Cultura - Teatro

Cia. Pessoal do Faroeste estreia em 11 de novembro

7 de Novembro de 2015

Quarta-feira,

"TempoNorteExtremo"

 

Com Paulo Faria e Neusa Velasco

 

Direção de Edgar Castro

Texto Paulo Faria

 

 

“Norte Extremo” é uma peça documentário que narra episódios da guerra que o jornalista Lúcio Flávio Pinto, paraense, trava na maior fronteira de recursos do planeta, em busca de um produto que nela é raro: a verdade. Na Amazônia, o jornalista, com mais de 50 anos de profissão, mantém há 30 o Jornal Pessoal, um tablóide com tiragem quinzenal de 2.000 exemplares, e que não aceita anúncios e vive exclusivamente da venda avulsa nas bancas de revistas.

 

A peça é inspirada em dois livros do Lúcio, o “Jornalismo na Linha de Tiro” – primeiro ato, e o pequeno livro, “A eternidade no riso e na música da menina do lago grande” – segundo ato, que narra uma série de experiência que enfrentou ao descobrir o mal de Alzheimer, que avançou sobre a sua mãe por seis anos, até levá-la a morte.

 

O autor da peça “TempoNorteExtremo”, e também ator neste espetáculo, é irmão mais novo do jornalista Lúcio Flávio Pinto. Lúcio trabalhou no final dos anos de 1960 e inicio dos 1970 no jornal Estado de São Paulo, e depois ao retornar pra Amazônia, foi corresponde por 20 anos. Até romper em 1988 com toda a grande mídia para fazer o Jornal Pessoal.

 

A peça dividida em 2 pequenos atos, se passa numa sala de ensaio onde o dramaturgo tenta desenvolver o roteiro para um workshop, dialogando com recursos multimídia e performance. Na primeira parte, o dramaturgo-ator está diante da dificuldade em encontrar uma forma, um recorte para colocar em cena a polêmica e multifacetada vida do jornalista, passando em revista a vida pública do jornalista, a sua saga e os 33 processos que ele sofre hoje por publicar os artigos que tratam da Amazônia, e em sua defesa. A segunda parte, Paulo divide a cena com a atriz Neuza Velasco, para tratar do Alzheimer.

 

Ética e Jornalismo: a quem interessa a verdade?

O jornalista paraense e editor do Jornal Pessoal é vítima permanente de perseguições e injustiças em represália à sua determinação de buscar a verdade no cumprimento dos preceitos universais do jornalismo.

Lúcio Flávio Pinto é um ícone da profissão no Pará, no Brasil, e no mundo, tendo recebido diversos prêmios, entre eles o Esso, em 1973, o mais prestigiado da imprensa nacional. Em 1988 a Federação Nacional dos Jornalistas deu dois prêmios Fenaj (lançados naquele ano) ao JP, pela matéria inaugural, sobre o assassinato do ex-deputado federal do Pará, Paulo Fonteles, e sobre a sangrenta manifestação de protesto dos garimpeiros em Serra Pelada, além de considerá-lo o melhor jornal do Norte e Nordeste do país. Em 1997, ganhou o prêmio Colombe d'Oro per la Pace, dado anualmente pela organização não governamental italiana Archivio Disarmo a personalidades e órgãos de imprensa que tenham uma contribuição significativa na promoção da paz. Venceu na categoria "jornal". Em 2007, foi um dos escolhidos para receber, em Nova York, o Prêmio Internacional da Liberdade de Imprensa, concedido pela organização Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ - Committee to Protect Journalists), recentemente recebeu o Prêmio Vladimir Herzog. O CPJ é uma organização dedicada  à defesa da liberdade de imprensa.

Pessoal do Faroeste 18 anos

A estreia do musical “Um Certo Faroeste Caboclo”  marca o nascimento da Cia. de Teatro Pessoal do Faroeste.

O que seria homenagem póstuma a Renato Russo, acabou gerando um processo contra o seu autor, Paulo Faria, movido pelo espólio do líder da Legião Urbana.  O processo durou 1 ano e acabou nos tribunais, e o autor da peça ganhou os direitos sobre a peça depois de comprovada a livre inspiração e músicas inéditas. Como o processo foi parar nas manchetes da época, foi indicada e recebeu prêmios, a trupe ficou conhecida como Pessoal do Faroeste.

Desde então a Cia. Pessoal do Faroeste tem se dedicado a temas ligados a cidade de São Paulo, em especial a Região da Luz onde está instalada há 16 anos, dos 18 que completará no dia 19 de janeiro de 2016.

A Cia tem tido como fonte de pesquisa a vida social e política do povo brasileiro por meio de seu imaginário popular e de sua cultura, e com um olhar especial à cidade de São Paulo, especificamente o centro, onde atualmente tem a Sua sede Luz do Faroeste, Rua do Triunfo, a Boca do Lixo.?

Tempo Norte Extremo é o primeiro tema amazônico tratado pelo autor, após 26 anos na capital paulista e se dedicando a uma profícua pesquisa sobre a Região da Luz, e militando em defesa de seus direitos humanos. Por essas ações Paulo hoje integra o Conselho Consultivo da Ouvidora do Estado de São Paulo.

Em dezembro de 2013 o Pessoal do Faroeste fez a Intervenção Urbana Luz e Sombra que numa parceria com o SESC Bom Retiro criou a maior intervenção urbana em vídeo mapping da América Latina, com 200 mil lumes, que aconteceu em frente ao antigo DOPS, por conta dos 50 anos da ditadura, e tratava de temas como a Cracolândia, as ocupações e a prostituição. O projeto partiu de cartas de amor da população para a região da Luz e envolveu mais de 100 pessoas no dia da Intervenção.

A Cia recebeu prêmios como CPT, Shell, Coca Cola de Teatro, Premio Nacional de Dramaturgia Plínio Marcos, entre outros.

 

Ficha Técnica

Realização Pessoal do Faroeste

Direção: Edgar Castro

Elenco: Neuza Velasco e Paulo Faria

Autor: Paulo Faria

Figurino: Paulo Faria

Cenografia: Marcos Freitas e Paulo Faria

 

Vídeo: Dário José

Luz: Rodrigo Reis e Edgar Castro

Assistente de Direção e Operação Multimídia: David Guimarães

Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro – Artes e Ofícios

 

Temporada:

De 11 de novembro a 18 de dezembro

Quarta a sexta, às 21h - Sábado, às 21h30 e Domingo, às 18h

Duração – 60 minutos

Ingresso: pague quanto puder – contribuição voluntária

Local: Sede Luz do Faroeste

Rua do Triunfo, 305

11-33628883

WWW.pessoaldofaroeste.com.br

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