com o sofrimento e com a luta de Dona Lola em todos os momentos. A história de Madame Dupré foi sucesso todas as vezes em que foi adaptada para a televisão e um prêmio para todas as atrizes que a interpretaram.

E na próxima semana: o sucesso dos adoráveis trapalhões.