“O ano em que sonhamos perigosamente”,
no Sesc Belenzinho
De 12 a 29/11/2015
Direção de Pedro Wagner
Dramaturgia Giordano Castro e Pedro Wagner
Com os atores Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral e Pedro Wagner
Foto de cena de Renata Pires
“Essa coisa que eu fiz, dizem que vem dos gregos. É tipo... uma coisa.
Tem beleza. É uma coisa que uma pessoa, ou um grupo de pessoas, fazem para outra pessoa, ou para outro grupo de pessoas.
Pode ser algo planejado, ou algo inventado na hora.
Essa coisa que você faz para o outro, tem que ser algo com o objetivo de apresentar uma situação e despertar sentimentos e reflexões.
Dizem que vem dos gregos.
Ah, essa coisa também pode ser o lugar onde se desenvolve isso.
Esse tipo de coisa com beleza.”
Um dos mais destacados e atuantes na cena das artes cênicas de Pernambuco, o grupo Magiluth estreia em São Paulo, em curta temporada no Sesc Belenzinho, de 12/11 e 29/11 (quinta a domingo) a sua mais recente criação, “O ano em que sonhamos perigosamente”. O grupo também realizará a oficina “Jogo Comum” nos dias 17, 18 e 19/11 sobre o desenvolvimento de novas metodologias de trabalho baseadas nos recentes processos desenvolvidos pelo Magiluth.
Oitavo trabalho do grupo Magiluth “O ano em que sonhamos perigosamente” mergulha no jogo teatral para questionar o momento político atual e falar da condição humana na contemporaneidade.
Inicialmente foram buscar provocações teóricas para a construção da dramaturgia na filmografia do grego Yorgos Lanthimos, nos pensamentos de Gilles Deleuze, e no filósofo esloveno Slavoj Zizek, de quem emprestam de um livro o título da peça.
“Yorgos usa a família, o poder e paternidade para falar da crise grega e dos movimentos de emancipação. Já Zizek pensa sobre a crise do capitalismo as falências dos moldes capitalistas”, diz Giordano Castro, ator do grupo e responsável pela dramaturgia da peça, com Pedro Wagner, que assina também a direção do espetáculo. “Na peça, queremos falar das ocupações, da arbitrariedade, de um déspota morto”, completa.
Como na obra de Zizek, a peça reflete sobre os movimentos emancipatórios, ainda que distintos em suas expressões e questionamentos, que desabrocharam mundialmente (Occupy Wall Street, Primavera Árabe, Revolução Laranja na Ucrânia), e que reverberaram no Brasil. O movimento Ocupe Estelita de Pernambuco também é referência na criação. “É inegável o quanto ele é fundamental para nós. A cidade, nos últimos dois anos, reviu sua maneira de questionar os governos e os poderes.”, acrescenta o ator. A peça também traz à tona citações de Tchékhov, trechos de A Gaivota, O Jardim das Cerejeiras e As três irmãs foram inseridos neste contexto contemporâneo.
O que será levado aos palcos, como o próprio coletivo afirma, é uma obra aberta a múltiplas interpretações, um ensaio de resistência ético-estético-político, linhas e não formas pré-estabelecidas, no qual elementos e conceitos se tocam, fazem conexões e explodem em inúmeras direções.
Quatro homens treinam. Buscam novas formas e composições de/para construir algo belo, algo que ainda não se sabe o nome. A ação, por si mesma e em si mesma, não muda. As pessoas, sim. As pessoas dançam.
Não há a ideia da criação de um personagem, mas de tornar os atores presentes", afirma Giordano Castro. “Vamos propor sensações para pensar sobre o caos – e nem a gente tem essas respostas”, conta o ator.
O trabalho levou seis meses para ser levantado, mas as pesquisas e referências para a peça vêm sendo somadas pelo Magiluth há 4 anos.
