Colunistas - Rodolfo Bonventti

O primeiro par romântico global que levou o amor da tela para a vida real

3 de Maio de 2012



Em 15 de março de 1966, a TV Globo estreava uma novela de época baseada no romance "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas. Tratava-se de "Eu Compro Esta Mulher", uma adaptação de Gloria Magadan (1920-2001) e que embora seja sempre esquecida quando se citam as novelas mais significativas da nossa telinha, foi uma obra que tem inúmeros registros importantes para a nossa teledramaturgia.

A exibição de "Eu Compro Esta Mulher" de março a julho de 1966, marcou a estreia de Wálter Clark (1936-1997) na gestão de novelas da TV Globo; foi também o primeiro sucesso da cubana Gloria Magadan na TV brasileira; registrou a estreia de Régis Cardoso (1934-2005) como diretor de novelas na emissora e trouxe como casal central, a estreia de Yoná Magalhães na emissora contracenando com o galã Carlos Alberto (1925 - 2007), que fazia sua segunda novela na emissora.

Yoná e Carlos Alberto, sempre muito talentosos, se transformaram no primeiro par romântico da emissora carioca a levar para a vida real o grande romance que viviam na tela como a romântica Maria Teresa e o impetuoso Frederico. A dupla de atores ficou casada por seis anos e foi responsável por outros grandes sucessos da Globo na época, como "A Sombra de Rebeca"; "Demian, O Homem Proibido" e "A Ponte dos Suspiros". Em 1971, ambos deixaram a Globo e foram para a Tupi estrelar outro sucesso, "Simplesmente Maria".

O final da novela da Tupi simplesmente acabou com o casamento dos atores e enquanto Carlos Alberto continuou por São Paulo por mais algum tempo, fazendo outras novelas na TV Tupi, Yoná Magalhães voltou para o Rio de Janeiro e para o elenco da TV Globo e se transformou em uma das principais atrizes de vários sucessos da emissora carioca.

Yoná e Carlos Alberto foram capas de revistas durante muitos anos já que o público carioca se apaixonou pelas melodramáticas novelas adaptadas por dona Gloria Magadan, e, principalmente, por aquelas em que o casal estrelava. O mesmo sucesso não aconteceu em São Paulo, quando apenas em 1969, com a novela "Véu de Noiva", os paulistas começaram a dar importância para a teledramaturgia da Globo.

Em "Eu Compro Esta Mulher" uma outra curiosidade: a estrela do cinema brasileiro de então, a irreverente Leila Diniz (1945-1972), ganhava as telas como uma grande vilã. Ela era Úrsula, a responsável por separar a doce Maria Teresa do amor de Frederico Aldama. Na vida real, parece ter sido a cantora Maysa (1936-1977) uma das responsáveis pela separação definitiva do casal de atores. Carlos Alberto e a cantora passaram a viver juntos em 1972.

E na próxima semana: o riso fácil e o deboche de Costinha.

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