Por Fabíola Lajusticia
Quem conhece Miami sabe que a cidade está longe de ser o berço da cultura norte-americana, em razão da grande invasão de imigrantes. A “Capital da América Latina”, como é conhecida, ostenta uma mistura de estrangeiros num total aproximado de 70%. A maioria esmagadora é de hispânicos, mas há muitos brasileiros, russos, asiáticos e outros aventureiros. Ah claro, também tem alguns nativos americanos, rs, numa proporção bem menor, porém que conseguem conservar um certo “american lifestyle”. E alguns destes costumes por aqui são bem fortes, reunindo milhares de adeptos. Um bom exemplo deles é a comemoração do Halloween.
Conhecido no Brasil como “Dia das Bruxas”, a celebração de origem pagã, é típica dos países de língua inglesa, especialmente dos EUA, Canadá, Inglaterra, Irlanda e Escócia, e, acontece anualmente, em 31 de outubro. É uma verdadeira febre, só perde para o Natal em termos de faturamento do comércio. Grande parte das famílias envolvem-se. Adultos e crianças usam sinistros disfarces e máscaras, decoram as casas com as lendárias abóboras macabras, organizam festas em clubes e escolas, participam dos concursos de fantasias e saem batendo de porta em porta com o famoso jargão “trick-or-treat “ – “travessura ou guloseima”.
Foto: Divulgação |
Com o passar dos anos, o caráter religioso da comemoração se perdeu e novos elementos foram integrados à tradição, como a “lanterna Jack” e o pedido de doces. Originalmente, o festejo guarda relação com os espíritos, como o próprio nome sugere: “all hallow’s eve” (véspera de todos os santos), uma vez que antecede o dia sagrado de 1º de novembro. Apesar de não possuir registro confirmado, supõe-se que o acontecimento nasceu com os celtas, povo que habitava as Ilhas Britânicas. Eles acreditavam na volta dos mortos e que o mundo seria ameaçado por aqueles fantasmas. Para expulsarem as almas más e protegerem as colheitas, eles apagavam as tochas das casas e dos vilarejos para que os ambientes ficassem frios e escuros e desfilavam pelas comunas, vestidos assustadoramente.
A festa foi incorporada pelos bárbaros convertidos ao cristianismo, no transcurso das invasões das terras europeias. Por possuir esta ligação íntima com o mundo dos espíritos, na Idade Média, foi relacionada à imagem das bruxas e feiticeiras. Atualmente, o Halloween recebe duras críticas dos setores religiosos, particularmente de religiões cristãs, com o argumento de que dissemina ideias contrárias aos valores cristãos e à pratica do bem. Talvez por isso não tenha a adesão de muitos fãs no Brasil. Outra razão, seria o fato de não pertencer ao folclore, por isso deveria ser deixada de lado.
Da forma como é hoje, observamos que o evento ancestral constitui-se de uma mescla de tradições e lendas trazidas por imigrantes aos Estados Unidos. Muitas delas já foram abandonadas na Europa, outras tantas absorvidas da cultura local, a maioria sem certeza da procedência, mas aqui o importante é a diversão! Assim como mostra o colunista Zacarias Pagnanelli que está em Chicago. Happy Halloween!
Zacarias Pagnanelli em Chicago já no clima do Halloween! |