A televisão brasileira entrou nos anos 1960 com mais de 200 mil aparelhos receptores de televisão instalados nos lares do país, a grande maioria deles em São Paulo e Rio de Janeiro. Mas os anos 60 representaram para a TV Record um tempo de grandes conquistas e também de grandes tragédias. Em 4 de maio de 1960, a emissora sofreu o primeiro de cinco incêndios em uma década. O anúncio dos incêndios na emissora chegou até a ganhar uma manchete inusitada no "Jornal da Tarde": "Está no ar mais um incêndio da TV Record".
Os vários incêndios atingiram estúdios, centrais técnicas, arquivos e o departamento de vídeo tape da emissora. O resultado foi o desaparecimento de várias imagens e de programas inteiros que hoje poderiam contar melhor a história da televisão e da própria Record.
Outras emissoras também sofreram incêndios sérios nessa década. Foi o caso da TV Cultura em 28 de abril de 1965 e da TV Excelsior por duas vezes, em 1966 e em 17 de julho de 1970. Ainda nessa década, em julho de 1969, três das principais emissoras instaladas em São Paulo foram vítimas do fogo: o estúdio Paramount da TV Record; o estúdio paulista da TV Globo e a sede da TV Bandeirantes, inaugurada apenas dois anos antes.
Até hoje, muito se fala se esses incêndios teriam sido acidentes normais ou, na verdade, atentados políticos, já que as emissoras de televisão apoiavam o regime militar que havia se instalado no Brasil a partir de 1964, e o Brasil vivia dias difíceis e de muito tumulto.
Para se contrapor aos cinco incêndios, a TV Record ganhava cada vez mais audiencia e um público fiel a sua linha de shows e especiais. E foi nessa época também, que a emissora solidificou, na história da nossa televisão, um prêmio para os melhores artistas do ano. Era o Prêmio Roquete Pinto, criado inicialmente em 1950 para os destaques do rádio, e que depois se transformou na mais antiga e prestigiosa premiação da tv brasileira.
Em 26 edições, o Prêmio Roquete Pinto homenageou grandes nomes da televisão brasileira, e passou, a partir de 1960, a ser transmitido ao vivo pela TV Record, em uma grande noite de gala apresentada pelo casal Blota Junior e Sonia Ribeiro.
Blota Junior e Sonia Ribeiro no Prêmio Roquete Pinto
Entre os primeiros premiados estavam o diretor de tv Cassiano Gabus Mendes; o ator Lima Duarte; a atriz Lia de Aguiar; o humorista Wálter Stuart e o ator e produtor Dionísio Azevedo. O Prêmio durou até 1971 e retornou em 1978, no seu Jubileu de Prata, mas deixou de existir novamente em 1982.