Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era uma vez na TV: Os galãs brigam e não se falam, mas a Deusa vence no Ibope

1 de Fevereiro de 2012

Cartaz da novala "A Deusa Vencida"

Em 1º de julho de 1965, a TV Excelsior, a autora Ivani Ribeiro e o diretor Walter Avancini estreavam um dos maiores sucessos da emissora, e aquela que é considerada a primeira superprodução na teledramaturgia nacional: "A Deusa Vencida".

O sucesso da novela, exibida por quatro meses, no horário das 19h30, foi retumbante e transformou esse horário no de maior investimento da emissora em teledramaturgia. Com um cenário primoroso que retratava a cidade de São Paulo em 1895 e ricos figurinos para a época, "A Deusa Vencida" tinha uma linda história de amor, muito bem armada por Ivani Ribeiro e bem interpretada por um elenco de primeira linha.
A história de Cecília (Glória Menezes), uma jovem muito bela que é obrigada a se casar, por imposição do pai (Altair Lima), com o rico fazendeiro Fernando (Edson França), apesar de ser apaixonada pelo estudante Edmundo (Tarcísio Meira) e que, no decorrer da trama, sofria com as cartas anônimas que recebia, na verdade escritas pela jovem Malu (Regina Duarte), rapidamente caiu no agrado das donas de casa e dos demais telespectadores.

"A Deusa Vencida" marcou também a primeira briga nos bastidores entre atores. Edson França e Tarcisio Meira se desentenderam logo nas primeiras gravações e o clima ficou "pesado" entre os dois até o final da novela. Atores e técnicos que trabalharam com eles comentam que os dois não se falavam nos bastidores e só se dirigiam um ao outro quando gravavam cenas juntos.

Mas a briga não foi por causa de Glória Menezes, mas sim porque ambos queriam que o seu nome aparecesse antes nos créditos das novelas. Quem saiu ganhando a disputa foi Tarcisio Meira e, bronqueado com a situação, Edson França pediu que tirassem o nome dele na apresentação da novela. De qualquer forma, o trio central ganhou espaço nas capas e nas páginas internas das principais revistas da época.

A novela também entrou para a história da dramaturgia nacional por lançar a até então simpática e jovial estrelinha de comerciais, Regina Duarte, que se transformaria na "namoradinha do Brasil" e depois em uma das nossas maiores atrizes, e também por marcar a estreia em novelas das talentosas Ruth de Souza, que vinha do cinema, e Karin Rodrigues, que vivia a misteriosa Hortência.


Tarcisio Meira e Regina Duarte atuando na novela

No elenco estavam também Maria Aparecida Alves, Yvan Mesquita, Hugo Santana (sucesso também cantando a trilha sonora da novela), Raquel Martins, Machadinho, Ayres Pinto, Lurdinha Félix, Silvio Piratininga e Pelezinho.

A novela viria a ganhar um remake em 1980, na TV Bandeirantes, dirigida novamente por Walter Avancini com Elaine Cristina, Roberto Pirillo, Agnaldo Rayol, Márcia Maria, Altair Lima e Luiz Carlos Arutim no elenco.

E na próxima semana: Ele era o show, porque era Ronald Golias.
Comentários
Assista ao vídeo