Sede da TV Rio, ex - cassino Atlântico
O Rio de Janeiro ganhou sua segunda emissora de televisão em 17 de julho de 1955. Era a TV Rio, Canal 13 VHF, localizada na Avenida Atlântica, no Posto 5 de Copacabana, exatamente no mesmo prédio onde, durante muitos anos, funcionou o Cassino Atlântico.
As mesas de jogos cederam lugar a uma intensa movimentação de câmeras, fios, cabos e cenários. Apelidada carinhosamente de "A Carioquinha", a TV Rio passou a disputar a audiência com a TV Tupi do Rio, Canal 6, mas seu diferencial era uma programação própria e com forte sotaque carioca.
A concessão da emissora foi dada ao empresário João Batista do Amaral, mais conhecido como Pipa Amaral, e que vinha a ser cunhado de Paulo Machado de Carvalho, o dono da TV Record de São Paulo. Embora com programação própria, a TV Rio também exibia produções que eram realizadas pela emissora paulista, em uma parceria que durou muitos anos e que formou uma rede conhecida como Emissoras Unidas, que durou até 1967 e depois se transformou na REI - Rede de Emissoras Independentes.
Murilo Néri na TV Rio
Com a torre de transmissão instalada na Serra da Carioca, o primeiro programa da TV Rio teve o locutor Luiz Mendes e o apresentador Murilo Néri (1923-2001) como os mestres de cerimônias. A primeira imagem da emissora foi uma Cruz de Cristo, que era o símbolo do Congresso Eucarístico Internacional que estava sendo realizado, naquele dia, no Aterro do Flamengo.
Um grande show comandado por Oswaldo Sargentelli (1924-2002), a vedete e atriz Anilza Leoni (1933-2009), o jornalista Murilo Mello Filho e vários artistas contratados da Rádio Mayrink Veiga marcou a estréia da nova emissora carioca.
Oswaldo Sargentelli
Nos seus primeiros anos, a emissora se destacou por programas humorísticos como "Noites Cariocas", um recordista de audiência sob o comando de João Roberto Kelly e "O Riso é o Limite", uma produção de Chico Anysio; pelas coberturas esportivas que a levaram a conquistar o primeiro lugar de audiência como as lutas de boxe, que eram uma atração nas noites de domingo com o nome de "TV Rio Ring", e a transmissão de jogos de futebol, inclusive internacionais, e por programas que mesclavam música e reportagem como o "Noite de Gala", apresentado pelo então desconhecido Flávio Cavalcanti (1923-1986). O "Telejornal Pirelli", comandado por Heron Domingues (1924-1974) e Léo Batista foi outra atração que trouxe muita repercussão para a TV Rio, assim como "Preto no Branco", um programa de entrevistas à queima roupa idealizado e apresentado por Sargentelli.
Em 1956, um ano depois de inaugurada, o diretor artístico da emissora, João Loredo, levou para a emissora um jovem de 19 anos que ainda daria muito que falar sobre ele na tv brasileira: Walter Clark Bueno (1936-1997), que ficaria na emissora até 1967.
E na próxima semana, o fenômeno Flávio Cavalcanti conquista os cariocas e o Brasil.