A companhia já esteve em São Paulo para apresentar quatro dos oito espetáculos de sua trajetória; três deles em 2012, em mostra de repertório; o solo ‘1 Torto’, a tragédia ‘O Canto de Gregório’ e ‘Aquilo que Meu Olhar Guardou para Você’, drama encenado em parceria com o diretor Luiz Fernando Marques, diretor do Grupo XIX de teatro. No ano passado, em 2014, foi a vez da versão para a peça Viúva, porém Honesta, de Nelson Rodrigues, concebida em São Paulo, durante a permanência do grupo pernambucano na cidade em 2012.
“O ano em que sonhamos perigosamente” foi contemplado com o Prêmio Funarte de
Teatro Myriam Muniz 2014 de montagem. A dramaturgia é fruto do projeto Jogo Magiluth: Manuntenção de Pesquisa, pelo Funcultura 2013/2014, e recebe apoio do Centro de Formação e Pesquisa Apolo-Hermilo pelo edital de pesquisa 2015.1.
Ficha Técnica:
Direção - Pedro Wagner
Dramaturgia - Giordano Castro e Pedro Wagner
Atores - Erivaldo Oliveira,Giordano Castro, Mário Sergio Cabral e Pedro Wagner
Preparação Corporal - Flávia Pinheiro
Desenho de Som - Leandro Oliván
Desenho de Luz - Pedro Vilela
Direção de Arte - Flávia Pinheiro
Fotografia - Renata Pires
Caixas de Som - Emanuel Rangel, Jeffeson Mandu e Leandro Oliván
Técnico - Lucas Torres
Realização - Grupo Magiluth
Produção São Paulo: Inclinações Musicais
Duração - 1h15min
Indicação de faixa etária - 16 anos
O MAGILUTH
Apontado pela crítica especializada como um dos principais jovens grupos do país, Magiluth mantém um núcleo estável de criação, fomentando assim um teatro independente, de realização contínua e de extremo aprofundamento na investigação de linguagem. Ao longo de sua trajetória de 11 anos (criado em 2004), o grupo criou oito espetáculos teatrais, fez diversos intercâmbios artísticos e importantes projetos como o TREMA! - Festival de Teatro de Grupo de Recife.
Os espetáculos: Corra (2007), Ato (2008), 1 Torto (2010), O Canto de Gregório (2011), Aquilo que meu olhar guardou para você (2012) Viúva, porém honesta (2012) e Luiz Lua Gonzaga (2012).
O grupo foi recentemente convidado pelo cineasta pernambucano Hilton Lacerda para participar de uma nova série para TV.
Serviço:
O ANO EM QUE SONHAMOS PERIGOSAMENTE
De 12 a 29/11/2015. Quinta a sábado, 21h30. Domingos e feriado, 18h30.
Sala de Espetáculos I (110 lugares).
Não recomendado para menores de 16 anos.
Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP (www.sescsp.org.br), a partir de 3/11/2015, às 15h30, e nas unidades, a partir de 4/11/2015, às 17h30:
R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante); R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
Oficina JOGO COMUM
Com: Giordano Castro e Lucas Torres. A oficina visa proporcionar aos artistas-criadores o desenvolvimento de novas metodologias de trabalho baseadas nos recentes processos desenvolvidos no grupo Magiluth, partindo de uma reflexão prática acerca dos limites entre atuação, direção e dramaturgia em um processo coletivo, sem perder de vista o espaço fundamental do público, para compreender e se apropriar da estruturação poética da cena.
Público: Atores, atrizes, dramaturgos, diretores e estudantes de teatro.
Inscrições até 12 de Novembro, por meio de envio de carta de interesse para: jogocomum@belenzinho.sescsp.org.br
Os candidatos selecionados serão avisados por e-mail até 14 de Novembro.
Vagas: 25. Carga horária: 12 horas. Sala de Espetáculos I.
Não recomendado para menores de 16. Grátis
De 17 a 19/11. Terça a quinta, às 14h.
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP
Telefone: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho
Estacionamento
Para espetáculos com venda de ingressos:
R$ 11,00 (não matriculado);
R$ 5,50 (matriculado no SESC - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).